17 de dez. de 2008

Oradour-sur-Glane

10 de junho 1944 Oradour-sur-Glane A divisão SS "Das Reich" caminha para a frente aberta no norte de França, na Normandia. Na véspera, esta divisão tinha ficado em Tulle. Aí, ela deportou 149 pessoas e enforcou 99 nas varandas da cidade. Em Oradour, a sua extrema violência vai desencadear-se ainda mais. Na manhã de 10 de junho de 1944, os tanques de soldados alemães chegam a Oradour-sur-Glane. Esta aldeia pacífica, próxima de Limoges, conta ao total 1200 habitantes. A Companhia que acaba de chegar pertence à divisão SS Das Reich do general Lammerding. Os alemães tinham sido atacados dias antes pela Resistência para impedir que chegassem à Normandia, onde os aliados acabavam de desembarcar.
Como represália, o general Lammerding ordenou que a sua Companhia destruisse Oradour-sur-Glane. A Companhia SS comportava cerca de 120 homens que já se tinham destinguido na Russia, na extreminação das populações civis.
Á tarde, o burgo é cercado e a população reunida no local da feira, sob o pretexto de uma verificação de identidade, sem esquecer as crianças nas escolas. As SS procedem com calma e a população obedece sem protestar. Os homens são separados das mulheres e crianças. São divididos em seis grupos e cada grupo é conduzido para um celeiro. Quando por fim eles foram todos fechados nos celeiros cheios de feno e palha, os SS lançaram granadas para o interior.
As mulheres e crianças, quanto a eles, foram fechados na igreja, onde os alemães colocam uma caixa de explosivos e palha. O fogo lavra pelo edifício como anteriormente pelos celeiros. Com a « obra » terminada, os SS pilham a aldeia e acabam por a incendiar. No total fazem 642 víctimas. Entre elas 246 mulheres e 207 crianças, das quais 6 com menos de 6 meses, que foram queimadas dentro da Igreja. Oradur-sur-Glane tornou-se na Europa Ocidental o símbolo da barbárie nazi.
Massacre das mulheres e crianças O grupo fechado na igreja consta de todas as mulheres e crianças da aldeia. Os soldados colocam na nave, perto do coro, uma espécie de caixa bastante grande da qual saíam uns cordões que eles espalharam pelo solo. Os cordões foram acesos, o fogo propagou-se até ao engenho que continha um gaz asfixiante (era a solução prevista), e explode por engano; um fumo negro, espêsso e sufocante se liberta. Os tiros ecoam por toda a igreja; depois palha, pedaços de madeira e cadeiras são lançados sobre os corpos que jazem pelo chão. Os nazis lançam-lhe fogo. O calor é de tal modo elevado, que à entrada desta igreja, se poderá ver o sino fundido e destruído sobre o solo. Destroços de 1,20 m de altura cobriam os corpos.
Uma única mulher sobreviveu deste massacre: Marguerite Rouffanche, nascida em Thurmeaux. O seu testemunho constitue tudo o que é possível saber do drama. Ela perdeu nesta carnificina, o seu marido, seu filho, as suas duas filhas e o seu neto de 7 meses. O coro da igreja era constituído de 3 janelas. Mme Rouffanche conseguiu ir até à do meio, a maior, com a ajuda de um escadote que servia para acender as velas,e conseguiu atingi-la.
Como o vitral se encontrava partido ela lançou-se pela abertura. Depois de uma queda de 3 m, embora ferida conseguiu, através das altas ervas atingir um quintal vizinho. Dissimulada entre as filas das ervilheiras foi encontrada no dia seguinte cerca das 17 horas.
Outros massacres Os SS inspeccionam de novo as casas da aldeia; eles matam todos os habitantes que tinham podido escapar nas suas primeiras buscas, em particular aqueles que o seu estado físico tinham impedido de se juntar aos outros. É assim que as equipas de socorro encontram, em diversas habitações, os corpos queimados de vários idosos impotentes. Um enviado especial das FFI, presente em Oradour nos primeiros dias, informa que foram retirados de um forno de padeiro, os restos calcinados de 5 pessoas: o pai, a mãe e os seus 3 filhos.
Num poço de uma quinta encontraram numerosos cadáveres, em estado de decomposição demasiado elevado para serem identificados; foram deixados no local. Ao total, 664 pessoas foram massacradas neste dia, onde a barbárie atingiu o seu apogeu. Depois da guerra, o general de Gaulle decidiu que a aldeia não fosse reconstruída, mas que se tornasse em memorial à dôr da França durante a ocupação. A reconstrução do novo burgo da comunidade de Oradour-sur-Glane foi prevista noutro local desde julho 1944.
Em 1999, a aldeia foi nomeada « aldeia mártir » pelo presidente Jacques Chirac. Desde esta data, o « Centro de memória » une as ruínas ao novo burgo. Graças a uma exposição permanente cobrindo todo o contexto. Este centro de documentação prepara o visitante à visita da aldeia mártir. O conjunto do memorial e da aldeia mártir fazem de Oradour-sur-Glane o local mais visitado do Limousin.(cerca de 300 000 pessoas por ano)

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