20 de jan. de 2008

Problemas objetivos e os subjetivos


Nossa vida se divide em dois tipos de problemas. Os problemas objetivos, reais, factuais, como as dívidas, doenças, perdas, calúnia, traições e assim por diante. Tudo aquilo que não aconteceu como prevíamos ou desejávamos.

A outra classe de problemas é de natureza subjetiva. É aquilo que sentimos diante da realidade dolorosa ou preocupante. É a nossa frustração, tristeza, raiva frente ao mundo adverso. Essas duas situações se interpenetram e, na maioria das vezes, não sabemos por onde começar para resolver o sofrimento.

Na nossa cultura, marcadamente estruturada na ação, fomos acostumados a atacar os problemas apenas pelo seu lado prático, partindo do pressuposto que tudo aquilo que sentimos é fruto da situação. Em outras palavras, acreditamos que as dívidas é que nos tornam tristes e desesperados. Todas as pessoas que neste momento estão em estado de dor psicológica são capazes de justificar o seu sofrimento pelos fatos acontecidos ou prestes a acontecer. Se não vemos solução para o problema, entramos nos “becos sem saída”.

Como resolver uma morte acontecida, traição consumada e doença incurável? Todo mundo sabe que uma forma de lidar como horror da realidade é vê-la de outro ângulo. É mudar a perspectiva no pensar e no sentir. Para isso é fundamental um intenso centramento no mundo subjetivo, no próprio sujeito, nos sentimentos e no “eu”. Para resolver qualquer dificuldade precisamos estar com muita energia, criatividade e esperança.

O leitor terá de cuidar inicialmente e com afinco dos seus sentimentos negativos, da frustração e da tristeza. Colocar o tempo a seu serviço e investir na preparação do guerreiro que se encontra frágil e vulnerável. Comece pelo descanso e pelo sono. Evite pensar obsessivamente no problema, principalmente se esse pensar vem acompanhado de auto-acusações, lamentações e pena de si mesmo. Não se esqueça de que a noite só escurece até a meia-noite, depois começa a clarear. Desista de ser super-homem, aceite sua humanidade e as soluções virão.
Antônio Roberto

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