4 de set. de 2013

Velho ranzinza


Quando um velho homem morreu numa enfermaria de geriatria de um lar de idosos numa cidade do interior da Austrália, pensava-se que ele não tinha mais nada de qualquer valor.

Mais tarde, quando as enfermeiras reuniram os seus parcos pertences, encontraram este poema. 

A sua qualidade e conteúdo impressionaram tanto a equipe, que fizeram cópias e distribuíram por cada uma das enfermeiras do hospital. 

Uma das enfermeiras levou uma cópia para Melbourne ... 

O único legado deste velho homem para a posteridade já apareceu nas edições de Natal de revistas em todo o país e figura nas revistas de Saúde Mental. Uma apresentação de slides também foi feita com base no seu simples mas eloquente poema. 

E esse velho homem, com nada para dar ao mundo, é agora o autor deste poema "anônimo" que circula por toda a "net".

VELHO RANZINZA...
O que vêem vocês enfermeiras?... O que vêem vocês?
O que pensam vocês quando estão a olhar para mim?
Um homem tonto,... não muito sábio,
Habitualmente incerto… de olhar distante?
Que se suja com a comida... e que não faz qualquer comentário,
Quando você diz em voz alta... “Eu gostaria que você tentasse!”
Parece que não percebe... as coisas que você faz.
E que está sempre a perder... uma meia ou um sapato?
Que, resistindo ou não... a deixa fazer o que quiser,
E apenas com um banho e a alimentação... para preencher um dia inteiro?
É nisso que está a pensar?... É isso o que você vê?
Então abra os olhos, enfermeira... você não está a olhar para mim.
Eu vou lhe dizer quem eu sou ... enquanto permaneço sossegado, aqui sentado
À medida que ajo ao seu comando,... e como à sua vontade.
Eu sou uma criancinha de dez anos... com um pai e uma mãe,
Irmãos e irmãs... que se amam.
Um jovem de dezesseis... com asas nos pés,
Sonhando que muito em breve... uma namorada, ele vai encontrar.
Aos vinte, rapidamente, um noivo... o meu coração dá um salto
Lembrando os votos... que eu prometi respeitar.
Agora aos vinte e cinco... tenho os meus filhos,
Que precisam de mim para os guiar... e um lar seguro e feliz.
Um homem de trinta... os meus filhos estão a crescer rapidamente,
Ligados um ao outro... com os laços que devem durar.
Aos quarenta, os meus jovens filhos... cresceram e partiram,
Mas a minha mulher está ao meu lado... para ver que eu não me lamento.
Aos cinquenta anos, mais uma vez,... bebês brincam sobre os meus joelhos,
Conhecemos de novo, crianças... a minha amada e eu.
Dias sombrios caem sobre mim... a minha mulher agora está morta.
Eu olho para o futuro... e eu tremo de pavor.
Porque os meus filhos estão todos criando... os seus próprios filhos.
E eu penso naqueles anos... e no amor que eu conheci.
Agora eu sou um velho homem... e a natureza é cruel.
É um gracejo fazer a velhice... parecer uma tolice.
O corpo desintegra-se... a graça e o vigor desaparecem.
Existe agora uma pedra... onde um dia, eu tive um coração.
Mas dentro desta velha carcaça... ainda habita um homem novo.
E volta e meia... o meu coração maltratado incha.
Eu lembro-me das alegrias... eu lembro-me do sofrimento.
E eu estou a amar e a viver... a vida de novo.
Eu penso nos anos, todos muito curtos... que desapareceram num instante.
E aceito o facto gritante... de que nada dura.
Por isso, abram os olhos, gente... abram e vejam.
Não um velho tonto.
Olhem bem e... vejam ..EU!

Keith A. Wells Sr.

Lembrem-se deste poema, da próxima vez que se cruzarem com uma pessoa idosa, a qual poderão ignorar, sem ver a alma jovem dentro dela ... 

Um dia, vamos todos, ser idosos, também! 

"As coisas melhores e mais bonitas deste mundo não podem ser vistas ou tocadas. Elas devem ser sentidas pelo coração!"

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