A maior solidão é a do ser que não ama e o maior risco é o de quem convive com ele. A maior solidão é de quem se defende, se fecha e se recusa a ver a alegria do outro e participar construtivamente de sua vida.
É de quem se sente humilhado quando recebe alguma coisa de alguém. É de se encerrar em si mesmo, no seu absoluto, que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, amizade e socorro.
É aquela pessoa que queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete, é a que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos e, encerrada em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre. É aquela pessoa que não consegue somar alegrias, diminuir males, multiplicar esperanças e dividir a felicidade.
As pessoas são solitárias porque constroem muros em vez de pontes. São as pessoas que dão as costas à luz, e nada mais verão além do que a própria sombra. Estas pessoas solitárias esquecem que as quatro coisas que não voltam para trás são a pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida, e o tempo passado.
A cada dia, temos que perceber que toda responsabilidade da solidão de cada um é resultado de sua relação com o outro. Portanto, as pessoas são solitárias porque se envolvem em críticas, maledicências, traições, busca pelo poder e, por causa disto tudo, só conseguem conviver consigo mesmas porque a luz do outro cega seus olhos acostumados ao escuro de sua própria pequenez.
Antônio Roberto
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