12 de nov. de 2010

Ingrid Betancourt


As cartas de minha mãe eram minha tábua de salvação. Eu as relia em cada crise depressiva. Raramente olhava para as fotos de meus filhos, pois me causavam uma dor física insuportável. 


Mas me tranquilizava o fato de saber que estavam ao alcance da mão.” “Tendo perdido toda a minha liberdade, e com ela tudo o que era importante para mim. Afastada à força de meus filhos, de minha mãe, de minha vida e de meus sonhos. 


O pescoço acorrentado a uma árvore, sem poder me mexer, levantar, sentar. Sem o direito de falar ou calar, comer ou beber, ou mesmo satisfazer livremente as mais elementares necessidades de meu corpo. 


Naquele estado de mais infame humilhação, eu ainda conservava a mais preciosa liberdade, que ninguém jamais poderia me tirar: a liberdade de decidir quem eu queria ser. 
Ingrid Betancourt

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