19 de abr. de 2009

Traição: Contar ou não contar?


Há uma grande diferença entre falar a verdade e ser verdadeiro. 

Apesar de mentirmos sempre, condenamos quem mente e nós não ficamos de fora. Quem mente sente muita culpa e, em geral, a mentira está ligada ao medo de perder. 

Muitas vezes nos encontramos em situações constrangedoras em que falar a verdade pode ser destrutivo, outras vezes a verdade é necessária. Ser verdadeiro envolve, às vezes, uma mentira, muitas vezes mentimos para proteger alguém, para não sermos responsáveis por algo que vá destruir, por exemplo, um relacionamento, neste momento a pessoa está pensando mais nas conseqüências que esta verdade poderá trazer. Ser verdadeiro é ter percepção quando se deve dizer ou não a verdade, há pessoas que não suportariam uma verdade, ou seja, a realidade. 

A relatividade da verdade é algo em que devemos sempre levar em conta. Há pessoas que destroem mais dizendo a verdade do que omitindo ou mentindo. Ser verdadeiro é quando a pessoa coloca os valores éticos acima da moral. O moralista nunca mente, mas, em compensação, é falso consigo mesmo, é claro que tem consciência de seus limites e, por isto mesmo, julga a todos. Na medida em que critico alguém , condeno ou julgo, passo uma imagem de que sou uma pessoa muito correta e que jamais teria aquela conduta, isto nos leva a correr muitos riscos. 

Mas, para que sejamos verdadeiros, temos que percorrer um grande caminho. Precisamos combater a nossa vaidade de deter um certo poder ao contar para o outro algo que ninguém contou, dá uma ilusão de que temos poder. A humildade é uma grande qualidade da pessoa verdadeira, ela não precisa do aplauso de ninguém e nem de corresponder a um movimento de grupos, família ou colegas. É interessante como muitas vezes ao dizer a verdade estamos fazendo uma intriga, jogando uns contra os outros. A verdade pode ser usada como vingança, delação, ciúme, inveja. 

Mas, já se falando de ser verdadeiro, estamos em consonância com uma realidade mais madura e reflexiva e principalmente responsável. È de minha inteira responsabilidade o resultado de qualquer atitude que tomo na vida. Em geral, a verdade dói muito, por isso precisamos de enfeitá-la, adorná-la, atribuindo-lhe virtude e valores. Portando devemos procurar falar a verdade, mas sempre sendo verdadeiros com a realidade e com nossos valores éticos. 
Antônio Roberto

4 comentários:

Rafa Alarcon disse...

Perfeito esse texto!
Muitas vezes achamos que contar tudo nos "absolverá" de um erro que cometemos e escondemos, mas estamos tão preocupados em contar essa verdade que esquecemos de nossos valores e que podemos estar magoando alguém com isso. Muitas vezes (não sempre) a mentira e a omissão são a melhor saída para se preservar algo bom e que não vale a pena ser destruído.

Anônimo disse...

O melhor mesmo seria não trair. Tendo traído, contar ou não? O que se espera da pessoa que soube da traição? Se ela aceitar, isso vai te impedir de trair de novo? Se ela aceitar, tu terás respeito por ela? Alguém com dignidade que trai e conta deve, no mínimo, esperar o fim da relação e até aceitá-lo.

Anônimo disse...

Estou num dilema,trai e estou arrependida,me apaixonei por essa pessoa,se não , não tinha me envolvido,ele me usou,brincou com os meus sentimentos,terminou comigo,estou sofrendo,com raiva dele e arrependida de ter feito q fiz,sinto vontade de contar tudo pro meu marido,mas as vzs penso q não,não imagino qual seria sua reação,estou confusa...me ajudem

Anônimo disse...

Não crie um problema maior do que o que já tem. Se conseguiu não contar até agora, quando tudo estava bom....porque faze-lo quando terminou? Chore e elabore sua dor. Ela é só sua; de mais ninguém.

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