28 de mai. de 2007

Curiosidade, método e acaso


A medicina não se resume a dez casos, dez nomes, dez exemplos. Mas foi a partir de algumas descobertas chave que a medicina ocidental evoluiu. 

Dois reputados cientistas selecionaram os momentos da história da medicina que implicarem esse decisivo passo em frente.

Leeuwenhoek descobriu que pequenas e invisíveis bactérias viviam na água da chuva.

Long ficou surpreendido com a ausência de dor ao inalar éter.

Fleming encontrou no seu laboratório, depois de voltar de férias, bolor junto às suas culturas.

Coincidências? Felizes acasos? Sim e não.

Como constatam Meyer Friedman e Gerald Friedland, a sorte pode ter tido alguma interferência nas grandes descobertas mas esses pequenos acasos só se converteram em conhecimento graças à persistência e ao espírito de observação de alguns homens.

Seguindo a cronologia

Vesálio teria afirmado a medicina como ciência ao descrever os tecidos e orgãos do corpo humano. Seria porém o trabalho de William Harvey sobre as funções do coração, e a ideia de que o sangue viaja em círculo pelo corpo, que estabeleceria a experimentação como a base da pesquisa médica. 

Não menos importante, Leeuwenhoek teria fundado a bacterologia graças à sua infinita curiosidade por tudo o que conseguia colocar na mira do seu microscópio: sangue, sémen, pulgas, dentes. 

Seria ainda a sua infinita atenção ao mundo do invisível que levaria, mais tarde, ao desenvolvimento dos antibióticos por Alexander Fleming. 

Desconcertante é a descoberta da anestesia por Crawford Long que se teria magoado sem sentir dor ao participar numa “festa de éter”. 

Atento ao fenômenos naturais, Wilhelm Röntgen teria observado as ondas amarelo-esverdeadas emitidas por uma placa de platinocianeto convidando a mulher para uma quase macabra exibição do seu próprio esqueleto. 

Quase esquecido pela ciência, Ross Harrison teria sido o primeiro a cultivar tecidos humanos fora do organismo, enquanto Nikolai Anitschov descobria o colesterol, e Maurice Wilkins daria um decisivo passo na definção da estrutura do DNA.

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