20 de abr. de 2009

Poesia Caipira

As carne vão sumino, vai parecêno as vêia. 
As vista diminuíno e cresceno a sombrancêia. As coisa vão encurtano, vão aumentano as orêia. 
Os ovo dipindurano e diminuíno a peia. 
Vô contá como é triste, vê a veíce chegá, vê os cabelo caíno, vê as vista encurtá. 
Vê as perna trumbicano, com priguiça de andá.. 
Vê "aquilo" esmoreceno, sem força prá levantá. 
A veíce é uma doença que dá em todo cristão: dói os braço, dói as perna, dói os dedo, dói a mão.
Dói o figo e a barriga, dói o rim, dói o purmão. 
Dói o fim do espinhaço, dói a corda do cunhão. 
Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece: vai passano pelas rua e as menina se oferece. 
A gente óia tudo, benza Deus e agradece, correno ligeiro prá casa, procurano o INSS. 
No tempo que eu era moço, o sol prá mim briava 
Eu tinha mir namorada, tudo de bão me sobrava. 
As menina mais bonita, da cidade eu bolinava. 
Eu fazia todo dia, inté o bichim desbotava. Mais tudo isso passô, fais tempo ficô prá trais as coisa que eu fazia, hoje num sô capaiz. 
O tempo me robô tudo, de uma maneira sagaiz. 
Prá fala memo a verdade, nem trepá eu trepo mais. 
Quando chega os cinquenta, tudo no mundo embaraça. 
Pega a muié, vai prá cama, aparpa, beja e abraça, porém só faiz duas coisa: solta peido e acha graça

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