“49 E JESUS, PARANDO, DISSE QUE O CHAMASSEM; E CHAMARAM O CEGO, DIZENDO-LHE: TEM BOM ÂNIMO; LEVANTA-TE, QUE ELE TE CHAMA.
“
50 E ELE, LANÇANDO DE SI A SUA CAPA, LEVANTOU-SE, E FOI TER COM JESUS.”
MARCOS 10:49-40
E Jesus, parando, disse que o chamassem. Parando é gerúndio (terminação verbal pelo sufixo ndo), e gerúndio denota ação continuada do verbo. Parando, porque Jesus não para, não cessa. Parando é uma diminuição no ritmo, não ocorrida por acaso ou pela simples vontade da inércia, mas com certa finalidade. O Cristo continua parando na saída de Jericó para atender os nossos rogos. Onde a luz entra leva esclarecimento e conforto à treva, desativando-a. É o que notamos em relação à multidão, porque se antes egoísta, sob a influência benfazeja do Mestre assume nova postura, a de chamar o cego. E nesse chamar um coração entra em relação vibracional com outro sem que exista a necessidade do contato físico, sem que seja preciso uma linha de ressonância física. É o que ocorre em meio à nossa grande indiferença, muitas vezes conseguimos identificar emoções, fatos e circunstâncias que nos encaminham para o bem.
Muitas pessoas que aparentemente surgem ao acaso em nossa vida fazem esse papel de nos impulsionar para a frente, chegando no momento propício para a nossa melhoria, nos chamando diante da passagem do Cristo. Aquele que está perdido, seja em qual terreno for, sempre é achado pela misericórdia. A todo o tempo ele é achado, mas o difícil é nós nos acharmos. Cabe-nos ter ouvidos para ouvir, coração aberto para nos sensibilizarmos com a nova proposta, a fim de assimilarmos a sua mensagem num plano de adesão aplicativa.
O chamar é o que a caridade espera de nós (vamos abordar o assunto com tranquilidade no capítulo A CARIDADE). Deus não espera que resolvamos o problema de quem quer que seja, a nossa função na caridade é chamar o outro. Achamos muitas vezes que no terreno do amor operacionalizado fazemos muito, mas a nossa função é chamar, chamar o cego a multidão podia fazer. O Cristo é quem realiza, faz o que somente ele pode fazer, nos acode no atendimento às necessidades nossas. Vale lembrar que na ressurreição de Lázaro o processo foi quase análogo, ou seja, os circunstantes retiram a pedra que cerrava o sepulcro e lhe desatam, ao passo que o Cristo opera a ressurreição. No acolhimento do chamado o cego lança de si a sua capa. Porque não tem como chegar a Jesus utilizando capa. Ela é aquilo que serve para cobrir, é proteção, aparência, exterioridade, peça de vestuário usada sobre a roupa para proteger quem a veste.
Ela é a crosta que nos envolve, o envolvimento periférico resultante da marginalização e da acomodação a que ajustamos nos séculos. E não são poucas as capas que trazemos. Muitas são as mágoas, as vibrações do orgulho, a vaidade, a presunção, o egoísmo, os interesses ou os desejos que, formando uma pesada capa, nos impossibilita acesso à verdade, nos impossibilita ver Jesus e estar com ele. Não tem como chegar ao Cristo assim. Lançar a capa é desenfaixar a alma, é desvincular-se dos envoltórios da ilusão, é despir-se dos valores que nos prendem ao passado. É a necessidade de nos desvestirmos, aliviando a carga para buscarmos e estarmos com o grande amigo da humanidade. O cego percebeu a necessidade de aliviar-se, para receber a bênção da divina aproximação lança fora de si a sua capa, correndo ao encontro do mestre e alcançando novamente a visão para os olhos apagados e tristes.
Criaturas humanas exibem diversas capas, alegam que a luta humana permanece repleta de requisições variadas, utilizam máscara da conveniência, dizem que é imprescindível atender à movimentação do século, porém, se alguém deseja sinceramente a aproximação de Jesus, para a recepção de benefícios duradouros, lance fora de si a capa do mundo transitório e apresente-se ao Senhor tal como é, sem a ruinosa preocupação de manter a pretensa intangibilidade dos títulos efêmeros, sejam os da fortuna material, ou os da exagerada noção de sofrimento. A manutenção de falsas aparências, diante do Cristo ou de seus mensageiros, complica a situação de quem necessita. E nada peças ao Senhor com exigências ou alegações descabidas, apenas despe tua capa mundana e apresenta-te como é, sem mais nem menos.
Marco Antônio Galvão
50 E ELE, LANÇANDO DE SI A SUA CAPA, LEVANTOU-SE, E FOI TER COM JESUS.”
MARCOS 10:49-40
E Jesus, parando, disse que o chamassem. Parando é gerúndio (terminação verbal pelo sufixo ndo), e gerúndio denota ação continuada do verbo. Parando, porque Jesus não para, não cessa. Parando é uma diminuição no ritmo, não ocorrida por acaso ou pela simples vontade da inércia, mas com certa finalidade. O Cristo continua parando na saída de Jericó para atender os nossos rogos. Onde a luz entra leva esclarecimento e conforto à treva, desativando-a. É o que notamos em relação à multidão, porque se antes egoísta, sob a influência benfazeja do Mestre assume nova postura, a de chamar o cego. E nesse chamar um coração entra em relação vibracional com outro sem que exista a necessidade do contato físico, sem que seja preciso uma linha de ressonância física. É o que ocorre em meio à nossa grande indiferença, muitas vezes conseguimos identificar emoções, fatos e circunstâncias que nos encaminham para o bem.
Muitas pessoas que aparentemente surgem ao acaso em nossa vida fazem esse papel de nos impulsionar para a frente, chegando no momento propício para a nossa melhoria, nos chamando diante da passagem do Cristo. Aquele que está perdido, seja em qual terreno for, sempre é achado pela misericórdia. A todo o tempo ele é achado, mas o difícil é nós nos acharmos. Cabe-nos ter ouvidos para ouvir, coração aberto para nos sensibilizarmos com a nova proposta, a fim de assimilarmos a sua mensagem num plano de adesão aplicativa.
O chamar é o que a caridade espera de nós (vamos abordar o assunto com tranquilidade no capítulo A CARIDADE). Deus não espera que resolvamos o problema de quem quer que seja, a nossa função na caridade é chamar o outro. Achamos muitas vezes que no terreno do amor operacionalizado fazemos muito, mas a nossa função é chamar, chamar o cego a multidão podia fazer. O Cristo é quem realiza, faz o que somente ele pode fazer, nos acode no atendimento às necessidades nossas. Vale lembrar que na ressurreição de Lázaro o processo foi quase análogo, ou seja, os circunstantes retiram a pedra que cerrava o sepulcro e lhe desatam, ao passo que o Cristo opera a ressurreição. No acolhimento do chamado o cego lança de si a sua capa. Porque não tem como chegar a Jesus utilizando capa. Ela é aquilo que serve para cobrir, é proteção, aparência, exterioridade, peça de vestuário usada sobre a roupa para proteger quem a veste.
Ela é a crosta que nos envolve, o envolvimento periférico resultante da marginalização e da acomodação a que ajustamos nos séculos. E não são poucas as capas que trazemos. Muitas são as mágoas, as vibrações do orgulho, a vaidade, a presunção, o egoísmo, os interesses ou os desejos que, formando uma pesada capa, nos impossibilita acesso à verdade, nos impossibilita ver Jesus e estar com ele. Não tem como chegar ao Cristo assim. Lançar a capa é desenfaixar a alma, é desvincular-se dos envoltórios da ilusão, é despir-se dos valores que nos prendem ao passado. É a necessidade de nos desvestirmos, aliviando a carga para buscarmos e estarmos com o grande amigo da humanidade. O cego percebeu a necessidade de aliviar-se, para receber a bênção da divina aproximação lança fora de si a sua capa, correndo ao encontro do mestre e alcançando novamente a visão para os olhos apagados e tristes.
Criaturas humanas exibem diversas capas, alegam que a luta humana permanece repleta de requisições variadas, utilizam máscara da conveniência, dizem que é imprescindível atender à movimentação do século, porém, se alguém deseja sinceramente a aproximação de Jesus, para a recepção de benefícios duradouros, lance fora de si a capa do mundo transitório e apresente-se ao Senhor tal como é, sem a ruinosa preocupação de manter a pretensa intangibilidade dos títulos efêmeros, sejam os da fortuna material, ou os da exagerada noção de sofrimento. A manutenção de falsas aparências, diante do Cristo ou de seus mensageiros, complica a situação de quem necessita. E nada peças ao Senhor com exigências ou alegações descabidas, apenas despe tua capa mundana e apresenta-te como é, sem mais nem menos.
Marco Antônio Galvão
Nenhum comentário:
Postar um comentário