Cada pessoa, à medida que vai crescendo, tem de assumir a própria vida. Ser adulto significa se desvencilhar das outras pessoas e ser responsável pela própria existência. Normalmente isso não ocorre na relação com a mãe. As pessoas, apesar da idade avançada, continuam dependentes da mãe em todos os sentidos, mas principalmente do ponto de vista emocional. Com isso, começam os conflitos.
As mães, em geral superprotetoras e dominadoras, tratam os filhos adultos como se fossem crianças: interferem na vida deles, continuam exigindo obediência e se sentem no direito de controlá-los. Os filhos, por seu lado, como não crescem emocionalmente, continuam a ver a figura materna com um olhar infantil, cheios de culpa e de pena.
A partir de certa idade, qualquer pessoa tem necessidade de ser livre, autônoma e escolher os próprios caminhos na vida e, quando seus desejos não coincidem com os da mãe, como é o caso da leitora, começam as brigas, hostilidades e a convivência se torna insuportável. O relacionamento de uma filha de 35 anos, mesmo morando e dependendo financeiramente da mãe, tem de ser um relacionamento de dois adultos. Duas pessoas independentes psicologicamente, que podem ter uma relação de amizade, cooperação e auxílio mútuo. Uma roupa que se usava na infância com certeza não serve mais quando nos tornamos adultos e nossas relações devem ir mudando à medida que avançamos na vida.
Antônio Roberto
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