21 de dez. de 2008

Namoro à distância. Você encararia?

Mais de 11 mil quilômetros separam o Rio de Janeiro e o Catar, no Oriente Médio. Essa também é a distância que separa a atriz Deborah Secco do jogador Roger, seu namorado desde o começo de 2007, que joga no time Qatar SC. Nas últimas semanas, Deborah tem evitado em falar de seu namoro. Chegou anunciar que iria para o Catar passar as festas de final de ano com o namorado, mas voltou atrás. Em entrevista, disse que não poderia se ausentar do Rio de Janeiro em função das gravações da novela A Favorita, na qual interpreta a personagem Céu. Nesta semana, a atriz escapou mais uma vez do assunto. "Prefiro não falar sobre o Roger", disse ao jornalista quando perguntada se o jogador viria visitá-la neste fim de ano, já que ela não poderia ir ao encontro dele. Será que o casal foi vencido pela distância? É possível um namoro durar tanto tempo quando o casal está separado fisicamente? Para o psiquiatra e psicanalista Flávio Gikovate, esse tipo de relação é perfeitamente possível. “A realidade nos mostra que é perfeitamente possível namorar à distância”, diz Gikovate. Segundo ele, a internet tem facilitado a aproximação de pessoas que moram em cidades ou até países diferentes. “Não é muito diferente do mundo real. Os cuidados que as pessoas devem ter nesse tipo de relacionamento são os mesmos de um namoro ‘convencional’”, afirma. Apesar de ser possível manter um relacionamento à distância, nem sempre ela faz bem para um namoro. “Quando estão apaixonadas, as pessoas costumam segurar a onda, mas não é uma tarefa fácil”, afirma Gikovate. Quando um namoro sai do plano real para se tornar virtual, o indicado é ter um convívio mais próximo possível da realidade. “É muito importante as pessoas tentarem manter o máximo de proximidade, mesmo estando distantes”, explica, afirmando que hoje me dia, com a quantidade de recursos tecnológicos disponíveis, a tarefa não é tão complicada. Quando a saudade aperta muito, não há outro jeito: é preciso correr para a rodoviária ou para o aeroporto e encontrar seu parceiro por pelo menos um ou dois dias. “Eu não conheço nenhuma outra maneira de se resolver essa questão”, brinca Gikovate. Outro grande problema de um namoro à distância, e talvez o maior deles, é o ciúme. O sentimento, muito comum nas relações, pode ser acentuado com os quilômetros que separam o casal. Mas o que fazer? Simplesmente confiar no parceiro? Sim. Essa é a única forma de afastar esse fantasma de uma relação. Mas como confiar? Certamente, confiança não é algo que se ganha ou se conquista de um dia para o outro. Ter ou não ciúme vai depender da confiança recíproca que foi construída antes de o casal se separar fisicamente. Como dica, Gikovate sugere que o parceiro analise o outro como um todo, e não somente pelo contexto da relação. É preciso saber se seu parceiro é coerente em seu dia-a-dia. “Uma pessoa que é coerente na vida, que cumpre aquilo que se propõem a fazer e que tem uma estabilidade emocional e profissional, costuma ser confiável também em um relacionamento amoroso”, afirma. Um exemplo de namoro à distância que deu certo é o do casal Patrícia Almeida e Romário Peters, ambos de 24 anos. Ela mora em Itapetininga, no interior de São Paulo. Ele, em Joinville, Santa Catarina. A história deles começou no site de relacionamento Orkut. Os dois se conheceram em uma comunidade e, depois trocar algumas mensagens, decidiram namorar por "brincadeira". “Era só para não passarmos o dia dos namorados ‘sozinhos’”. O namoro, agora real, já dura seis meses. Eles se encontram uma vez por mês e passam três dias juntos. No mais, horas e horas de MSN, webcam e trocas de e-mails. Segundo Patrícia, a pior parte de um namoro à distância é o fim de semana. “A gente vê nossos amigos saindo com os namorados e nós estamos longe um do outro”, diz. Ela explica que, apesar disso, eles jamais pensaram em desistir do namoro. “Contamos os dias para termos o nosso final de semana tão esperado”, diz Patrícia. O casal já tem planos para um futuro bem próximo. No começo do próximo de 2009, Romário pretende se mudar para Itapetininga, onde os dois pretendem se casar. O psiquiatra Flávio Gikovate alerta que quem, assim como Romário, quer mudar sua vida para viver perto de seu amor, deve apenas observar se o novo lar atende suas necessidades básicas, como trabalho. “Nem um e nem o outro têm a obrigação de ceder. Se tiverem que ficar longe em função da carreira profissional, que fiquem”, explica Gikovate, que diz que a decisão de mudar de cidade ou país pode afetar para sempre a vida do casal. Confira algumas dicas para levar um namoro à distância: Use todos os recursos possíveis (telefone, e-mail, MSN) para se comunicar com a pessoa amada. O contato constante é essencial para manter a chama do relacionamento acesa. Use todos os recursos possíveis (telefone, e-mail, MSN) para se comunicar com a pessoa amada. O contato constante é essencial para manter a chama do relacionamento acesa. O prazo de validade de uma relação como essa é de um ano, um ano e meio. Depois disso, em geral, ou as pessoas ficam juntas, ou acaba. Quando a distância não é mais suportável, é sinal que a relação já está desgastada; Não venda para o parceiro algo que você não é. Diga sempre a verdade. Tome cuidado com as concessões. Elas podem custar caro no futuro. Se optar por convidar seu amor para morar perto de você, certifique-se de que você realmente poderá dar a ele toda a atenção de que ele irá precisar para se adaptar à nova vida. A chave para qualquer relacionamento é a afinidade. Existindo isso, as concessões vão se reduzindo e a chance de o relacionamento dar certo é bem maior. Antigamente, o machismo imperava e era a mulher que tinha que largar tudo e para ir atrás do homem. Isso acabou. É preciso analisar as condições de cada um.

Danilo Casaletti

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