Depois de estar 20 dias cruzando a Alemanha de norte a sul, temos que manifestar alguma das nossas estranhezas:
Listamos a seguir atitudes que eles adotam:
Os metrôs da Alemanha não têm catraca; se você quiser você compra o bilhete, mas não há ninguém a quem possa mostrá-lo. Ninguém se interessa por isso, se você comprou ou não o bilhete: vê se pode....
As bicicletas ficam soltas nas ruas, com cadeado, mas sem estarem amarradas a nada. E eles ainda construíram um monte de ciclovias em que só bicicletas trafegam.
Incrível: os alemães param nos sinais vermelhos a qualquer hora, mesmo de madrugada, quando não há qualquer carro vindo com o sinal favorável a ele.
Pedestre nenhum atravessa uma rua enquanto o sinal não ficar verde para ele. Ficam ali até que o sinal fique verde.
Não há limite de velocidade nas estradas (apenas uma recomendação para não ultrapassar 130 km/h). Ah, e desperdiçam cimento, porque as estradas têm 70 cm de espessura de puro concreto. E tem mais: nelas, todos os carros andam na pista da direita, e a pista da esquerda fica livre para os carros mais rápidos. Um espanto de desperdício.
Neste país esquisito, os caras têm mania de estudar. Para se adquirir a carteira de motorista passa-se quatro anos numa escola, que, para os jovens, é parte do colégio.
O governo, que essa gente elege, não cobra pedágio e está sempre fazendo obras nas suas estradas ociosas, modernizando-a mais ainda, não se sabe para quê, nem com que dinheiro.
A periferia de todas as grandes cidades são desperdiçadas com lindos jardins ao invés de de se paroveitar o espaço para construir por exemplo, favelas.
Os caras fabricam uns carrões, tipo Mercedes, BMW, Audi, etc, e ainda importam uns Rolls-Royce, Bentley, Ferrari, etc, não blindam nenhum deles e ainda os deixam nas ruas à noite. Tem malucos cujos carros, conversíveis, ficam ali, em qualquer lugar - exceto sobre calçadas, não sei por quê - estacionados de capota recolhida!
Essa é incrível: os caixas automáticos dos bancos ficam nas calçadas! Sem ninguém tomando conta, e funcionam dia e noite. E entra dia, sai dia, nenhuma desaparece. A gente saía à meia noite para passear e não via nenhum assalto! Pode?
O que de repente desaparece nas cidades são os carros. Eles vêm vindo, vêm vindo, e, de repente, no meio do quarteirão, eles dobram à direita e somem.
Disseram-me que somem em edifícios-garagem ou em garagens subterrâneas.
Os jornais do dia ficam empilhados ao lado de uma caixinha com dinheiro. Você acredita: o cara vai lá, pega um jornal e põe o dinheiro na caixinha ou faz o seu próprio troco. E ninguém só pega o jornal e ninguém leva a caixinha!
Isso sim é que é civilização!!!
Pedro Paulo
2 comentários:
ahahahha!!! que fantástico esse post!! sua inocência misturada com o único mundo que vc conhece, o brasil, a sua cultura... me fez refletir sobre pq as coisas não são assim também no brasil e nós brasileiros quando nos deparamos com o que vc chama de civilização achamos estranho! achamos divertido! esquisito! pq aceitamos que no nosso país as coisas não sejam assim e ficamos admirados com isso! na verdade, deveríamos nos espantar com o que acontece no nosso país! a nossa falta de respeito com o outro. sempre tem alguém querendo se aproveitar de uma situação. imagina deixar que as pessoas coloquem em uma caixinha o dinheiro do jornal! e pegar seu próprio troco, o jornal e não ter ninguém vigiando. no brasil, sumiria a caixinha, os jornais!! claro!!! soa como uma coisa cultural do brasileiro! mas o lindo desse post e que me fez deixar esse comentário (espantoso pq eu nunca comento post nenhum de nenhum blog), foi a leveza e inocência com as quais vc escreveu. me fez rir e lembrar do brasil, meu país, que apesar de tudo de errado que acontece lá, é o melhor lugar do mundo. quanto mais eu conheço os países da europa, onde estou no momento e por um bom tempo, mais eu gosto do brasil. pq por mais civilizados que sejam esses lugares, no brasil tem coisas q são muito precisosas: amor, generosidade, calor, alegria, boa vontade. claro que também tem gente ruim, mas no geral, sei lá, eu acho que tem mais gente boa que ruim... isso falta nos países economicamente mais desenvolvidos... claro que neles também tem gente boa, mas por enquanto, dentro do mundo no qual eu estou vivendo, tem um déficit de gente boa... sei lá, posso estar falando um monte de besteiras, mas adorei o post e a maneira como vc viu a alemanha através do seu olhar brasileiro. me fez pensar na certeza que tenho de que estou fazendo um bom trabalho. aprendendo aqui para ensinar no brasil. acredito naquela idéia que todo mundo diz e que até acaba hoje soando meio piegas, a de que se cada um fizer a sua parte, nosso país pode mudar, pode melhorar. eu acredito nisso. e tendo bons exemplos aqui, podemos fazer uma coisinha que seja e que contribua para melhorar alguma coisa no brasil. valeu! :-)
Obrigado amigo(a) anônimo(a), você captou bem o espírito da postagem. Sinceramente gostei dos seus comentários.
Esta postagem foi bem provocadora. Para encerrarmos a discursão é só lembrarmos que há quase 70 anos (uma geração apenas) milhões de pessoas eram exterminadas pelos hoje evoluídos alemães e suas autobans.
Em tempo, não conheço a terra de Beethoven.
Comente mais, mas sem tanto rancor.
Abraços efusivos. Leonardo
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