30 de jun. de 2008

Solteira e feliz



Como não cair na furada de insistir numa relação frustrante só para não se sentir encalhada

"É melhor se sofrer junto que viver feliz sozinho”, diz um questionável trecho da canção Tomara, de autoria do poeta Vinícius de Moraes. Infelizmente, o verso faz parte da vida de várias de nós.

Mulheres que, apesar de saber da possibilidade de ficarem de bem com a vida sem namorado ou marido, preferem investir numa relação no qual não existe um pingo de amor ou paixão. No fim das contas, seguem à risca a letra da música e se mostram mais dispostas a sofrer junto em vez de buscar sós a verdadeira felicidade!

Exagero? “Muitas mulheres se relacionam com uma fantasia, com a idealização do parceiro, e não com a realidade do casal”, explicou, em entrevista exclusiva à Viva!, o escritor norte-americano Steven Carter, autor de Homens Gostam de Mulheres que Gostam de Si Mesmas. Isso significa não só compartilhar os dias com um homem aquém das expectativas – repetindo mentalmente as qualidades do moço para se convencer dos prós dessa união –, mas também estar com ele apenas pelos “benefícios” (de cunho social ou puramente imaginários) de ter um companheiro.

Uma dessas vantagens, por exemplo, seria diferenciar-se de uma colega solteirona, a “encalhada” da turma. Acompanhe então alguns motivos que aprisionam milhares de pessoas em uma espécie de infelicidade voluntária. Afinal, onde mora o perigo? :: Nas percepções equivocadas, tipo “as comprometidas são mais felizes” ou “solteiras vivem em busca de um parceiro”. Elas alimentam a idéia de que estar com alguém assegura sorriso no rosto. Companheiros não estão na lista dos supérfluos, mas passam longe de ser garantia de alegria irrestrita e infinita!

Algumas mães contribuem para perpetuar o lema “toda mulher precisa se casar”. Mas lembre-se: elas pertencem a outra geração. A nossa, felizmente, é mais libertária em relação às escolhas pessoais do sexo feminino. :: Na incapacidade de ser autosuficiente. Certas pessoas não são elas mesmas, mas o retrato de sua profissão, do local onde moram, das amizades e, claro, do seu companheiro. Assim, se algum dia são demitidas ou terminam a relação, perdem a identidade. “Ao supervalorizarem o status proporcionado por esses títulos, minimizam o vazio das relações superficiais”, diz Steven Carter. Por isso, independentemente do parceiro, as mulheres continuam a ser elas mesmas, repletas de defeitos e qualidades!

No medo de ficar sozinha.
Não há pesquisas indicando quantos homens se interessam por uma mulher no decorrer da vida dela, mas certamente a quantidade supera... um. Mesmo em um relacionamento saudável, essa não é a única chance de realização de alguém no amor. Agora imagine quando ela está mergulhada em uma relação longe da ideal – ou, pelo menos, satisfatória e prazerosa. Não se esqueça: somos responsáveis por nossa felicidade!
Paula Aftimus

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