5 de jun. de 2010

Insegurança


Uma das dificuldades do nosso crescimento emocional é não encontrarmos nosso próprio jeito de viver e desenvolver. 

Cada um de nós é único e responsável pela própria vida. Isso, porém, só ocorre se tomamos consciência do nosso valor pessoal, enquanto pessoas singulares. Nunca existiu, não existe e jamais existirá alguém igual a cada um de nós. 

Ser um indivíduo significa tomar as decisões de nossa vida, baseando-se na autonomia própria da nossa natureza, ou seja, de acordo com nossas ideias, nossos sentimentos e nossos valores. 

Pessoas que querem agradar sempre, que querem sempre ser compreendidas e aprovadas, dificilmente trilharão esse caminho. E com isso não poderão ser felizes, porque a felicidade pressupõe liberdade e amor, começando pelo amor a si próprio. A criança, por não saber ainda viver por conta própria fica atada aos pais. Essa deveria ser apenas uma fase. À medida em que vamos crescendo, temos de ir nos fazendo para a liberdade e, com isso, nos tornando pessoa. O amor verdadeiro entre as pessoas acontece a partir da individualidade de cada um e da escolha de estarem juntos. 

Qualquer submissão ou dominação ao outro realça a dependência. O medo do desamparo, da solidão, da rejeição e da perda é que nos faz dependentes. Haverá, porém, perda maior para o ser humano que perder o próprio desejo, a própria liberdade? Ser livre não é fazer o que queremos. Ser livre é saber casar meus desejos com a realidade, movido pelo amor e não pelo medo. Toda pessoa dependente emocionalmente, no fundo, quer dominar a outra pessoa.

“Eu me submeto desde que você fique sob a minha dominação”. 

O que é um grande engano. Nada podemos fazer para que alguém não nos abandone. Devemos nossa vida, de acordo com nossos princípios e desejos, e quem quiser se relacionar conosco tem de nos aceitar, livres e alegres. 
Antônio Roberto

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