3 de mai. de 2008

Prazer efêmero

Os homens aprendem, antes mesmo que a sociedade os obrigue a saber, que todo o prazer real da vida está sujeito à efemeridade. Isso configura uma fonte de resignação incessante. É o tempo que, aliado à sociedade, mantém a lei e a ordem.

Estas, por conseguinte, servem de apoio para as instituições que expulsam a busca da liberdade para o domínio da utopia. A morte é inaceitável, agonizante e dolorosa. Aqueles que morrem precocemente, com dor, antes de querer morrer são uma grande acusação da civilização.

A morte deles perpetua a culpa da humanidade. Para amenizar a má consciência dessa culpa, toda a moralidade e todos os estabelecimentos dessa sociedade repressiva são instrumentos imprescindíveis.
Maria Érbia Cássia
Picture by José Pancetti

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