7 de jun. de 2007

Poças de lama


Quando olho dentes-de-leão vejo ervas daninhas invadindo meu quintal.
Meus filhos vêem flores para a mãe e sopram a penugem branca pensando em um desejo.

Quando olho um velho mendigo que me sorri vejo uma pessoa suja que provavelmente quer dinheiro e então me afasto.
Meus filhos vêem alguém sorrir para eles e sorriem de volta.

Quando
ouço uma música que gosto como não sei cantar e não tenho ritmo, então me sento e escuto.
Meus filhos sentem a batida e dançam. Cantam e se não sabem a letra, criam a sua própria.

Quando sinto um forte vento em meu rosto me esforço contra ele. Sinto-o atrapalhando meu cabelo e empurrando-me para trás enquanto ando.
Meus filhos fecham seus olhos, abrem seus braços e voam com ele, até que caiam a rir pela terra.

Quando rezo, eu digo Tu e Vós e conceda-me isto, dê-me aquilo.
Meus filhos dizem, "Olá Deus! Agradeço por meus brinquedos e meus amigos.
Por favor, mantenha longe os maus sonhos hoje à noite.
Eu ainda não quero ir para o céu. Eu sentiria falta de minha mãe e de meu pai."

Quando olho uma poça de lama eu dou a volta. Vejo sapatos enlameados e tapetes sujos.
Meus filhos sentam-se nela. Vêem represas para construir, rios para cruzar e bichinhos para brincar.

Eu só queria saber se os filhos nos foram dados para os ensinarmos ou para aprendermos...
Recomendo que você aprecie as pequenas coisas da vida, porque um dia poderá olhar para trás e descobrir que eram grandes coisas grandes.

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