28 de set. de 2010

Inimigos - Gil Vicente

Segundo Freud, líderes que Gil Vicente ‘assassina’ ocupam lugar do pai que seduz, rivaliza e oprime

É inequívoco o teor político de Inimigos, trabalho de Gil Vicente agora exposto na Bienal. São "autorretratos" do artista matando Lula, FHC, rainha Elizabeth, papa Bento XVI, Kofi Annan, Eduardo Campos, George Bush, Ariel Sharon, Jarbas Vasconcelos. 

Essa dimensão polêmica fica agora potencializada por coincidir sua exposição com o momento pré-eleitoral. De fato, essas circunstâncias dão mais força a algumas imagens, como a de Lula sendo garroteado pelo artista e prestes a ser por ele degolado. Não poderia ser mais gritante o contraste que ela estabelece com a tão apregoada popularidade do presidente, que lhe garante 80% de aprovação dos eleitores. Poderíamos ver esse contraste como um exemplo da diferença entre o funcionamento psíquico próprio das massas em oposição à forma de pensar do sujeito fora das massas. 

A psicologia das massas se caracteriza por sua identificação com um líder que ocupa o lugar de figuras paternas idealizadas. Isso faz com que as massas adotem uma postura infantilizada frente ao líder, que é visto como um pai ou uma mãe que as protege e conduz, fantasia inconsciente muitas vezes deliberadamente manipulada pelo poder. Já o sujeito fora das massas - e ninguém mais que o artista para representar essa condição - mantém o espírito crítico frente ao líder e, apesar de não estar isento de nele também fazer projeções, pode vê-lo com mais objetividade. Para ele, tais "pais" ou "mães" são vistos como inimigos a serem eliminados. Ou seja, para o artista, a sociedade não deve ser regida por "pais" e "mães" onipotentes e sim por cidadãos como ele, a quem delega temporariamente o poder e de quem exigirá uma prestação de contas no seu devido tempo. Em nosso caso brasileiro, à primeira vista podemos pensar que a posição infantil, dependente e acrítica das massas se deve à sua indiscutível ignorância. 

Tal ideia logo se mostra insustentável ao lembramos que essa mesma atitude foi tomada pelas massas letradas e instruídas da Europa frente a Mussolini e Hitler, no século passado. A popularidade do líder depende dos elementos psíquicos inconscientes já mencionados, reforçados por fatores advindos da realidade sócio-econômico-cultural. Mas a dimensão política de Inimigos não pode ser confundida com uma estreita atitude panfletária ou partidária. O variado espectro ideológico dos líderes "assassinados" pelo artista mostra que o que está em jogo é algo maior, é a revolta crítica contra o poder instituído e seus infindáveis desmandos, é o cansaço e a saudável intolerância com os embustes e fraudes que se escondem nas pompas e circunstâncias que envolvem os mandatários. 

A identificação daqueles que estão no exercício do poder com figuras paternas faz com que a observação de Inimigos possa evocar nos espectadores a fantasia do assassinato do pai. Tal fantasia ocupa lugar central na teoria psicanalítica, sendo detalhadamente explorada nas elaborações sobre o complexo de Édipo (processo que estrutura o sujeito) e em Totem e Tabu (mito antropológico de larga envergadura criado por Freud para explicar a gênese da cultura). De certa forma, podemos dizer que, nesses dois momentos, o assassinato do pai tem conotações diferentes. No complexo de Édipo, o pai é o rival frente ao objeto de desejo (mãe) e agente da interdição do incesto, o que possibilita o crescimento do filho, além de ser para ele um modelo identificatório. 

Em Totem e Tabu, o pai da horda primitiva é a encarnação da onipotência narcísica que impede o desenvolvimento dos filhos, vistos por ele como rivais a serem eliminados. Se o assassinato do pai teria efeitos catastróficos no complexo de Édipo, em Totem e Tabu ele é a condição necessária para o aparecimento da lei, da religião, da moral e da organização social, pois ao assassinato se sucede a culpa dos filhos, o que leva à internalização das leis do pai morto. 

 Se temos esse modelo freudiano em mente, a obra de Gil proporcionaria ao espectador uma dupla gratificação. Satisfaria seus desejos edipianos de matar o pai enquanto rival frente a mãe, ao mesmo tempo que remete ao assassinato do pai primevo, o tirano possessivo e violento que impõe seu desejo sem restrições, pois a lei só será instaurada após (e em função de) sua morte. Diríamos que os poderosos que Gil Vicente "assassina" não são pais edipianos, portadores e mantenedores da lei. Os políticos estão bem mais próximos dos pais da horda primitiva, onipotentes e vorazes usurpadores que se colocam num espaço acima da lei e veem o poder como a oportunidade para dar vazão ao narcisismo mais predatório. Sérgio Telles - Psicanalista Jornal O Estado

27 de set. de 2010

Beba água com estômago vazio.

Beba água com estômago vazio. Hoje é muito popular, no Japão, beber água imediatamente ao acordar. Além disso, a evidência científica tem demonstrado estes valores. Abaixo divulgamos uma descrição da utilização da água para os nossos leitores. Para doenças antigas e modernas, este tratamento com água tem sido muito bem sucedido. Para a sociedade médica japonesa, uma cura de até 100% para as seguintes doenças: Dores de cabeça, dores no corpo, problemas cardíacos, artrite, taquicardia, epilepsia, excesso de gordura, bronquite, asma, tuberculose, meningite, problemas do aparelho urinário e doenças renais, vômitos, gastrite, diarreia, diabetes, hemorroidas, todas as doenças oculares, obstipação, útero, câncer e distúrbios menstruais, doenças de ouvido, nariz e garganta. Método de tratamento: 1. De manhã e antes de escovar os dentes, beber 2 copos de água. 2. Escovar os dentes, mas não comer ou beber nada durante 15 minutos. 3. Após 15 minutos, você pode comer e beber normalmente. 4. Depois do lanche, almoço e jantar não se deve comer ou beber nada durante 2 horas. 5. Pessoas idosas ou doentes que não podem beber 2 copos de água, no início podem começar por tomar um copo de água e aumentar gradualmente. 6. O método de tratamento cura os doentes e permite aos outros desfrutar de uma vida mais saudável. A lista que se segue apresenta o número de dias de tratamento que requer a cura das principais doenças:
1. Pressão Alta - 30 dias 2. Gastrite - 10 dias 3. Diabetes - 30 dias 4. Obstipação - 10 dias 5. Câncer - 180 dias 6. Tuberculose - 90 dias 7. Os doentes com artrite devem continuar o tratamento por apenas 3 dias na primeira semana e, desde a segunda semana, diariamente. Este método de tratamento não tem efeitos secundários. No entanto, no início do tratamento terá de urinar frequentemente. É melhor continuarmos o tratamento mesmo depois da cura, porque este procedimento funciona como uma rotina nas nossas vidas. Beber água é saudável e dá energia. Isto faz sentido: o chinês e o japonês bebem líquido quente com as refeições, e não água fria. Talvez tenha chegado o momento de mudar seus hábitos de água fria para água quente, enquanto se come. Nada a perder, tudo a ganhar! Para quem gosta de beber água fria. Beber um copo de água fria ou uma bebida fria após a refeição solidifica o alimento gorduroso que você acabou de comer. Isso retarda a digestão. Uma vez que essa 'mistura' reage com o ácido digestivo, ela reparte-se e é absorvida mais rapidamente do que o alimento sólido para o trato gastrointestinal. Isto retarda a digestão, fazendo acumular gordura em nosso organismo e danifica o intestino. É melhor tomar água morna, ou se tiver dificuldade, pelo menos água natural. Nota muito grave - perigoso para o coração: As mulheres devem saber que nem todos os sintomas de ataques cardíacos vão ser uma dor no braço esquerdo. Esteja atento para uma intensa dor na linha da mandíbula. Você pode nunca ter primeiro uma dor no peito durante um ataque cardíaco. Náuseas e suores intensos são sintomas muito comuns. 60% das pessoas têm ataques cardíacos enquanto dormem e não conseguem despertar. Uma dor no maxilar pode despertar de um sono profundo... Sejamos cuidadosos e vigilantes. Quanto mais se sabe, maior chance de sobrevivência... Um cardiologista diz que se todos que receberem esta mensagem, a enviarem a pelo menos uma das pessoas que conhecem, pode ter a certeza de que, pelo menos, poderá salvar uma vida. Ser um verdadeiro amigo é enviar este artigo para todos os seus amigos e conhecidos. Acabei de fazer isso!

Passagem

A morte nada mais é do que uma passagem.
A passagem de um mundo que conhecemos bem, para outro totalmente desconhecido.
E, por isso, amedronta e traz dor...
Essa era a sensação de dois fetos gêmeos dentro do útero da mãe, que percebiam que chegava a hora de nascer.
Um perguntou ao outro: - E aí, você acredita na vida após o parto? E o irmão respondeu: - Não, ninguém voltou para contar.
Nascer, para eles, seria passar de um mundo conhecido para o desconhecido... Aquele mundo imenso fora dos limites do útero materno.
Quantas vezes nós também olhamos para a nossa vida com a mesma limitação? Pois igual aos fetos, cremos que o mundo se reduz ao que conhecemos, ao que nos parece familiar, ao que podemos perceber com os nossos sentidos. Os dois gêmeos, estavam familiarizados com o quentinho da bolsa, as batidas do coração da mãe e o alimento que chegavam fácil por um tubo...
Assustados, conversavam sobre aquele momento traumático. Como seria o mundo lá fora? Escuro? Frio? Ameaçador? Estavam prestes a ser expelidos daquela penumbra repousante para um mundo de luz, cores, cheiros e ruídos. Eles sentiam medo de sair dali.
As contrações começaram, o mundo em torno se fechava e eles estavam sendo forçados de lá para fora. Ao nascer, o impacto dos pulmões se enchendo de ar pela primeira vez causou um impacto tão violento que até a memória da vida intra-uterina se extinguiu.
E o que eles tinham a frente era nada mais do que a vida.
A vida num mundo, até então desconhecido onde eles iriam crescer, se formar, ter descendentes, envelhecer e novamente se preparar para uma nova passagem. Por isso, os monges beneditinos jamais falam de morte e sim de passagem.
Passamos por esta vida, como um grande presente de amor que Deus nos deu.
Nosso nascimento, "o nascimento desses fetos", certamente trará muita felicidade e amor aos seus pais e, vendo assim, como uma passagem, podemos imaginar que o que nos espera, na outra etapa, na outra passagem.
É algo muito melhor. Nada mais natural que a morte! E, tenho certeza que um dia todos nos encontraremos:
A vida é um mistério maravilhoso!

25 de set. de 2010

A vida

A vida pode parecer não ser justa, mas ainda, assim, é boa Quando estiver em dúvida, dê somente, o próximo passo, pequeno. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém. Você não tem que ganhar todas às vezes. Concorde em discordar. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe; Deus nunca pisca. Respire fundo. Isso acalma a mente. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras: 'Em cinco anos, isto importará?' Sempre escolha a vida. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.

24 de set. de 2010

Dividindo tudo mesmo...


Um casal de velhinhos entra no McDonald's e pede um hamburguer, uma porção de batata frita, uma coca cola e um copo extra. 


 Sentam-se e o velhinho divide o hambúrger exatamente ao meio, divide as batatas uma a uma e, depois, divide a coca cola entre os dois copos. 


 O velhinho começa a comer sua metade do lanche, enquanto a velhinha fica olhando. Um funcionário, que assistia a cena, se comove e oferece ao casal um lanche a mais, pago do seu bolso, para que eles não tenham que repartir um lanchinho tão pequeno. 


O velhinho agradece e responde com voz trêmula: - Estamos casados há mais de 50 anos e a vida toda sempre dividimos tudo. Obrigado pela sua gentileza, de qualquer forma. O funcionário, então, pergunta para a velhinha se ela não vai comer a sua metade e ela responde: - Daqui a pouco, meu filho... 
 Tô esperando a dentadura!

Ayrton Senna no céu


Quando Ayrton Senna chegou ao céu, São Pedro foi logo perguntando: 
- Como é seu nome, meu filho?
- Ayrton Senna da Silva... 
- Ah!!! Você é aquele piloto da F1, não é??? 
- Sou eu mesmo. 
- Aquele que tinha uma ilha em Angra dos Reis com heliporto, quadra de tênis, praia particular entre outras coisas, mais um jato executivo Learjet 60 de 12 lugares comprado por US$ 19 milhões, um helicóptero bi-turbo avaliado em US$ 5 milhõesuma lancha Off Shore de 58', uma fazenda em Tatuí e que ganhava US$ 1,2 milhões por corrida? 
- Sou eu mesmo. 
- Andava de Audi, Honda NSX e tinha uma Ducaticom seu nome? 
- Sim senhor!!! 
- Morava em Mônaco, mas tinha apartamentos em NYC, Paris e viajava quando queria para o Brasil no seu próprio jatinho particular? 
- Correto. 
- Aquele que até hoje a família é acionista da Audi do Brasil? 
- Eu mesmo! 
- Aquele que c**** a Xuxa, e a Adriane Galisteu? 
- Sim. 
- Putz ... pode entrar, mas você vai achar o Paraíso uma m****!

Ostáculos

Se alguém lhe fechar a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas. Lembre-se da sabedoria da água: a água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna.

Adrian Rogers

Este pensamento é antigo, mas muito apropriado no momento politico em que vivemos atualmente.
O pensamento abaixo foi escrito por Adrian Rogers no ano de 1931 ! "É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.
Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."
Adrian Rogers

23 de set. de 2010

10 pistas que anunciam um derrame

O jogo que iremos propor a você nestas páginas tem consequências reais sobre a sua qualidade de vida e oferece como recompensa a chance de escapar, no futuro, de um dos maiores assassinos da humanidade. Popularmente chamado de derrame, o acidente vascular cerebral, ou AVC, é a causa de morte número 1 no Brasil — são mais de 90 mil por ano. Quando não concede um ponto final à existência de alguém, ele se vinga e deixa sequelas. Para formar uma rede de proteção contra a ameaça, cientistas do mundo inteiro avaliaram 6 mil pessoas — metade saudável e o restante vítima de um AVC — e apuraram os indícios que antecedem o ataque. O resultado desse trabalho, batizado de Interstroke e publicado na revista científica The Lancet, são pistas preciosas que estão ligadas a uma probabilidade 90% maior de um derrame, seja ele isquêmico, seja hemorrágico. “O estudo reforça, com dados de populações de origens diferentes, quais são os fatores de risco para o problema”, analisa o neurologista Jefferson Fernandes, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Agora, é a sua vez de entrar no jogo, identificando e corrigindo os erros que permitem ao bandido continuar à solta. 1 Pressão alta A hipertensão é o tipo de pista impossível de ver a olho nu e que fica na surdina durante anos. É o principal fator de risco para o derrame. Patrocina a versão isquêmica, marcada pelo entupimento de uma pequena artéria, e ainda mais a hemorrágica, quando o vaso estoura e o sangue extravasa. “A pressão alta tem um impacto maior sobre o cérebro do que sobre o coração”, alerta Jefferson Fernandes. “Os vasos finos que irrigam a massa cinzenta têm uma menor resistência e, assim, são mais comprometidos”, afirma o cardiologista Fernando Nobre, presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão. Como a doença é silenciosa, precisa ser flagrada antes de soar o alarme. “É recomendável medir a pressão pelo menos uma vez por ano”, diz Nobre. Além disso, praticar atividade física e não ingerir mais do que 5 gramas de sal por dia ajuda a controlá-la. 2 Cigarro Eis um velho criminoso que serve de combustível para uma autêntica pane cerebral. “O fumo tem cerca de 4 mil substâncias nocivas à saúde e favorece o aumento da pressão e dos níveis de colesterol”, alerta o neurologista Alexandre Maulaz, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. “Ele ainda ataca o endotélio, a camada mais íntima do vaso, contribuindo com a sua obstrução.” Esses estragos explicam por que as baforadas sopram a favor de um bloqueio na passagem do sangue pela artéria. “O estudo mostra, porém, que mesmo após alguns meses sem o cigarro há uma diminuição do risco de derrame”, conta o neurologista Gabriel Rodriguez de Freitas, coordenador do Departamento de Doenças Cerebrovasculares da Academia Brasileira de Neurologia. O clichê recebe o carimbo da ciência: nunca é tarde para abandonar o vício. 3 Falta de atividade física É preciso correr atrás dessa pista, quer dizer, correr contra esse fator de risco, o sedentarismo. Também vale caminhar, nadar ou exibir seus dotes de atleta. O importante é sair de casa e se movimentar no parque ou na academia, realizando um exercício aeróbico entre três e cinco vezes por semana. Seu cérebro irá agradecer tanto suor por dois motivos. O primeiro é fechar o cerco à obesidade. “O excesso de peso colabora com a hipertensão e o aparecimento do derrame”, alerta Alexandre Maulaz. O segundo item diz respeito aos serviços prestados diretamente aos vasos. A corrida e a caminhada derrubam as taxas de colesterol ruim, o LDL, e ajudam a alavancar a fração do bem, o HDL. As artérias cerebrais ganham pontos, ainda, nos quesitos integridade e elasticidade, tornando-se mais imunes às condições propícias aos AVCs. 4 Níveis elevados de certas proteínas Segundo o Interstroke, moléculas de nome estranho — as apolipoproteínas — requerem cada vez mais atenção. As do tipo A1 e B podem ser dosadas em uma amostra de sangue para indicar maior ou menor propensão a um infarto ou derrame. Não são tão famosas quanto o colesterol, mas ganham espaço entre os marcadores de risco à medida que seu papel é decifrado. Elas ajudariam a delatar se as tubulações por onde trafega o sangue estão sujeitas a entupimentos. “O problema é que ainda não sabemos o que fazer com as apolipoproteínas”, diz Gabriel de Freitas. “Por enquanto, não há um remédio capaz de controlá-las”, acrescenta Jefferson Fernandes. É diferente do colesterol, que pode ser baixado com um comprimido e a prática de atividade física. De qualquer forma, se um teste acusá-las, aumente a vigilância. 5 Gordura abdominal Dá para comparar a barriga a um tanque de guerra, que, quando dispara, atinge o alvo a uma distância considerável. O alvo, no caso, é a cabeça. A pesquisa realizada em escala global prova a conexão entre a pança e a maior incidência de AVCs. Tudo culpa da gordura que se acumula abdômen adentro. Ela funciona, com o perdão de outra comparação, como uma usina. “Esse tecido fabrica substâncias inflamatórias”, aponta Freitas. Elas, por sua vez, têm acesso livre à circulação e, assim, estimulam a formação das placas que sufocam as artérias. Imagine se um vaso um pouco mais grosso do que um fio de cabelo fica refém do incêndio... É derrame na certa. Medir a circunferência do ventre fornece o valor exato dessa pista, que, cá entre nós, pode ser vista de longe. Os homens não devem ultrapassar a marca dos 102 centímetros. Entre as mulheres, o limite para a silhueta é 88 centímentros. 6 Diabete A sobrecarga de açúcar no sangue também enferruja a rede de encanamento que vasculariza os quatro cantos do corpo. Por essas e outras, diabéticos enfrentam mais problemas circulatórios, que afetam os pés, os olhos, o coração e... sempre ele, o cérebro. “O distúrbio danifica tanto as artérias maiores quanto as menores”, afirma Maulaz. Com relação às carótidas, vasos de grande calibre situados no pescoço, níveis elevados de glicose fomentam a construção das temíveis placas de gordura, boicotando o abastecimento cerebral. “No caso das artérias minúsculas, ocorrem lesões na camada de células que reveste o interior dos vasos”, completa o neurologista. Assim, os vasinhos que regam a massa cinzenta deixam de fornecer oxigênio e nutrientes e os neurônios ficam à mercê da sorte. 7 Dieta desequilibrada Tudo passa pelo prato, inclusive a longevidade do cérebro. Um cardápio desregrado alimenta as alterações vasculares que semeiam o derrame. “A primeira recomendação é maneirar no sódio e investir no cálcio dos derivados do leite e nos vegetais ricos em potássio para ajudar a regular a pressão”, já adianta a nutricionista Isabela Pimentel Mota, do Hospital do Coração, em São Paulo. Além de recorrer ao leite e ao queijo magro, à couve e à banana, convide à mesa fontes de ômega-3, como o salmão, a sardinha, o atum e a linhaça, que garantem flexibilidade às artérias. “Já a aveia e a soja têm componentes que auxiliam a evitar as placas de gordura”, diz Isabela. Redutos de antioxidantes, o café e o chocolate amargo reduzem o processo oxidativo que dá pontapé inicial ao arruinamento do vaso. “Também é importante maneirar nas gorduras saturada, presente na carne vermelha, e trans, dos produtos industrializados”, orienta Isabela. 8 Doenças do coração Em termos de fatores de risco, o órgão que bombeia o sangue é praticamente um irmão gêmeo do cérebro. E quando o músculo cardíaco não funciona direito ou já pifou alguma vez a massa cinzenta pode sofrer retaliações. “Alguns tipos de arritmia ocasionam a formação de coágulos que podem chegar até a cabeça e obstruir uma artéria, provocando um AVC”, conta Fernandes. Indivíduos que já tiveram um infarto carecem igualmente de mais atenção. Neles, uma área do coração costuma deixar de se contrair a contento e o sangue estaciona ali, financiando coágulos que viajam até a cachola. Por isso, é crucial passar por checkups cardiológicos anuais e, se já tiver um problema cardíaco, seguir o tratamento aliado a um estilo de vida saudável. 9 Álcool em excesso Meu bem, meu mal: podemos pegar o refrão emprestado na hora de rotular a bebida alcoólica em matéria de saúde cardiovascular. Há uma porção de pesquisas indicando o efeito protetor de uma ou duas doses etílicas — o vinho, por também ostentar substâncias antioxidantes, recebe a maior parte das honrarias. No entanto, o abuso demole as vantagens e ainda prejudica as artérias. No estudo Interstroke, pessoas que consumiam mais de 30 drinques por mês ou protagonizavam bebedeiras frequentes estiveram na linha de frente dos derrames. “O risco aumenta ainda mais para o AVC hemorrágico”, destaca Gabriel de Freitas. Seria um efeito rebote? Ainda não há explicações exatas, mas uma das hipóteses é a de que álcool em demasia faça a pressão subir. 10 Estresse e depressão Um comandante equilibrado organiza melhor as suas tropas e evita um ataque-surpresa. Com o cérebro não é diferente. O trabalho intercontinental atesta o elo entre AVCs, estresse e depressão. Sabe-se que a tensão diária empurra a pressão arterial para cima. “Já os deprimidos não tratados acabam se cuidando menos e praticando pouca atividade física”, pontua Freitas. Suspeita-se também que um organismo sob estresse ou depressão fique mais sujeito a processos inflamatórios. A ordem é balancear a tensão, distraindo-se com algo prazeroso, e procurar um médico quando o desânimo não some. Além de fresca, a cuca deve permanecer ativa. “Quem treina os sentidos e o intelecto e, mesmo assim, sofre um derrame se recupera melhor”, diz Pinto. Agora que você conhece as regras do jogo, sabe o que fazer para seu cérebro sair como vencedor. Entre o entupimento e a explosão Entenda o que acontece nas duas principais versões do derrame Isquêmico É o acidente vascular cerebral mais comum, correspondendo a oito em cada dez casos. A origem do problema está na obstrução de um vaso, geralmente muito pequeno, que irriga a massa cinzenta. Ele pode ser vitimado por uma placa formada no próprio local. “Ou, então, é entupido por um coágulo que se desprende de uma placa situada em uma artéria maior”, conta Jefferson Fernandes. O desfecho dessa história é que uma região do cérebro deixa de ser abastecida e, com isso, vários neurônios morrem sem receber oxigênio e nutrientes. Hemorrágico Intimamente relacionado à hipertensão, esse tipo abrange cerca de 20% dos episódios de AVC. “Com o aumento da pressão dentro dos vasos, formam-se balõezinhos na parede das pequenas artérias. Eles, então, incham e estouram”, descreve Fernandes. “Aí, ocorre um sangramento dentro do cérebro, capaz de distorcer sua anatomia”, explica o neurocirurgião Fernando Campos Gomes Pinto, do Hospital das Clínicas de São Paulo. A versão hemorrágica é a mais letal. “Mais de 30% das vítimas acabam morrendo”, lamenta Pinto. A hora do ataque Conheça os indícios que prenunciam o derrame e como os médicos o contêm Os sinais “Tanto o AVC isquêmico quanto o hemorrágico podem começar com os mesmos sintomas”, conta o neurologista Antônio Cezar Galvão, do Hospital Nove de Julho, em São Paulo. São eles: paralisia ou dormência de um lado do corpo, dificuldade para falar ou enxergar e problemas de coordenação motora. “Dores de cabeça súbitas e violentas também indicam o problema, sobretudo o hemorrágico”, diz Galvão. Há vítimas que entram em coma logo depois do golpe. O atendimento Quanto mais cedo ele é feito, melhor — estão em jogo a vida e a dimensão das lesões e das sequelas. Chame o resgate ou leve o indivíduo a um hospital com serviço de neurologia. “O paciente com AVC é sempre prioridade absoluta”, diz a neurologista Gisele Sampaio Silva, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. “Ele será submetido a exames como a tomografia de crânio, que aponta qual é o tipo de derrame.” O tratamento A versão isquêmica tem de ser remediada em cerca de quatro horas. “Injetamos uma substância capaz de dissolver o coágulo que está entupindo a artéria no cérebro”, explica Galvão. “Mas, depois de quatro horas, o medicamento pode induzir sangramentos.” Já o AVC hemorrágico costuma cobrar cirurgia. “A intenção é remover o hematoma e criar espaço para o tecido cerebral que estava comprimido”, conta Fernando Pinto. Diogo Sponchiato - Revista Saúde

21 de set. de 2010

A loira no avião


Um avião está a caminho de Toronto, quando uma loira da classe econômica se levanta, caminha para a primeira classe e senta-se ali.

A aeromoça observa o que ela faz, e pede para ver sua passagem.
Diz para a loira que ela pagou por classe econômica e que deve se sentar nos fundos.

A loira responde:
- Sou loira, sou bonita, eu estou indo para Toronto e vou permanecer aqui mesmo.
A aeromoça vai até a cabine e fala ao piloto e co-piloto que tem uma loira sentada na primeira classe, que deveria estar na classe econômica, mas não quer voltar para seu assento.

O co-piloto vai até a loira e tenta explicar que ela pagou somente por classe econômica que ela deve sair dali e retornar para seu assento.
A loira responde: - Sou loira, sou bonita, eu estou indo para Toronto e vou permanecer aqui mesmo.
O co-piloto diz ao piloto que provavelmente deveriam ter a polícia esperando quando eles aterrizassem para prender esta mulher loira que não queria cooperar.
O piloto diz: - Você disse que ela é loira? Eu vou falar com ela, sou casado com uma loira. Eu falo 'loirês'.

Ele vai até a loira e sussura algo em seu ouvido , e ela diz: - oh, me desculpa.
E levanta-se e vai de volta para o seu assento na classe econômica. A aeromoça e o co-piloto estão boquiabertos perguntaram a ele o que ele disse para fazé-la mudar sem nenhuma frescura.
Eu disse a ela: - A primeira classe não está indo para Toronto.

Stanislaw P. Preta

Aí gente, vão algumas frases atualíssimas da tia Zulmira, psicoestenografadas pelo Stanislaw P. Preta. "- No Brasil a política se resume em não deixar a onça com fome nem cabrito morrer." "A verdade é que ninguém chega impunemente a presidente da república." "Os candidatos nacionais são sempre tão ruins que eu invariavelmente voto em branco com a consciência tranquila de ter cumprido da melhor maneira o chamado dever cívico." "A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento." Saravá a todos!

Gerenciamento de carreira em tempos de incerteza


Um bom plano de carreira para situações de incerteza e contingências deve se apoiar em duas coisas. 


Descubra quais são elas. O que alguém que vem da área de finanças e de mercado de capitais tem a ensinar sobre como conduzir um plano de carreira? 


O dinamismo e a incerteza dos mercados financeiros nos fazem ver as coisas de uma forma um pouco diferentes do habitual. Qualquer tentativa de antecipar os movimentos futuros do mercado é futilidade, ingenuidade ou, em situações mais extremas, puro charlatanismo. Uma das primeiras lições que aprendemos no mercado (e geralmente essa lição vem com um pouco de dor) é: o que realmente importa não é o que você vai fazer, mas sim “o que fará se aquilo que queria fazer der errado”. 


 Essa visão vem ainda ao encontro dos primórdios da minha vida acadêmica. Quando entrei na faculdade, no final dos anos 80, era o auge da infame “reengenharia”. A minha geração profissional foi formada em uma situação, no mínimo, ambígua. Aprendíamos sobre as coisas que o mercado buscava em um profissional. E ao mesmo tempo assistíamos “de camarote” a executivos (às vezes os próprios pais dos colegas de escola) caírem como moscas. Eram aqueles executivos que haviam feito “tudo direitinho”, feito todos os cursos, lido todos os manuais, fizeram aquilo que lhes disseram que era certo. 


De uma hora para a outra a realidade mudou, todos ficaram obsoletos e foram devidamente “reengenheirados”. Muitas das práticas corporativas mais populares vêm da doutrina militar. Termos como “estratégia” e “posicionamento” tem alta conotação bélica, mas até a doutrina militar mudou. Hoje se fala em “guerra assimétrica”, onde o inimigo não é mais um exército organizado, e sim um terrorista em um ambiente urbano caótico, onde não é possível distingui-lo de cidadãos comuns e inocentes. A zona de guerra é um ambiente mais dinâmico e incerto do que jamais foi, e muitos teóricos militares dizem que estamos deixando a “era da estratégia” e entrando na “era das contingências”. 


Hoje um bom plano de contingência vale tanto ou mais que uma boa estratégia. Saindo um pouco do front e voltando para a nossa realidade profissional, o Brasil hoje passa por um momento econômico promissor. A economia está aquecida, e alguns entendidos do assunto dizem que o mercado de trabalho também está. Estamos em uma situação “confortável”. Talvez tão confortável quanto nos dias “pré-reengenharia”, onde o gerenciamento da carreira não era uma coisa com que se preocupar. Mas há algo, no mínimo, estranho no ar. Os sábios chineses já diziam que “o rabo não balança o cachorro”. 


O Brasil está indo bem enquanto os EUA e a Europa Ocidental naufragam, e até mesmo os chineses começam a apresentar sinais de cansaço. Podemos, muito em breve, ter um novo “chacoalhão” por aqui. O que vamos fazer dessa vez? Um bom plano de carreira para situações de incerteza e contingências deve se apoiar em duas coisas: uma honesta e profunda avaliação de nossas realizações e fraquezas, e um plano de aprendizado e desenvolvimento pessoal que dê ênfase na versatilidade e na capacidade de adquirir novas habilidades rapidamente. À medida que a realidade à nossa volta fica mais caótica e dinâmica, as carreiras deverão, igualmente, ficar menos lineares rumo às posições de topo das organizações. O plano de carreira será, cada vez mais, um plano de aprendizado, pois faremos muitas coisas novas e que não prevíamos. E será preciso dar ênfase não às habilidades em si, mas sim às chamadas “meta-habilidades”, que são “habilidades que criam habilidades”. 


São normalmente as habilidades relacionadas ao aprendizado e a comunicação. Conhecer “de cor e salteado” os mais modernos modismos gerenciais, todas as atuais práticas contáveis e para que serve cada função daquele ERP de última geração tem o seu valor, mas esse tipo de habilidade rapidamente fica obsoleta e perde valor. Agora, ter a capacidade de aprender e compreender os próximos modismos, práticas contábeis e sistemas que vêm por aí mais rápido e com mais eficiência que seus colegas, é algo cujo valor só aumenta. E você? Já fez o seu plano de aprendizado? 
  André Massaro

19 de set. de 2010

Sem GPS

Todas as vezes que ouço falar em livro de autoajuda, me dá vontade de puxar, entre os documentos de minha carteira, um papelzinho dobrado em quatro. Nele estão impressos os versos de Cantares, escritos por Antonio Machado*.
Machado foi um escritor espanhol da chamada Geração 98 (a cifra se refere ao ano de 1898), um dos maiores e mais populares poetas do país. Morreu de desgosto no fim da Guerra Civil espanhola, exilado na França, no povoado de Collioure, a poucos quilômetros da fronteira com sua terra natal. O poema diz mais ou menos o seguinte: "Caminhante, são tuas pegadas o caminho e nada mais; Caminhante não há caminho, se faz o caminho ao andar. Ao andar se faz o caminho, e ao voltar a vista atrás se vê a senda que nunca se há de voltar a pisar." Em poucas linhas, Machado nos diz que na vida não existe disponível um aparelho de GPS que possa nos indicar, a partir do conforto de nossa existência cotidiana ou das sombras de nossa indecisão, qual é o melhor caminho a seguir diante das encruzilhadas que o destino nos coloca.
Que a vida não acontece em linha reta e que ninguém sabe o caminho certo. E, desde o dia em que li esses versos, passei a desconfiar das prateleiras repletas de conselhos mágicos, presos entre as páginas de algum livro, prometendo a garantia de encontrar uma luz que ajude a circular sem preocupações pela selva da existência.
Meu amigo Arnaldo P. me disse uma vez: "Os sinais estão em todos os lugares, é só prestar atenção neles". Tem razão, é disso que se trata. DE TOMBO EM TOMBO "Tudo está conectado como parte de um grande todo, e cada coisa acontece não por si só, mas por causa das outras partes. Quem tem uma boa ideia das coisas e dos lugares será capaz de entender o sentido espiritual da existência." Quem escreveu isso foi Roger Bacon, o Doctor Mirabilis**, frade e filósofo inglês, em 1266. Ele achava que para entender o mundo era necessário prestar atenção a todos os detalhes. Buscar o conhecimento em um lugar só, nos conselhos e na visão de uma pessoa, me parece cômodo demais para o cérebro indeciso. Sem esforço não existe a recompensa. Porque aprender a viver é como aprender a andar de bicicleta. E, que eu saiba, ainda não existe nenhum livro escrito sobre isso. A única maneira de aprender é pedalando até se equilibrar. Não importa, assim como na vida, quantos tombos se leve. *Antonio Cipriano José Maria y Francisco de Santa Ana Machado y Ruiz (1875-1939). Outra frase de Machado é: "Onde houver vinho toma vinho e se não houver, rapaz, o que custa beber água gelada?". **Doctor Mirabilis, em latim, pode ser traduzido como "Doutor Maravilhoso". A obra citada é Opus Magnus. J. R. Duran

Faz algum sentido?


A gente só é capaz de compreender o significado da vida quando olha a existência sob outra perspectiva

  Depois de 7,5 milhões de anos de cálculos, o ultracomputador desenvolvido exclusivamente por uma raça de seres estelares para responder qual é “o sentido da vida, do universo e de tudo o mais” finalmente dá sua resposta. 


Anunciada “com majestade e calma infinitas”, o Pensador Profundo – esse é o nome do computador, de acordo com o Guia do Mochileiro das Galáxias, escrito por Douglas Adams – fornece a chave que irá desvendar o principal enigma do cosmos. 


E a resposta dele para o sentido da vida é... 42. Isso mesmo, o número 42. O que suscita outras dezenas de milhões de perguntas, que podem ser resumidas numa só: “42 o quê?!?” Esse é o problema. Para entender o sentido da vida – e, por enquanto, vamos admitir que ela tenha um –, é preciso compreender algo que não está diretamente contido na própria vida. 


Como o arco-íris, que não existe por si mesmo, mas que é apenas o resultado da interação entre nosso olho e a refração da luz nas gotículas de água, o significado da existência também nasce de uma parceria entre nós e aquilo que achamos que é a realidade. É uma atribuição ao que vivemos e experimentamos. Portanto, o número 42 como resposta, assim como a própria vida, pode não ter sentido nenhum. Somos nós que atribuímos, ou não, um significado para ele, com base no que vivenciamos e entendemos do mundo. 


 Por que será que precisamos tanto atribuir um valor especial para a vida? E quais os fatores que nos ajudariam a vivê-la mais plenamente? Bom, aí já dá para responder. Quando comecei a refletir sobre esta reportagem, lembrei-me de Deus. Mais especificamente, das primeiras páginas do Gênesis. Depois de haver criado céus e terra, peixes, animais, florestas e o ser humano, Ele teve um momento de contemplação. Olhou para sua criação e viu que tudo aquilo era bom. Foi a primeira atribuição de sentido para a vida: a de que ela era simplesmente boa. Não importa se no pacote vieram dor de dente e uma vaga atrás da coluna na garagem do prédio. No geral, ela é boa e generosa. No particular, pode incluir problemas. 


 “Mesmo quando achamos que a vida não tem nenhum sentido, estamos atribuindo um sentido para ela: o de que a existência é absurda, caótica, sem significado ou coerência”, diz a psicóloga paulista Karen Jimenez. Bom, ela tem razão. Esse olhar já carrega um monte de sentidos, inclusive. Ao contrário de Deus contemplando sua criação, muitas pessoas acham que vida é ruim, injusta, desagradável e até negativa. E, para a maioria delas, essa apreciação é deprimente. “Ela pode levar a um desânimo total”, diz Karen. Agora, sugere Karen, pergunte para uma pessoa que está vivendo uma grande paixão o que ela acha da vida. 


Ou a uma criança brincando num parquinho. Ela nem vai querer perder tempo em responder a essa questão, tão interessada que está em viver. “Quem acha que a existência não tem sentido é porque perdeu seu encantamento por ela. Está desapaixonado pela existência. E qualquer coisa que não nos apaixona automaticamente nos desinteressa.” Nessa condição, tudo fica cinzento, com cara de dia nublado. “Somos seres que precisam de significado, seja no trabalho, seja nos relacionamentos ou nos seus projetos.” O sentido ativa nossa emoção – como o nome diz, aquilo que nos move para a ação. 


“Ele nos devolve o prazer, o desejo de interagir, de criar”, diz Karen. Um dos segredos, então, é se apaixonar novamente por ela, descobrir seu encanto. Esse estado de graça geralmente nasce de uma harmonia interior, essencialmente espiritual, que se traduz depois numa harmonia exterior. Como diz Sócrates, em Fedro, na sua pungente prece: “... ajudai-me a buscar a beleza interior e fazer com que as coisas exteriores se harmonizem com a beleza espiritual”. Para a maioria de nós, esse sentimento de plenitude surge quando sentimos que estamos realizando o propósito do que viemos fazer nessa vida, algo que é único e individual. Aí a existência se reveste de sentido e beleza. “Imagine que o único propósito da vida seja só sua felicidade – então a existência seria uma coisa cruel e sem sentido. 


Porém, seu intelecto e seu coração lhe dizem que o significado da vida é servir à força que o enviou o mundo. Então, quando isso acontece, a vida se torna uma alegria”, escreveu o russo Leon Tolstoi. Por que será que funcionamos assim? Por que o absurdo e a falta de sentido da vida nos incomodariam tanto? Uma teoria, por favor Quando a vida viola nossa lógica e expectativa, quando ela foge daquilo que supomos que aconteceria, mergulhamos num sentimento que o filosófo dinarmarquês Soren Kierkegaard descreveu como uma inquietante “sensação do absurdo”. É algo tão desagradável, tão desorientador, que o cérebro imediatamente se prepara para desenvolver uma coerência para aquilo que nos tirou do chão. 


“Ficamos tão motivados em nos livrar dessa sensação que passamos a procurar significado e coerência em qualquer outro lugar”, diz Travis Proulx, pesquisador da Universidade de Santa Bárbara, na Califórnia, envolvido com estudos sobre como o absurdo molda o cérebro humano. Em entrevista ao jornal The New York Times, ele diz que cérebro é programado para identificar padrões e predizer o que está para acontecer com base neles. Os padrões nos dão um sentido, algo muito útil desde que o ser humano desceu das árvores e se colocou em contato direto com leões e outros predadores. Enfim, somos treinados para antever que isso mais aquilo só pode dar naquilo. Agora, imagine o que acontece quando a vida diz o contrário? De certa forma, enlouquecemos. Além disso, o cérebro é reacionário. 


Ele “gosta” de padrões, de algo que se repete e que lhe permite fazer previsões, pois funciona a partir delas. E são justamente as sequências previsíveis que permitem a leitura de um significado. “Quando os padrões se rompem (por exemplo, quando alguém tropeça em algo inesperado, como uma poltrona de plástico no meio de uma floresta), imediatamente o cérebro passa a tatear por algo que faça sentido”, diz o pesquisador. Ou seja, passa a formular hipóteses, um dos passatempos prediletos da humanidade. Não nos conformamos facilmente com algo sem explicação. Porém, mesmo quando estamos confusos e desesperados, e quando a vida parece não ter significado algum, algo pode ocorrer. 


As enfermeiras francesas Rosette Poletti e Barbara Dobbs, no livro Dar Sentido à Vida, falam da importância dos acontecimentos inesperados que podem mudar radicalmente nosso olhar sobre a existência, para melhor. “Mesmo numa vida que está indo à deriva, quando uma pessoa não leva mais adiante nenhuma busca de sentido, não acredita mais em seu futuro, não espera mais nada e quando nada mais tem significado para ela, sempre existe a possibilidade de uma reviravolta inesperada, surpreendente e, às vezes, milagrosa”, afirmam elas, que, inclusive, acompanharam muitos desses casos. O que as autoras afirmam é que o inexplicável pode sempre acontecer e mudar completamente uma convicção, uma situação, um jeito de ser. Isto é, algo improvável pode ocorrer e ser capaz de nos dar novamente um sentido à vida. 


É sempre bom ter essa possibilidade em mente. O andar do bêbado O problema é que a existência também parece estar cheia de fatos aleatórios, não previsíveis e sem significado aparente. Essa falta de sentido é tão perturbadora que outro pesquisador, o físico Leonard Mlodinow, da Universidade de Berkeley, na Califórnia, se dedicou a escrever um livro inteiramente sobre como o acaso atropela e muitas vezes determina nossas vidas. O título é ótimo: O Andar do Bêbado. Diz o autor que a vida pode ser tão previsível quanto os passos de alguém que bebeu muito depois de uma festa. Ou que eles podem até ter um sentido. Mas que pode demorar muito para a gente saber qual. A tarefa a que o físico se propõe é falar sobre as leis que regem o acaso aparente, devolvendo um sentido à vida ao sustentar que eles não são tão aleatórios, imprevisíveis e caóticos assim. Isto é, que eles têm uma causa. 


 Ele também reconhece que a falta de significado existencial pode mexer muito com nosso equilíbrio emocional. “De fato, a resposta humana à incerteza é tão complexa que, por vezes, distintas estruturas cerebrais chegam a conclusões diferentes e aparentemente lutam entre si para determinar qual delas dominará as demais”, diz Mlodinow. Ou seja, ficamos confusos num mar de suposições de probabilidades. E tendemos a nos guiar pelas estatísticas: se determinada coisa aconteceu quatro vezes, é bem provável que também acontecerá uma quinta. Ou, então, a seguir a intuição, que muitas vezes desdiz o senso comum. O físico desconfia dessas duas respostas. 


Ele acha que por trás da aleatoriedade funcionam outras regras, que pouco têm ver com a intuição ou o senso comum. E que conhecê-las nos ajuda a compreender a existência. “A capacidade de tomar decisões e fazer avaliações sábias diante da incerteza é uma habilidade rara. Porém, como qualquer habilidade, pode ser aperfeiçoada pela experiência”, diz ele. O acaso não é por acaso Uma das primeiras leis a se conhecerem, por exemplo, está baseada na Teoria dos Jogos, elaborada por um psicólogo, Daniel Kahneman, que, contra todas as probabilidades, acab ou ganhando o Nobel de Economia em 2002. 


Aconteceu algo extraordinário com ele. Indicado para dar apoio psicológico a professores de pilotos de caça israelenses pela Universidade Hebraica, ele logo imaginou ensinar aos instrutores de pilotos a estratégia de recompensar comportamentos positivos em vez de punir equívocos, prática que funciona muito bem com ratinhos de laboratório. Mas um de seus alunos-instrutores discordou veementemente. “Muitas vezes elogiei meus alunos por manobras bem executadas, e na vez seguinte os pilotos sempre se saíam pior. E já gritei com eles por manobras mal executadas, e eles melhoraram logo em seguida”, disse ele. 


Essa reclamação espontânea foi o primeiro passo para o Prêmio Nobel de Kahneman. Em vez de impor suas ideias, ele foi atrás da razão por que acontecia isso – isto é, do sentido. E observou que estava diante de um fenômeno chamado de regressão à média. Descobriu que desempenhos extraordinários – tanto ruins quanto bons – eram pura questão de sorte ou azar, já que a tendência dos pilotos aprendizes era ter um desenvolvimento médio que evoluía lentamente. E que no dia seguinte após de um grande feito, ou um fracasso, a tendência era voltar à média. 


Por isso o instrutor tinha a impressão de que o elogio não funcionava, pois no dia seguinte o piloto voltava ao desempenho normal e não conseguia repetir seu feito. Também por isso é que ele pensava que a bronca dava certo – pois após uma barbeiragem a tendência do piloto era voltar à média e “melhorar”. O que Leonard Mlodinow explica em seu livro são as diversas leis, segundo vários autores e cientistas, que agem com relação à aleatoriedade. 


Em outras palavras, o acaso existe, mas há muitas leis que o regem que desconhecemos. Em outras palavras, ele diz que o acaso não é caótico nem absurdo, mas que segue leis complexas que ainda não conseguimos desvendar. Isso complica um pouco as coisas, que não são tão simples e diretas quanto podemos imaginar e prever. “Sei que a vida parece ter sentido, mas não sei exatamente qual”, diz com sinceridade o administrador de empresas paulista Fabio Constantino Magalhães. 


“Acho que levaria muito tempo para compreendê-la e mais tempo ainda para poder manipulá-la”, afirma. Sabiamente, ele admite seus imprevistos e acasos e não se horroriza mais com eles. “Nunca vou conseguir controlá-los, mesmo”, diz. Prefere então levar a vida com senso de humor, acreditando num sentido maior favorável e generoso, mas não necessariamente explícito e identificável para nós. Em resumo, mesmo não dominando as leis que regem o acaso, e tomando decisões imperfeitas e fazendo muitas bobagens, é possível que a existência, ainda assim, esconda um sentido oculto. O filosófo alemão Arthur Schopenhauer dizia que, perto do fim da vida, temos a chance de olhar para trás e contemplá-la. 


Dessa maneira vamos perceber como cada evento, que se acreditava ser apenas uma nota isolada e sem relação com as outras, na verdade fazia parte de uma grande e bela sinfonia. Como todos aqueles que acham que a vida tem sentido, espero que ele tenha razão. Do caos à prática Sempre vai haver alguém para tentar explicar o significado da existência, mesmo afirmando que ela não tem sentido algum. Um dos maiores exemplos da ala dos que defendem o absurdo total da existência é o anárquico grupo de comediantes inglêses Monty Python. Nas primeiras cenas do filme O Sentido da Vida, realizado por eles, vemos um velho prédio que desliza por Manhattan, na verdade uma caravela repleta de piratas disfarçada. 


Os bucaneiros invadem a sala principal da Mais Grande (sic) Corporação das Américas enquanto Harry, um dos melhores executivos da empresa, explanava sobre o sentido da vida com base em dois conceitos fundamentais: o de que as pessoas não usam mais chapéus como antigamente e de que a alma só passa a existir depois de um longo processo de autoobservação. Executivos e piratas entram em luta, o narrador do filme pede desculpas por um início tão caótico, um prédio cai por cima do escritório-navio e a fita começa de novo. 


Para os integrantes do Monty Python, só o absurdo pode explicar o absurdo existencial. Esse tema também é muito caro aos fi lósofos. E para um historiador da filosofia, o inglês Julian Baggini. Competente e hábil nas tiradas típicas do humor britânico, ele escreveu o livro Para Que Serve Tudo Isso?, em uma notável tentativa de explicar o que os filósofos já falaram sobre o sentido da vida. Que, para ele, como para seus compatriotas do Monty Python, também não tem signifi cado algum. Mesmo assim, é uma delícia acompanhar seu raciocínio. Ao fazer isso, Baggini parece uma dona de casa inglesa de meia-idade que entra num quarto desarrumado para tentar organizá-lo, enquanto resmunga: “Céus, esses filósofos deixaram isso aqui um caos! Olha que ba-gun-ça!” 


Posso imaginá-lo examinando Soren Kierkegaard como se fosse um vaso de Murano e dizendo: “Esse aqui eu vou colocar ali! Sartre com aquelas teorias existencialistas, vou pôr perto da entrada, para não atrapalhar depois, e Schopenhauer vai ficar melhor ali, ao lado da felicidade...” Assim Baggini vai espanando, trocando móveis de lugar, colocando fora o que não interessa. Quando a gente termina o livro, está tudo arrumadinho. Pode não ser do nosso gosto, mas numa coisa ele tem razão: é melhor pensar num quarto limpo. Depois de afastar a possibilidade da existência de um universo com propósito e significado já no primeiro capítulo e, com isso, a negar a hipótese de Deus (não é preciso concordar com ele, por sinal), Baggini navega por mares interessantes e insuspeitados, levando em conta toda a história da filosofia. Pode-se discordar, mas ele dá uma excelente base de discussão e nos ensina a raciocinar. No fim, ele próprio reconhece: “Temos que sair e viver a vida, e não conseguiremos fazê-lo se estivermos pensando inutilmente ‘para que serve tudo isso’”. 


Ele reconhece que a filosofia serve para se raciocinar sobre a vida e que isso é legal – se não ocupar tempo demais. Em vez de se perder em elucubrações, Baggini propõe algo bem mais prático: amar. “O amor dá sentido à vida mesmo que ela não tenha sentido ou propósito”, afirma. “O amor – em todas suas formas – é crucial para os seres humanos e uma das coisas que fazem com que valha a pena existir.” Com ele é mais fácil enfrentar a incerteza, a fragilidade e a imprevisibilidade da existência, diz Baggini. Num dos seus contos, outra vez o escritor russo Leon Tostoi dá as chaves para que a vida tenha sentido: priorizar o que está acontecendo a cada instante, considerar como a mais importante do mundo a pessoa que está a seu lado naquele momento e fazer tudo que estiver ao seu alcance para torná-la feliz. 


 Ou, como diz Robin S. Sharma no livro Descubra seu Destino, ouvir o chamado do seu propósito de vida, transformar as provações diárias em experiências recompensadoras e saber amar. Nas palavras de Baggini, degustar a vida e vivê-la com amor. Parece que pelo menos nisso dá para concordar com eles. 
Liane Alves

18 de set. de 2010

Novidade no Aeroporto de Paris

Depois dos banheiros químicos, os franceses aparecem com esta...
Chegou a Sleepbox no Aeroporto Charles de Gaulle em Paris.
Como o nome indica, trata-se de uma caixa de 2m x 1,40m x 2,30m para ter momentos de sono tranquilo e descanso numa cidade, sem perda de tempo à procura de hotel.
Idealizada para estações de trem, aeroportos, locais públicos, e outros locais onde haja aglomerações de gente exausta.
Qualquer pessoa pode passar a noite em segurança e de forma barata, em emergência, num espaço que tem cama e está equipado com sistema de mudança automática de lençóis, ventilação, alerta sonoro, televisão LCD incorporada, WiFi, plataforma para um computador portátil e fones recarregáveis.
Há um espaço para as malas. O pagamento é feito em terminais, que dão ao cliente a chave (eletrônica) desde 15 minutos até várias horas.

Aprender a Ver

Aprender a ver, habituar os olhos à calma, à paciência, ao deixar que as coisas se aproximem de nós; aprender a adiar o juízo, a rodear e a abarcar o caso particular a partir de todos os lados. Este é o primeiro ensino preliminar para o espírito: não reagir imediatamente a um estímulo, mas sim controlar os instintos que põem obstáculos, que isolam. Aprender a ver, tal como eu o entendo, é já quase o que o modo afilosófico de falar denomina vontade forte: o essencial nisto é, precisamente, o poder não "querer", o poder diferir a decisão. Toda a não-espiritualidade, toda a vulgaridade descansa na incapacidade de opor resistência a um estímulo, tem que se reagir, seguem-se todos os impulsos. Em muitos casos esse ter que é já doença, decadência, sintoma de esgotamento, quase tudo o que a rudeza afilosófica designa com o nome de "vício" é apenas essa incapacidade fisiológica de não reagir. Uma aplicação prática do ter aprendido a ver: enquanto discente em geral, chegar-se-á a ser lento, desconfiado, teimoso. Ao estranho, ao novo de qualquer espécie deixar-se-o-á aproximar-se com uma tranquilidade hostil, afasta-se dele a mão. O ter abertas todas as portas, o servil abrir a boca perante todo o fato pequeno, o estar sempre disposto a meter-se, a lançar-se de um salto para dentro de outros homens e outras coisas, em suma, a famosa "objectividade" moderna é mau gosto, é algo não-aristocrático por excellence. Friedrich Nietzsche

17 de set. de 2010

Lançar a capa


“49 E JESUS, PARANDO, DISSE QUE O CHAMASSEM; E CHAMARAM O CEGO, DIZENDO-LHE: TEM BOM ÂNIMO; LEVANTA-TE, QUE ELE TE CHAMA. “
50 E ELE, LANÇANDO DE SI A SUA CAPA, LEVANTOU-SE, E FOI TER COM JESUS.” 
MARCOS 10:49-40 

E Jesus, parando, disse que o chamassem. Parando é gerúndio (terminação verbal pelo sufixo ndo), e gerúndio denota ação continuada do verbo. Parando, porque Jesus não para, não cessa. Parando é uma diminuição no ritmo, não ocorrida por acaso ou pela simples vontade da inércia, mas com certa finalidade. O Cristo continua parando na saída de Jericó para atender os nossos rogos. Onde a luz entra leva esclarecimento e conforto à treva, desativando-a. É o que notamos em relação à multidão, porque se antes egoísta, sob a influência benfazeja do Mestre assume nova postura, a de chamar o cego. E nesse chamar um coração entra em relação vibracional com outro sem que exista a necessidade do contato físico, sem que seja preciso uma linha de ressonância física. É o que ocorre em meio à nossa grande indiferença, muitas vezes conseguimos identificar emoções, fatos e circunstâncias que nos encaminham para o bem. 

Muitas pessoas que aparentemente surgem ao acaso em nossa vida fazem esse papel de nos impulsionar para a frente, chegando no momento propício para a nossa melhoria, nos chamando diante da passagem do Cristo. Aquele que está perdido, seja em qual terreno for, sempre é achado pela misericórdia. A todo o tempo ele é achado, mas o difícil é nós nos acharmos. Cabe-nos ter ouvidos para ouvir, coração aberto para nos sensibilizarmos com a nova proposta, a fim de assimilarmos a sua mensagem num plano de adesão aplicativa. 

 O chamar é o que a caridade espera de nós (vamos abordar o assunto com tranquilidade no capítulo A CARIDADE). Deus não espera que resolvamos o problema de quem quer que seja, a nossa função na caridade é chamar o outro. Achamos muitas vezes que no terreno do amor operacionalizado fazemos muito, mas a nossa função é chamar, chamar o cego a multidão podia fazer. O Cristo é quem realiza, faz o que somente ele pode fazer, nos acode no atendimento às necessidades nossas. Vale lembrar que na ressurreição de Lázaro o processo foi quase análogo, ou seja, os circunstantes retiram a pedra que cerrava o sepulcro e lhe desatam, ao passo que o Cristo opera a ressurreição. No acolhimento do chamado o cego lança de si a sua capa. Porque não tem como chegar a Jesus utilizando capa. Ela é aquilo que serve para cobrir, é proteção, aparência, exterioridade, peça de vestuário usada sobre a roupa para proteger quem a veste. 

Ela é a crosta que nos envolve, o envolvimento periférico resultante da marginalização e da acomodação a que ajustamos nos séculos. E não são poucas as capas que trazemos. Muitas são as mágoas, as vibrações do orgulho, a vaidade, a presunção, o egoísmo, os interesses ou os desejos que, formando uma pesada capa, nos impossibilita acesso à verdade, nos impossibilita ver Jesus e estar com ele. Não tem como chegar ao Cristo assim. Lançar a capa é desenfaixar a alma, é desvincular-se dos envoltórios da ilusão, é despir-se dos valores que nos prendem ao passado. É a necessidade de nos desvestirmos, aliviando a carga para buscarmos e estarmos com o grande amigo da humanidade. O cego percebeu a necessidade de aliviar-se, para receber a bênção da divina aproximação lança fora de si a sua capa, correndo ao encontro do mestre e alcançando novamente a visão para os olhos apagados e tristes. 

 Criaturas humanas exibem diversas capas, alegam que a luta humana permanece repleta de requisições variadas, utilizam máscara da conveniência, dizem que é imprescindível atender à movimentação do século, porém, se alguém deseja sinceramente a aproximação de Jesus, para a recepção de benefícios duradouros, lance fora de si a capa do mundo transitório e apresente-se ao Senhor tal como é, sem a ruinosa preocupação de manter a pretensa intangibilidade dos títulos efêmeros, sejam os da fortuna material, ou os da exagerada noção de sofrimento. A manutenção de falsas aparências, diante do Cristo ou de seus mensageiros, complica a situação de quem necessita. E nada peças ao Senhor com exigências ou alegações descabidas, apenas despe tua capa mundana e apresenta-te como é, sem mais nem menos. 
Marco Antônio Galvão

16 de set. de 2010

A caridade

A caridade é o processo de somar alegrias, diminuir males, multiplicar esperanças e dividir a felicidade para que a Terra se realize na condição do esperado Reino de Deus. Emmanuel
Picture by William-Adolphe Bouguereau

Bolo "Nêga Maluca"

Uma senhora entra numa confeitaria e pede ao balconista um Bolo "Nêga Maluca".
O balconista diz à cliente que usar o nome "nêga maluca", hoje em dia, pode dar cadeia, devido à: - Lei Affonso Arinos; - Lei Eusébio de Queiroz; - Artigo Quinto da Constituição; - Código Penal; - Código Civil; - Código do Consumidor; - Código Comercial; - Código de Ética; - Moral e Bons Costumes, - Além da Lei 'Maria da Penha' ...
- Então, meu filho, como peço a porra desse bolo ? - Bolo Afro-descendente com distúrbio neuro psiquiátrico...

Sutileza feminina

Um homem telefona para a sua esposa e diz: - Querida, o meu chefe convidou a mim e a alguns dos seus amigos para irmos pescar num lago distante. Vamos ficar fora uma semana. Esta é uma excelente oportunidade para eu conseguir a promoção que tenho esperado; por isso me prepare roupa suficiente para uma semana, e também a minha caixa de apetrechos de pesca. Vamos partir diretamente daqui do escritório, e vou passar aí apenas para apanhar essas coisas.
- Ah... Por favor, coloque também o meu pijama novo, aquele de seda azul.
A mulher acha que isso soa um bocado estranho, mas atende ao pedido do marido.
No fim-de-semana seguinte, ele regressa da pescaria um tanto cansado; mas, fora isso, nada de anormal. A mulher recebe-o com um beijo e pergunta-lhe se apanharam muitos peixes.
Ele responde: - Sim! Muitos pargos, algumas garoupas e uns poucos carapaus. Mas, por que é que você não colocou o meu pijama de seda azul, tal como pedi?
A mulher apenas olha fixamente nos olhos dele e responde segura de si: - Coloquei sim, querido! Coloquei-o dentro da caixa de apetrechos de pesca.
Moral da história: Nunca duvide da capacidade de raciocínio de uma mulher !! Mulher burra... Nasce homem

13 de set. de 2010

A democracia no Brasil


Em feitio de exceção 
Um quarto de século de retomada da normalidade institucional em tese seria tempo suficiente para a democracia ter sido incorporada à cena nacional com a naturalidade das coisas que simplesmente "são". 

Como água encanada e luz elétrica. Na prática, porém, não tem funcionado assim: temos discutido muito a democracia no lugar de exercê-la sem discussão, o que seria muito mais natural. Depois de reconquistada a democracia a impressão que dá é que o País não sabe direito o que fazer com ela. A questão continua em aberto como ainda nos faltasse, fosse uma meta a ser alcançada, uma cidadela em permanente risco. Comparemos, para efeito de raciocínio, com a estabilidade econômica. Tem dez anos a menos e já saiu da agenda para entrar no campo dos consensos. 

Daqueles arraigados aos quais não há quem ouse agredir sob pena de perder a batalha na sociedade, de tão consolidado que está o conceito. Não se observa produção robusta e recorrente de pregações sobre os benefícios da estabilidade e a necessidade de preservá-la. Ela "é" e ponto final. Auto-explicável, auto-aplicável, compreendida e absorvida. 
Dora Kramer 



O pão, o circo e o voto 

O momento vivido pelo País tem despertado questões e aflições. 

Vamos enunciar algumas delas e tentar esclarecer os horizontes. "Muita gente acha que a democracia corre riscos quando a lei é menosprezada. Não se sabe se a legalidade que temos é firme o suficiente pra impedir retrocessos." A legalidade é firme? 

Em 1946 pensávamos que a Constituição democrática que encerrou o ciclo da ditadura Vargas tinha o apoio irrestrito do povo brasileiro e que, por isso, duraria muito; mas a volta do antigo ditador ao poder quatro anos depois, e o aparelhamento do Estado por seus seguidores abalaram nossa confiança na permanência da ordem constitucional democrática. A desestabilização das instituições não se deveu, então, à Constituição, mas aos que no governo e na oposição fraudaram a sua letra e o seu espírito, como sucederia também de 1961 a 1964. 

Não me animo a fazer prognósticos, ainda que acredite na possibilidade de se praticarem políticas constitucionalmente heterodoxas, como, aliás, pode ocorrer com quaisquer partidos ou pessoas que estejam no poder. Melhor será pensar o nosso presente e o nosso futuro em períodos longos como propuseram os grandes historiadores franceses da escola conhecida como Annales. 

Sem nenhuma vulgaridade, o ciclo que vivemos no Brasil obedece ao imperativo de por comida no prato de todos os brasileiros e de levar aos menos afortunados educação, saúde, inserção social e participação política. Ainda uma vez, embora não queira ser pitonisa, parece-me que enquanto não se exaurir esse ciclo, a maioria dos cidadãos não atribuirá importância decisiva à boa governança, à probidade inatacável dos gestores do Estado, ao respeito que eles devem às limitações constitucionais e à ética política. O ideal é que o progresso material e a evolução moral sigam pari passu. 

Isto me parece possível e percebo claramente que as pessoas e as comunidades urbanas beneficiadas por programas sociais efetivos e bem administrados despertam para outros tipos de exigência, como exação e probidade não só dos servidores do Estado como de seu próprio grupo. "O presidencialismo imperial quebra o equilíbrio entre os poderes. A ponto de Lula ter dito à sua candidata, há algumas semanas: "Espero que o seu Congresso seja melhor que o meu." O desejo de solução imediata e cabal dos problemas que afligem os mais necessitados se sobrepôs à legitimidade ética e à legalidade, representadas pela independência e equilíbrio dos poderes e a autocontenção dos que os exercem. Não são somente os pobres que assim procedem, mas também os que não o são. 

Quando o crime, organizado ou não, ameaça, pede-se ação drástica e muitas vezes injurídica, acreditando ser ela mais eficaz do que os procedimentos juridicamente legítimos. Isto não é de hoje, é de sempre, pois os antigos já diziam salus populi suprema lex est (o bem-estar do povo é a lei suprema), para se eximirem do cumprimento da lei. Da mesma forma, quando os juízes exigem da polícia e do Ministério Público o respeito à Constituição e à lei que limitam o discricionarismo na persecução penal, e mandam o Judiciário garantir os direitos individuais de inocentes e infratores, a reação da opinião pública e da opinião publicada quantas vezes denigre o Judiciário tachando-o de frouxo e covarde. 

Se o presidente do Supremo Tribunal concede habeas corpus a um homem rico, logo é suspeitado de subalternidade. Por ser rico, ninguém tem cassado os seus direitos fundamentais; tão pouco por ser pobre. "Os tribunais temem os riscos de enquadrar o presidente da República, que pouco se importa com os limites da lei." Não creio que os tribunais tenham medo de enquadrar o presidente. Compete-lhes julgá-lo somente por crime comum, uma vez que os de responsabilidade são da alçada do Congresso. Em matéria eleitoral, temos visto soluções salomônicas que multam o presidente e sua candidata, assim como os opositores de um e de outra. Talvez a Justiça Eleitoral se tenha dado conta dos seus excessos regulatórios que, restringindo os movimentos dos candidatos em dose cavalar, praticamente selam o resultado do pleito. Se o presidente, com seus altíssimos índices de popularidade, faz campanha desinibida por sua candidata, bafejada ainda pela cornucópia dos ricos, a igualdade visada pelo espartilho eleitoral é apenas uma balela. 

Fica assim demonstrado que o que assegura a lisura do pleito e a paridade dos candidatos na largada e no desenrolar da campanha eleitoral é menos a multa e muito mais a compostura das autoridades públicas - que, infelizmente, foi jogada no lixo. "A desvalorização do debate abre caminho para uma variante de ''democracia popular'' que poderia destruir as liberdades civis e dificultar a alternância de poder." A alternância dos partidos e dos governantes no poder é um dos requisitos da forma republicana do Estado, como sempre ensinaram as grandes vozes da democracia brasileira, mais que todas a de Rui Barbosa. Porém, essa alternância depende do voto que, sendo livre, não pode ser direcionado pela lei ou pelo ditado de juízes a desalojar quem está para entronizar outros que lá não estão. Independentemente dos critérios formais, o que ocorre hoje na disputa pela Presidência é a persistência do desejo de pão e circo. Mas, na medida em que se realize cabalmente, esse desejo cederá a vez a outro ciclo histórico, impulsionado pela aspiração coletiva e pessoal de valores como dignidade, liberdade e justiça. 

Então será a vez da oposição, se ela tiver paciência, determinação e fidelidade a esse ideário. "É preciso dotar a democracia brasileira de garantias mais sólidas." Cada povo tem o autoritarismo que merece e o Brasil tem vivido na ilusão de que a ordem justa e o bom governo nascem da autoridade, não da liberdade. Mas estamos aprendendo com a nossa própria experiência. Os presidentes Hugo Chávez e Lula têm nas qualidades cênicas - histriônicas frequentemente - um traço comum, a exemplo dos líderes carismáticos e autoritários do passado. Não temos democracia popular, o que temos são líderes popularescos que caíram no gosto da maioria, que os tem tornado imbatíveis, pelo menos até que a fome seja saciada. 
Célio Borja

10 de set. de 2010

Alerta importante


O resfriado escorre quando o corpo não chora. 
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições. 
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair. 
O diabetes invade quando a solidão dói. 
O corpo engorda quando a insatisfação aperta. 
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam. 
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar. 
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável. 
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas. 
O peito aperta quando o orgulho escraviza. 
O coração enfarta quando chega a ingratidão. 
A pressão sobe quando o medo aprisiona. 
As neuroses paralisam quando a "criança interna" tiraniza. 
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade. 

Preste atenção! 

O plantio é livre, a colheita, obrigatória ... 

Preste atenção no que você está plantando, pois será a mesma coisa que irá colher!

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