Suavemente, na penumbra,
uma mulher canta para mim;
Fazendo-me voltar
e descer o panorama dos anos, até que vejo
uma criança sentada debaixo do piano,
na explosão do prurido das cordas
E pressionando os pequenos,
suspensos pés de uma mãe
que sorri enquanto ela canta.
Apesar de mim,
a insidiosa mestria da canção
Atraiçoa-me fazendo-me voltar
até que o meu coração chora para pertencer
Ao antigo entardecer dos domingos em casa,
com o inverno lá fora
E hinos na aconchegada sala de visitas,
o tinido do piano o nosso guia.
Por isso agora é em vão
que a cantora irrompe em clamor
Com o appassionato do grandioso piano negro.
A magia
Dos dias infantis está em mim,
A minha masculinidade
É desencorajada no fluxo da lembrança,
choro como uma criança pelo passado.
D. H. Lawrence
picture by Ariel Severino
Nenhum comentário:
Postar um comentário