Com a crise internacional, as perspectivas para o mercado de trabalho no próximo ano não são das mais animadoras. Grandes empresas, como Vale do Rio Doce e Volvo, já começaram a cortar vagas e, segundo os analistas, mais reduções devem vir pela frente.
Apesar do cenário nebuloso, não é hora de desanimar. Veja abaixo dez dicas preparadas pela consultoria Korn/Ferry para quem está em busca de uma recolocação no mercado de trabalho.
1 - Não fique parado: comece a procurar novas oportunidades o mais rápido possível. Altos executivos podem demorar mais para encontrar uma vaga, com o tempo de procura podendo chegar a um ano.
2 - Trate a procura de emprego como um emprego: estabeleça um cronograma e se responsabilize pelo seu cumprimento.
3 - Esteja aberto a oportunidades: as empresas estão cortando custos fixos, mas podem ter oportunidades de consultoria para projetos ou especialidades de nicho, compensando o número menor de funcionários. Esses trabalhos, além de lhe conferirem uma renda, servem como uma vitrine para suas habilidades e podem movê-lo para a frente da fila quando começarem as contratações.
4 - Não crie raízes: com a evolução das indústrias, as oportunidades de carreira migram. Saiba para onde estão indo os cargos da sua área e esteja disposto a se mudar de cidade em busca da oportunidade certa.
5 - Seja paciente: demonstrar ansiedade excessiva a um possível empregador só diminuirá seu valor. E certamente você não quer pular de um cargo precário para outro. O trabalho dos sonhos, no entanto, será difícil de ser encontrado no mercado atual.
6 - Seja flexível: não fique obcecado por remunerações ou títulos. Aceitar um nível de remuneração ou título abaixo do seu ideal pode ser vantajoso. Se você superar as expectativas, o título e o salário se ajustarão com o tempo.
7 - Mantenha-se informado: fique por dentro das últimas notícias, tendências e tecnologias importantes no seu setor.
8 - Mantenha-se em forma: não negligencie a saúde e a alimentação, que geralmente sofrem com o estresse da procura de um novo emprego.
9 - Abuse de todos os recursos: há diversos sites e ferramentas gratuitos para ajudar quem procura um emprego. Procure sua universidade, organizações profissionais, grupo de veteranos ou outras afiliações que você tenha.
10 - Faça contatos: nada substitui os relacionamentos pessoais ao procurar oportunidades de carreira. Sites de relacionamento como Orkut, LinkedIn e Facebook ajudam nessa tarefa.
Seis passos para escapar da demissão em tempos de crise
Se você percebeu que seu emprego corre perigo, a coisa mais importante no primeiro momento é não perder a calma - as companhias detestam funcionários descontrolados. Depois, lembre-se que, por mais difícil que seja a situação, algumas atitudes podem livrá-lo do corte. Os especialistas são unânimes em dizer que o primeiro passo para escapar do facão é fazer uma autoanálise honesta. Depois, adotar uma postura pró-ativa e colaborativa. Veja como fazer isso em seis passos:
1) Avalie-se: pergunte-se se você está alinhando aos objetivos da empresa, se concorda com a missão dela e compreende realmente sua cultura e o que seus líderes esperam de você. Se a empresa contar com um sistema formal de avaliação de desempenho, procure ter uma conversa franca com seus superiores. Se não, uma avaliação informal já será de grande ajuda. "Um equívoco de autoavaliação é o primeiro sinal de que você não está alinhado com a empresa", afirma Adriano Araújo, vice-presidente do Grupo Foco.
2) Mostre disposição para mudar: deixe claro que você está disposto a assumir novos desafios e a adquirir competências que ainda não possui, mesmo que elas pertençam a áreas paralelas à sua atividade principal. Em um mundo que muda cada vez mais rápido, deixar de evoluir é um caminho certo para o escanteio.
3) Apresente resultados de curto prazo: não basta se comprometer com a mudança; é preciso também sinalizar que você está trabalhando por isso. Escolha metas rápidas e simples de serem cumpridas - pode ser até mesmo aquele diploma de fluência em inglês que você vem adiando há anos. Respostas rápidas lhe darão tempo para um realinhamento mais profundo com os novos tempos da empresa.
4) Reconquiste a confiança de seus liderados: um líder desprestigiado é um líder morto. Resgatar a empolgação da equipe é fundamental para a sobrevivência de qualquer gestor. Dê abertura para que se manifestem, converse com clareza, acate as propostas pertinentes, festeje e reparta os resultados, mostre que vencer os desafios será positivo para todos - e não apenas para o seu bônus de fim de ano. "Não adianta apresentar resultados apenas com números; é preciso passar tranqüilidade e resgatar o apoio da equipe", diz Fernanda Medeiros de Campos, sócia-diretora da gestora de recursos humanos Mariaca.
5) Traga novas idéias: isso é fundamental para as empresas de hoje. Foi-se o tempo em que as pessoas precisavam se preocupar apenas com suas tarefas. Cada vez mais, as companhias buscam quem possui visão empresarial, e se compromete com o negócio como se fosse seu próprio dono. "As empresas querem pessoas que vão buscar novas oportunidades, que pedem trabalho e não ficam se escondendo", diz Olga Colpo, sócia da PricewaterhouseCoopers para a área de organização e gestão da mudança.
6) Seja pró-ativo: quem compreende o que a empresa necessita não fica de braços cruzados. Tome a iniciativa. Faça antes que alguém lhe peça. Em tempos de crise, os líderes fogem de quem lhes traz problemas e valorizam quem lhes aparece com soluções. "Reagir nunca é a postura mais adequada. As pessoas só reagem quando as coisas vão mal; é preciso sair na frente", afirma Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos.
Não há nada de mágico no receituário dos gestores de recursos humanos para escapar de cortes e ser percebido como parte da equipe que vai resolver o problema - e não aquele que está contribuindo para agravá-lo, seja por inoperância, falta de qualificações ou resistência à mudança. Mas a rapidez com que a crise está atingindo as empresas impõe um novo ritmo àqueles que desejam, realmente, jogar a favor de suas empresas e, por tabela, de suas próprias carreiras. Mesmo quem não se sente ameaçado neste instante pode ver a cadeira balançar em breve.
O importante, segundo os especialistas, é evitar a sensação de que o jogo já está ganho. "Você é o responsável pela sua carreira. Não há mais espaço para a postura de que o emprego está garantido para sempre", resume Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos. Ainda mais, em tempos de crise financeira mundial.
Como saber se seu emprego corre perigo
A Microsoft, uma das gigantes do capitalismo mundial, anunciou na semana passada sua primeira demissão em massa - 5.000 pessoas. A cada dia, a crise mundial aumenta a lista das companhias que estão enxugando seu quadro de pessoal. No Brasil, uma das decisões mais ruidosas foi a demissão de 1.300 funcionários pela Vale. Nesse cenário, é claro que as pessoas começam a temer por seus empregos. Mas há diversos sinais para identificar os candidatos mais fortes à demissão, segundo os especialistas.
1) Aqueles que não cumprem as metas: mesmo que a situação de uma empresa se deteriore rapidamente, e uma lista de cortes seja montada às pressas, os gestores já sabem, em linhas gerais, quem são os mais cotados à demissão. "Quem não vem apresentando um desempenho adequado corre os maiores riscos", afirma Olga Colpo, sócia da PricewaterhouseCoopers para a área de organização e gestão da mudança.
2) Aqueles que cumprem a meta, mas com um alto custo: em tempos de competição extrema, a máxima de toda empresa é fazer cada vez mais, com cada vez menos. Isso quer dizer que os gestores têm de ser eficientes. "Os mais valorizados pelas companhias são os que geram ótimos resultados, com o mínimo de custos", diz Adriano Araújo, vice-presidente do Grupo Foco.
3) Os negativistas: em meio à crise, não há nada mais irritante do que alguém do "não", segundo os especialistas - aquele gestor resistente a mudanças; aquele que diz que não é possível fazer o que precisa ser feito. A postura negativista é um passaporte para fora da equipe. "Preste atenção se você está somando ou não", afirma Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos.
4) Os defasados: o trainee tem metade da sua idade, ganha a metade de seu salário e tem o dobro de qualificação, incluindo fluência em idiomas e cursos de especialização em novas áreas de negócios que você nunca considerou seriamente? Cuidado: você está com um pé para fora da empresa.
5) Quem está perdendo influência: a pessoa deixa pouco a pouco de ser convidada para reuniões - estratégicas ou cotidianas. Vê seu orçamento minguar e seus projetos passarem para outros gestores. Sua equipe começa a flertar com outros departamentos. "Quando começa a existir um distanciamento entre a empresa e o executivo, é sinal de que ela está buscando alternativas para seguir sem ele", afirma Adriano Araújo, vice-presidente do Grupo Foco.
6) Quem começa a saber das coisas por último: outro ponto crucial é que o executivo, cada vez mais na geladeira, começa a saber das decisões importantes por terceiros - geralmente, depois que elas são tomadas. "Se você não está sendo comunicado, é porque está fora da linha de decisões. Nesse caso, você se salvaria de uma demissão por sorte", afirma Patrícia Molino, sócia da KPMG para a área de assessoria e gestão de Recursos Humanos.
7) Quem perdeu o foco: ele trabalha até tarde da noite, leva trabalho para casa nos finais de semana, deixa de sair de férias para cumprir prazos. Mas, em vez de ser elogiado, é recebido com frieza pelo gestor. Pode ser um sinal de que todo esse trabalho não é valorizado pela companhia por um motivo simples: ela espera outra coisa, e o executivo perdeu de vista o foco da empresa.
Em resumo, os itens acima passam uma mensagem bastante clara: "atrapalhar é o meio mais rápido de ser demitido", diz Patrícia Molino, sócia da KPMG para a área de assessoria e gestão de Recursos Humanos.
Mas há casos em que bons profissionais acabam pegos de surpresa também. Quando a reestruturação da companhia é profunda e envolve o fechamento de departamentos inteiros, fábricas ou linhas de produtos, é possível que talentosos executivos sejam desligados. Nesse caso, é importante perceber que não foi o seu desempenho pessoal que o colocou nesta situação, mas uma mudança radical da companhia. "O problema pode não ser do profissional, mas da crise que arrastou a economia", afirma Fernanda Medeiros de Campos, sócia-diretora da gestora de recursos humanos Mariaca.
Revista Exame
Um comentário:
Moro no Rio de Janeiro.
Eu tenho 21 anos e não possuo experiência profissional, porque ainda não conheci ninguém que pudesse me dar uma oportunidade.
Concluí o ensino médio. Pretendo me formar em direito na faculdade.
Tenho ido diariamente aos fóruns para conversar com advogados.
Inicio a conversa perguntando “o que ele teria a dizer para uma pessoa que está começando na carreira jurídica”.
Eu então me apresento e manifesto o meu interesse em trabalhar num escritório de advocacia. Acredito que em breve serei convidado a atuar como assistente administrativo.
Os advogados têm se mostrado muito atenciosos.
DAVID LEONARDO ALVES DA SILVA
dlasilva@yahoo.com.br
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