20 de ago. de 2009

Pensar perto do Chico Xavier

Contou-nos José Jorge, grande amigo e excelente médium de efeitos físicos, atualmente residindo na cidade de São José do Rio Preto - SP, que, certa vez, já alta madrugada, estava na fila para cumprimentar Chico Xavier, ainda na antiga Comunhão Espírita-Cristã, aqui, em Uberaba. Cansado e sonolento, José Jorge se impacientava, aguardando o contato com o médium, o qual, como sempre, não revelava a menor pressa no atendimento aos que o procuravam. A fila parecia não andar, e o visitante, bocejando seguidamente, começara a ter estranhos pensamentos... De pé, à ponta da mesa, onde recebia os cumprimentos, ao fim da reunião, e dialogava com os necessitados de umas palavra de conforto e de orientação, Chico se mantinha imperturbável, de quando em quando percorrendo com o olhar a pequena multidão que se aglomerava no recinto, da qual o companheiro a que nos referimos se destacava dos demais pela elevada altura. Eram já quase 2 horas da madrugada, e José Jorge, que não se animava a ir embora, após ter consultado pela enésima vez o relógio, formulou, contrariado, um pensamento mau: - "O Chico está gordo!... E, sorrindo desse jeito, está parecendo um sapo..." Decorridos mais uns 30 minutos de espera, nosso confrade estava, finalmente, diante do Chico. Como sucede com todos quantos dele se aproximam, José Jorge, esquecido o sono, desmanchava-se em gentilezas, apertando-lhe a mão com alegria: "Chico amigo, como é que você está?!" Continuando a sorrir com o hábito de levar a mão à boca., tendo entre os dedos a inseparável esferográfica, Chico respondeu: Gordo, meu filho, gordo e parecendo um sapo... Mas estou bem, graças a Deus!" Desnecessário dizer que, apesar do extremo cansaço, naquela madrugada, José Jorge, já em casa, não conseguiu dormir... E quem, neste caso, o conseguiria?! Nosso irmão Pedro Garcia, que todos chamamos carinhosamente Tio Pedro, é um dos mais assíduos colaboradores de Chico no Grupo Espírita da Prece. Certa vez, na fila dos cumprimentos, o médium recebera de um visitante daquela noite uma caixa contendo potinhos da conhecida Pomada "Vovô Pedro", ungüento cuja fórmula espiritual devemos à mediunidade do inesquecível João Nunes Maia, atuante que era em Belo Horizonte. "Pedro - pediu-lhe Chico, enquanto atendia as pessoas -, guarde esta caixa para nós... No final da reunião, você, por favor, não me deixe esquecer de levá-la." Ora, periodicamente, o Tio Pedro visita, em Uberaba, nossos irmãos presidiários; dentre as coisas que lhes leva, está a afamada pomada, cujo uso é indicado para qualquer espécie de úlcera ou machucadura, inclusive revelando-se excelente no tratamento de certas infecções internas. Naqueles dias, no entanto, seu estoque do ungüento estava zerado e ele pensou: "O Chico bem que podia me dar um pouco desta pomada... Pensou e... não ficou nisso, porque, ao lado de Chico Xavier, não se pensa à toa... Então, passados uns 15 minutos, a um breve intervalo que se fez na fila, o médium virou-se para o Tio Pedro e disse: "Pedro, quando chegarmos em casa, você tira a metade da pomada para mim e fica com a outra metade para a sua tarefa junto aos presos... O bom Tio Pedro, que não fuma, mas tem o pigarro dos ex-fumantes, pigarreou mais alto que de costume e nada pôde dizer, ou melhor, nada mais pensou...
Extraído do livro: Chico Xavier o apóstolo da fé, do consagrado médium e escritor espírita Carlos A. Baccelli

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