A ilusão da espera

Meu sorriso não está completo
infelizmente,
essa é a pura realidade.

Minhas mãos que agora apalpam os seus seios
gostariam de acariciar os cabelos de antes.

Sei o quanto é triste desperdiçar um futuro amor, tão belo.
Mas, cruel é te beijar ardentemente,
beber vinho rodeado com palavras belas
e te amar efemeramente.

Estar ao seu lado não é arriscar,
é disfarçar.

A cada descoberta em teu corpo
Encontro-me numa certa espera
de poder redescobrir o que de mais perfeito já possui.
Não me iludo com a visão tola
de que sofrer
é o patamar que antecede o amar

Em nenhum momento você errou
peço desculpa a ti e a mim mesmo.
A culpada é ela
que me fez experimentar
a paixão, o amor, o desejo, o respeito juntos
e acima de tudo,
me fez acreditar cegamente
que meu lugar é ao lado dela.

Tu és bela,
ela é divina.
Incoerentemente,
consegui brigar com a divindade
A fiz acreditar que sou um ateu
e hoje sofro no umbral da solidão
a espera de uma utópica redenção.

Tu és bela,
ela é divina
e eu.....
sou covarde.

A mínima ausência da sinceridade
é covardia.
E possuo a mínima vontade
de te mostrar esse impulso nervoso.

A divindade está lá,
no lugar onde todas as mulheres integras estão.
Estão na paz, na consciência perfeita,
cercada de vários devotos e de várias promessas.

E eu, com a falsa esperança
de que um dia a quadrilha irá parar
e o meu amor a mim retornará.

Mas antes disso,
eu sigo,
sozinho ou contigo.

Sebastian Franco Gonzalez

Picture René Magritte