27 de jan. de 2009

A guerra dos hemisférios cerebrais

Uma proteína que funciona como um imã e outra, espécie de comparsa, que a ajuda a atrair mais neurônios para o lado esquerdo do cérebro. Não é uma competição equilibrada, mas o resultado final é desejável: que os hemisférios cerebrais sejam distintos tanto do ponto de vista anatômico como funcional. Especializados, eles trabalham de forma mais eficiente. A assimetria hemisférica do cérebro já é conhecida há muito tempo, mas só agora os cientistas começam a entender como ela é esculpida. Pesquisadores da University College de Londres, Inglaterra, descobriram que uma proteína chamada Fgf8, encontrada em ambos os lados, orienta a migração de células nervosas. Seria uma luta justa se outra proteína, conhecida como Nodal, presente apenas no lado esquerdo, não facilitasse o trabalho da Fgf8 nessa mesma metade. Embora a pesquisa tenha sido feita com peixes paulistinha (Danio rerio), os cientistas esperam resultados semelhantes em outras espécies e inclusive no ser humano, pois a assimetria hemisférica é um fenômeno amplamente difundido no reino animal e se manifesta logo na vida embrionária. Em humanos, evidências como essa, podem ajudar a entender por que alguns distúrbios psiquiátricos, como a esquizofrenia, estão associados a hemisférios cerebrais menos assimétricos. O estudo foi publicado na revista Neuron.
Mente & Cerebro

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