13 de nov. de 2010

Mundo Atribulado


Provavelmente você já deve ter observado que embora o enorme avanço tecnológico que nos envolve na atualidade, em todos os setores, e que visa propiciar melhora nas condições de vida, somos ainda visitados por situações que nos ocasionam certo desconforto na intimidade da alma. 


 Porque por mais avançadas sejam as conquistas da ciência, o chamamento do mundo, os valores que ele oferece, objetiva nos proporcionar um reconforto no âmbito de fora para dentro. Mas não podemos abominar o mundo, tampouco viver dissociados das contingências do mundo. Precisamos do mundo, sem ele não há material para trabalho, pois não vamos evoluir servindo aos anjos. Então, não amaldiçoemos o mundo que nos acolhe, deixemos de malsinar o mundo, que é obra de Deus e faz juz a seu amor. 


Para este mundo Deus mandou seu filho unigênito, não para o condenar, mas para o redimir. É no globo terrestre que edificamos as bases de nossa ventura real com trabalho e sacrifício. Precisamos dos valores e das circunstâncias que o mundo oferece para edificarmos o nosso crescimento. Não temos como obter um crescimento efetivo distanciado dos valores tangíveis. As nossas obras, a capacidade realizadora, não pode se realizar em cima de um plano abstrato, etéreo. A gente precisa parar de sonhar com a felicidade em um plano beatífico para começar a vivê-la e senti-la agora, a felicidade tem que ser experimentada por nós. 


 Além do que, o bem, todo ele, está na extensão universal. Sim. Não estamos falando em uma teoria da esperança. O bem está na extensão universal. A própria dor, a própria enfermidade, os próprios desafios da vida são componentes indutores da evolução do ser, seja no respaldo dos débitos perante a lei (expiação) ou na instauração de processos de indução para o crescimento da criatura (prova). As circunstâncias que nos alcançam expressam a vontade de Deus a nosso benefício, a todo o momento e em todos os lugares. 


Ou seja, Deus dispõe e nós temos que aprender a trabalhar com o que Ele nos dispõe, e fim de papo! Não há como crescer reclamando muito das dificuldades, lamentação indevida a nada leva. A queixa inútil enfraquece o otimismo gerando desconfiança e perturbação. Sabemos que cada um tem a sua cruz, e hoje as circunstâncias nos convocam a consolidarmos a paz em meio a um mundo desarmonioso. A serenidade define o campo básico que nós temos que tentar conquistar, e a serenidade é conquistada em meio ao tumulto. Por esse motivo temos que aprender a não perder a nossa paz (viver de qualquer modo é de todos, mas viver em paz consigo mesmo é tarefa de poucos, de muitos poucos, por sinal). 


E lembre-se que, independente da extensão ou da natureza das tuas dificuldades, a paz é sempre a segurança da vida. E mais: a misericórdia divina não nos quer ver tristes, caídos. Logo, é preciso não se deixar levar, precisamos de um ponto de reação, e o grande segredo é mantermos a harmonia íntima. Em outras palavras, nós temos provas e dificuldades e temos que atestar a nossa capacidade de resistência. É um fato. Até a paz precisa ser cultivada. E dispomos dos recursos que precisamos para crescer. É sabido por muitos que estamos vivendo em um mundo em transição, em mudança, mas o mundo em transição é um laboratório em que a gente pode resolver muitos problemas em curto prazo. Tem de tudo. É só querer. 


 Temos que manter a harmonia. Sempre. Mas, infelizmente, as carências que nos dominam, as inconformações que ainda mantemos, que nos visitam, nos levam a esses estados que, às vezes, criam verdadeiros embaraços aos nossos passos. E vale a pena ressaltarmos que a tendência das nossas buscas aos planos inferiores da vida, ou do desajuste, é muito evidente e vem muito mais à tona em nossa vida que podemos imaginar. E para concluir esse tópico vale registrar: nós temos muitas coisas que merecem ser trabalhadas com tranquilidade e calma para que realmente o encaminhamento nosso se dê sem inquietação, sem desastres, sem atropelos. E a criatura que é capaz de administrar as suas próprias emoções ganha profundamente na caminhada da vida.

A Felicidade e a Espada - Parte 1

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