A abertura para o sonho implica abertura a todos os sonhos, a todos os seus fragmentos e imagens. É uma conveniência do ego decidir, pela manhã, que sonhos são ou não úteis, quais os que felizmente podem ser esquecidos e quais os que realmente vão importar. Quase sempre a decisão do ego nesse setor serve apenas a si mesmo e à sua importância, ao passo que a função maior do sonho seria a de tornar o ego relativo dentro da totalidade da psique. O ego quase sempre sente nisso uma humilhação negativa. Quando se permite a ele escolher, está iniciada uma forma sutil de autotraição, conduzindo à unilateralidade e, finalmente, à inflação e a estados depressivos.
James Hillman
picture by Graça Morais
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