4 de jan. de 2013

A imortalidade da alma

picture by Ju Côrte Real
"Conhece-te a ti mesmo e serás imortal" Alguns séculos antes de Cristo, vivia em Atenas, o grande filósofo Sócrates. A sua filosofia não era uma teoria especulativa, mas a própria vida que ele vivia. Aos setenta e tantos anos foi condenado à morte, embora inocente. 

Enquanto aguardava no cárcere o dia da execução, seus amigos e discípulos moviam céus e terra para o preservar da morte. O filósofo, porém não moveu um dedo para esse fim; com perfeita tranqüilidade e paz de espírito aguardou o dia em que ia beber o veneno mortífero. 

Na véspera da execução, conseguiram seus amigos subornar o carcereiro (desde daquela época já existia essa prática...), que abriu a porta da prisão. 

Críton, o mais ardente dos discípulos de Sócrates, entrou na cadeia e disse ao mestre: - Foge depressa, Sócrates! 
- Fugir, por que? - perguntou o preso.
- Ora, não sabes que amanhã te vão matar? 
- Matar-me? A mim? Ninguém me pode matar! 
- Sim, amanhã terás de beber a taça de cicuta mortal - insistiu Críton. 
- Vamos, mestre, foge depressa para escapares à morte! 
- Meu caro amigo Críton - respondeu o condenado - que mau filósofo és tu! Pensar que um pouco de veneno possa dar cabo de mim ...
Depois puxando com os dedos a pele da mão, Sócrates perguntou: - Críton, achas que isto aqui é Sócrates?
E, batendo com o punho no osso do crânio, acrescentou: - Achas que isto aqui é Sócrates? ... Pois é isto que eles vão matar, este invólucro material; mas não a mim. 

"Eu sou a minha alma. Ninguém pode matar Sócrates! "... E ficou sentado na cadeia aberta, enquanto Críton se retirava, chorando, sem compreender o que ele considerava teimosia ou estranho idealismo do mestre. No dia seguinte, quando o sentenciado já bebera o veneno mortal e seu corpo ia perdendo aos poucos a sensibilidade, Críton perguntou-lhe, entre soluços: - Sócrates, onde queres que te enterremos?

Ao que o filósofo, semiconsciente, murmurou: - Já te disse, amigo, ninguém pode enterrar Sócrates ... Quanto a esse invólucro, enterrai-o onde quiserdes. Não sou eu... Eu sou a minha alma... 

E assim expirou esse homem, que tinha descoberto o segredo da Felicidade, que nem a morte lhe pôde roubar. "Conhecia-se a si mesmo, o seu verdadeiro Eu divino. Eterno imortal..." 

Assim somos todos nós seres Imortais, pois somos Alma, Luz, Divinos, Eternos... Nós só morremos, quando somos simplesmente esquecidos... 
Uberto Rhodes

2 comentários:

Wagner Bezerra disse...

texto magnifíco, não entendo e não sei como conseguir essa tal felicidade...conhecer a si memso e não temer nada externamente e fisicamente é uma grande sabedoria que talvez poucos,muito poucos tenham esse poder...

posso postar esse texto em meu blog?!


abraço!=D

Anônimo disse...

Nós só morremos, quando somos simplesmente esquecidos! Hummmm.....

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