Por que nos impedimos de ser felizes? Por que temos tanto medo da liberdade e do prazer? Por que congelamos nossos sentimentos, nosso corpo? Na realidade, enquanto estivermos congelados, não conseguiremos nenhum sucesso em nossa busca, pois quando o prazer está ausente de nossas vidas, quando perdemos a sensação de prazer, a felicidade é apenas uma ilusão.
Acredito que precisamos urgentemente resgatar dentro de nós a capacidade de ser feliz. Certa liberdade e prazer que deixamos lá atrás, nas mãos de nossos pais. Lentamente nossos sentimentos foram calados, humilhados, silenciados, enfraquecidos e, pior, acreditamos em toda história que nos contaram. Somos, na maioria, filhos de pais autoritários, frutos de uma sociedade autoritária, em que a expressão de nossos sentimentos foi proibida.
Estamos todos atolados no medo. Receamos nos aventurar, criar, gostar de alguém. Temos medo de nossas próprias atitudes, especialmente aquelas que brotam espontaneamente. Temos vergonha de amar, de cantar, assobiar, de rir sozinhos, de abraçar, beijar, de sentir prazer. Nos tornamos secos, mordazes, inteligentes demais. A cada dia, se nos observarmos, veremos que nossas atitudes nos levam na verdade contra a felicidade. A origem desta forma de postura na vida é a herança de valores antigos, contrários à felicidade. São as condenações sociais, é a valorização do sofrimento na nossa sociedade.
Se não questionarmos o que nos foi passado como valor, não chegaremos a lugar algum. Por exemplo, muitos jovens escolhem suas carreiras com base nos valores de outras pessoas, no mercado de trabalho e não no que o fará feliz. O mercado de trabalho é importante sim, mas, se você não gosta do que faz, provavelmente será incompetente ou no mínimo regular e não há mercado que absorva este tipo de profissional. Aqueles que têm atitudes simples e alegres tendem a ser mais felizes do que aqueles com temperamentos menos agradáveis, apesar do dinheiro ou do sucesso.
É muito difícil dizer o que traz felicidade. A pobreza e a riqueza falharam. A vida deve ser fortificada com muitas amizades. Amar e ser amado é a principal felicidade da nossa existência. As revoluções feministas, as mudanças que ocorrem hoje nas escolas, igrejas, casamentos já evoluíram muito, mas anda longe do que chamamos liberdades. Enquanto não desenvolvermos o equilíbrio entre liberdade e escolha com realidade e ética, jamais seremos felizes. Há várias maneiras de ser infeliz, mas apenas uma para ser feliz. A felicidade não é um destino, é um método de vida.
Antônio Roberto
Nenhum comentário:
Postar um comentário