22 de set. de 2007

Cazuza


Uma psicóloga que assistiu o filme Cazuza escreveu o seguinte texto:
"Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora. As pessoas estão cultivando ídolos errados. Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza? Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível. Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado. No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta. São esses pais que devemos ter como exemplo?
Cazuza só começou a gravar pois o pai era diretor de uma grande gravadora. Temos vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não. Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria? Como no comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor. Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO quando necessário? Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor. Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar. Não se preocupem em ser amigo de seus filhos. Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi a pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre."
Karla Christine - Psicóloga

5 comentários:

Lula disse...

Léo, eu não tinha visto isso ainda. Vou 'emprestar' pra postar no meu, tá? Genial.

Abração.

Kika Domingues disse...

Pôxa! Eu concordo muitíssimo com a Karla Christine - Psicóloga. Como disse o Léo: GENIAL! não vou copiar no meu spaces pra não ficar demais... mais vou copiar e mandar o link desse blog... ADOREI!
visite: http://christiana2006.spaces.live.com/

Anônimo disse...

Acho que só alguém com ideias, sentimentos, vontades tão limitadas e uma visão tão regrada da vida poderia ter essa ideia do Cazuza. É triste. Eu não gostaria de estar á mercê desta psicóloga, pois acho que uma pessoa com uma visão tão limitada, tão restrita não pode ajudar ninguém. O Cazuza foi muito mais do que um rebelde sem limites, um filhinho do papai, um drogado, traficante. Cazuza era um génio. Reconhecido entre os maiores músicos e compositores. Ele tinha uma visão da vida e um modo de estar à qual sempre foi fiel. Nunca disse que queria ser exemplo, muito pelo contrário sempre disse que não deveria ser seguido por ninguém. Realmente a pessoa que vê o Cazuza como um modelo a seguir está errada. Penso que conhecendo a história da vida de Cazuza ninguém se sente tentado a usar drogas e a beber loucamente. Todos sabemos como tudo acabou. O que eu vejo no Cazuza é muito mais transcendental do que tudo isso. Estudei e estudo até hoje obras, poemas, autores e até compositores que falem de temas que são universais e intemporais como a vida, a morte, o amor, o prazer, a efemeridade, etc. E digo, sem tremer ou pestanejar, que Cazuza escreveu aquilo que muitos sentíamos mas não conseguíamos traduzir em palavras. E tenho pena da filha desta psicóloga que têm de estar a ser influenciada pela mentalidade excessivamente regrada e agarrada às convenções desta senhora. O que ainda me consola, é que se o Cazuza estivesse soubesse disso ia rir, ignorar ou talvez xingar, mas esquecer porque ele nunca quis ser exemplo, ele só quis viver tudo de todas as maneiras...

Anônimo disse...

Veja bem, eu não acredito que a autora do texto seja uma psicóloga, visto que, em nenhum momento, ela utilizou qualquer termo técnico ou profissional de psicóloga. Economistas sempre falam em "custo-benefício", publicitários em "público-alvo" e psicólogos em Freud, Lacan, etc.

O texto parece mais ter sido escrito, pelos valores passados, por uma dona-de-casa, simples, que não viveu os anos 80 em sua plenitude. Eu, de minha parte, não defendo o comportamento excessivo do Cazuza ( sempre esculhambo quem usa drogas por financiar o tráfico ). Mas eu era fã do Barão Vermelho, banda carioca que mais se aproximou do espírito dos Rolling Stones e que, indiscutivelmente, deu uma subida de nível astronômica na música brasileira feita até então ( por volta de 1982, a música brasileira estava restrita a "dores-de-cotovelo" cantadas por Simone e Roberto Carlos ). Com 11 anos, idade que eu tinha em 1982, eu dizia que não gostava de música, porque música para mim era aquilo que tocava no rádio ( Simone, Pepeu Gomes, Roberto Carlos, Fábio Júnior, dentre outros ). A Blitz e o Barão Vermelho foram as primeiras bandas que eu ouvi e gostei. Depois delas é que fui conhecer The Beatles e The Rolling Stones. Bom, feitas as considerações, vamos às "derrapadas" do texto da psicóloga:

( ... ) Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade ( ... )

Que sociedade? A Sociedade carioca e paulista de classe média, lacerdista no RJ e malufista em SP, que apoiava uma ditadura militar que proibiu eleições para presidente por 29 anos ( 1960-1989 )? De resto o conceito de, à margem da sociedade, é extremamente relativo. No meio artístico ele não estava à margem, estava super-integrado, com contatos com músicos, poetas, jornalistas, cineastas, etc. Ou seja, no campo profissional dele, ele era extremamente talentoso e bem relacionado, logo é um erro classificá-lo como "à margem da sociedade". Profissionalmente ele era muito bem sucedido.

( ... ) que tentamos construir ( ao menos eu ) com conceitos de certo e errado ( ... )

Certo e Errado muitas vezes são conceitos pessoais. Matar com certeza é errado. Roubar é errado. OK! Isso é Ponto Pacífico. Mas para muitas pessoas ouvir Iron Maiden também é errado, ler Salman Rusdie é errado, e se o cara for deixar de fazer tudo o que os outros dizem que é errado, pedindo conselho a cada passo que dá, corre o risco de ficar parado e ser ultrapassado pelos outros.

( ... ) O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta. São esses pais que devemos ter como exemplo? ( ... )

Bom, no livro escrito pela mãe dele e no próprio filme tem uma cena que foi cortada na edição final em que o pai dele, João Araújo, ao ser informado de que o filho estava com o HIV, chega para o filho e fala: "Meu filho, a gente vai gastar toda a p&%*# desse dinheiro e vai salvar você. Você não vai morrer". Isso é omissão?

( ... ) Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor ( ... )

Essa autora prova mais uma vez que nunca foi psicóloga! "Como Ensina o Comercial da Fiat..." E o Mc Donald´s nos ensina o que? E Freud, e Lacan, e Foulcalt???? Se psicóloga, ela iria citar autores e não comerciais de TV. Visto que, os únicos valores que os comerciais de TV nos passam são: "Comprem os Nossos Produtos. Se não o fizerem vocês se transformarão nos maiores bregas da Terra"

Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido .

Essa autora, também corre o risco de pegar AIDS. Basta o marido dela, que se relaciona sem proteção com ela, ter relações extra-conjugais sem proteção com uma mulher que tenha o vírus. Já ocorreu milhares de vezes no Brasil. Tem sexagenárias com AIDS... Pegas do Marido... que as traíram com garotas-de-programa e ficaram infectados. Logo, o que aconteceu com o Cazuza e o Renato Russo foi uma tragédia. Não uma punição. Até porque não há nenhum documento assinado por DEUS dizendo que condenou os dois. E, certamente, pelo que eu conheço de teologia, nenhum padre ou pastor "bateria em quem está caído", a função de um verdadeiro cristão seria a de estender a mão aos dois no calvário deles. Quanto à Karla Christiane, lembremos a ela um mandamento: "Não Mentir". Ela mentiu. Ela não é psicóloga. Dá para ver nitidamente no texto. Como já disse, ela não cita nenhum autor e nenhuma teoria psicanalítica.

Angelo disse...

Pena??? Regras foram feitas pars seguir e regrar..o cristianismo e baseado na fe..qconforta e traz empatia para nao nos devorararmos..pena tenho de ti..

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