20 de mar. de 2008

Mudanças


Temos aversão a tudo o que nos restringe e incomoda, a qualquer limite da realidade. A palavra disciplina tem a mesma origem da palavra discípulo e significa a capacidade de aprender com os erros e, portanto, de mudar. Como nos foi ensinada de fora para dentro, de maneira autoritária, todas as nossas obrigações se tornaram pesadas e quase um sacrifício.
Nossa maior resistência às mudanças é que não queremos ser incomodados. E a iniciativa é a capacidade de romper com o status quo, de quebrar círculos viciosos que vamos construindo no decorrer de nossa vida. As conseqüências da protelação, de empurrar com a barriga nossas transformações são o tédio e a insatisfação.
Para o nosso crescimento, temos um desafio para o qual não fomos preparados: integrar o momento atual com as conseqüências futuras. O prazer imediato e constante, sem previsão do amanhã, vai nos remeter futuramente a uma frustração maior. O homem é um animal que antecipa.
O papel do pensamento é esse: juntar o passado, o presente e o futuro. É verdade que vivemos no presente e só no presente. Que nossa vida é agora. Como nossa existência é um processo, não podemos perder a memória do que aprendemos e nem desdenhar do que pode nos suceder. Viver o presente não significa fazer apenas o que nos der na cabeça, tudo o que queremos, independente das conseqüências. Ser responsável significa responder tanto às nossas necessidades, aos desejos, quanto às obrigações.
A verdadeira liberdade é o casamento fiel entre o que desejo, o que posso e o que devo. Essa permanência ilusória nos mesmos hábitos, na mesma forma de viver, na mesma imobilidade tem um nome: acomodação. A acomodação é o contrário da iniciativa. Todos nós sabemos, como o leitor, as mudanças a serem realizadas em nossa vida. A dificuldade está em abrir mão da chamada “zona de conforto”, aquele espaço psicológico, aparentemente sólido, e embrenhar-se no desconhecido das novas coisas. O contrário da vida não é a morte. É a repetição. E nós nos acomodamos por medo. Medo de errar ou medo de se arrepender. E, aí, perdemos a capacidade de sonhar, ou seja, a esperança. O que nos move na vida é saber que o nosso destino pessoal é o desenvolvimento contínuo.
Antônio Roberto
Picture by Toulouse-Lautrec

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa Mensagem. Sempre visito o blog e me surpreendo a cada dia.
Obrigado!

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