19 de jun. de 2010

Simbolismo

PROCESSO SIMBÓLICO O simbolismo, a linguagem é a mais altamente desenvolvida, a mais sutil e mais complicada. Não há nenhuma necessária conexão entre o símbolo e aquilo que ele representa. Existe uma relação de independência entre o símbolo e a coisa representada. O símbolo não é a coisa simbolizada. A palavra não é a coisa. O mapa não é o território.
Vivemos em dois mundos. O mundo dos acontecimentos que percebemos diretamente - mundo extensional - (da experiência). O território, constituído pela seqüência de coisas que realmente vimos, sentimos ou ouvimos. Mundo extremamente pequeno.
A maioria das informações chegam até nós iniciando-se com os pais por via oral. Paulatinamente o nosso mundo se amplia através da escola, amigos, jornais, livros, televisão, internet. É através de relatos, de relatos de relatos que tomamos conhecimento da maioria das coisas que acontecem no mundo. Este é o mundo simbólico que nos chega através de palavras em oposição ao mundo extensional que conhecemos e somos capazes de conhecer através de experiência própria.
O mundo verbal deve estar em relação com o mundo extensional assim como um mapa deve estar em relação com o território que supostamente representa. Se a criança atinge a idade adulta tendo em mente um mundo verbal que razoavelmente se aproxima do mundo extensional encontrado ao seu redor à medida que a experiência se amplia, corre apenas um pequeno risco de se decepcionar ou surpreender com o que vai descobrindo. O seu mundo verbal já a instrui, mais ou menos, sobre aquilo que deve esperar. Se, no entanto, cresce tendo na mente um mapa falso, isto é, se cresce com a mente abarrotada de erros e superstições, estará constantemente esbarrando em dificuldades, desperdiçando esforços.
Todos nós, de alguma forma ou outra, incorremos em erros ou equívocos decorrentes de nossos mapas mentais, com nossos preconceitos, crenças. Todos nós vivemos em mundos verbais que em maior ou menor grau se distanciam do mundo extensional.
Por mais bonito que seja um mapa ele não tem nenhuma utilidade se não mostra adequadamente a relação dos lugares e a estrutura do território. Existem dois modos de introduzir mapas falsos em nossas mentes: recebendo-os de outras pessoas ou criando-os por conta própria, mediante a interpretação errônea de mapas verdadeiros
E o mesmo acontece com a linguagem. Por meio de relatos errôneos, imaginários ou por falsas inferências podemos criar à vontade mapas que não tem relação com o mundo extensional. Todos herdamos grande quantidade de conhecimento inútil, de informações incorretas e erros (mapas que a princípio acreditávamos corretos) de modo que, de tudo que nos ensinaram existe uma parte a ser descartada. Referência: Samuel I. Hayakawa A linguagem no pensamento e na ação

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