28 de jun. de 2009

Michael Jackson: um rei que passou 5 décadas surpreendendo

Michael mudou a história da música no século 20, tanto quanto os Beatles ou Bob Dylan. Sem ele, teria sido mais difícil para Justin Timberlake, Ashanti, Jay-Z, Madonna, Beyoncé, Britney e mesmo Eminem. Todas as boys band, de Boyzone a New Kids on the Block, deveriam pagar royalties para Michael. Não só pelos passos de dança que ele inventou (como o moonwalk, aquele jeito de parecer que está deslizando para trás numa escada rolante), mas pelo fato de que ele ajudou a quebrar o preconceito de gerações em relação à música pop. Há 26 anos, quando lançou o disco Thriller, inscreveu definitivamente seu nome na história da música, mas sua obra-prima não foi o único momento em que vitaminou a música popular (Off the Wall e Bad são igualmente impressionantes). Já criança, com os irmãos Tito, Jermaine, Jackie, Marlon e Randy, balançou os alicerces da música negra americana nos anos 1970. Logo depois, em carreira-solo, trouxe os códigos do hip-hop para uma região confortável da música, isso quando o hip-hop ainda não era o mainstream. Flertou com o heavy metal, trazendo outro maluco famoso, Slash, do Guns N’ Roses, para tocar consigo Também rompeu barreiras sociais, integrando sons do gueto e do povo com as tramas da alta sociedade. O Rei do Pop criou as regras prototecnológicas do moderno espetáculo de arena, e foi seguido por outros de sua geração, como Madonna, U2 e mesmo os Stones. Nos anos 1980, tornou-se o primeiro artista afro-americano a entrar de sola na grande janela da adolescência branca com seus videoclipes insuperáveis, como Beat It, Billie Jean e Thriller. No ano passado, ao fazer 50 anos de idade, Jacko, como era mais conhecido, tinha deixado de ser gênio para ser só excêntrico. Fez discos a custos astronômicos (Invincible, um dos mais recentes, teve gasto de US$ 30 milhões, o que fazia cada cópia do álbum custar uma fortuna). Fora de forma e com a saúde abalada, voltou a fazer shows e anunciou 50 apresentações em Londres até março de 2010 - precisava pagar contas atrasadas, que eram muitas. Michael esteve no Brasil em 1993 e depois voltou para gravar videoclipe com o Olodum. Andava pelo morro e pela favela como para reencontrar algum elo fundamental que o reengatasse com seu passado. Mas atropelou um garoto durante fuga com os paparazzi e ficou em choque. Extravagante, recluso, maluco, supostamente pedófilo e vítima de abuso na infância, embranqueceu a pele e enfureceu os críticos. Peter Pan da terra do pop, criou o rancho Neverland para perpetuar sua busca de um Eldorado onde o tempo não corre. Amigo de outros esquisitões do star system, como Liz Taylor, Naomi Campbell e Macaulay Culkin, foi execrado e amado na mesma intensidade. Quando exibia os filhos da janela de um hotel, perigosamente, passou o atestado definitivo de insanidade Michael Jackson passou a vida surpreendendo as pessoas, e nos anos recentes nos espantou mais por sua capacidade de causar escândalos e por sua vida pessoal (cirurgias plásticas, acusações de desvios sexuais, dívidas impagáveis) do que por seu talento, que era imenso. Jotabê Medeiros

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