9 de fev. de 2011

A Caridade


A Misericórdia e a predisposição A Terra nunca esteve visitada por tanta orientação espiritual como agora. Muitas criaturas têm sido visitadas por lutas, embora o sorriso que apresentem, no entanto, acima delas existe amparo superior. 


Sim. O componente máximo doador é o criador e a misericórdia distribui dádivas em todo universo. Não há pai, em tese, que não queira o melhor para o filho. E são tantas as expressões da misericórdia divina que nos cercam o espírito, em qualquer plano da vida, que basta olharmos a natureza física ou invisível para sentirmos em torno de nós aluvião de graças. Dessa forma, rendamos culto ao perfeito amor que tudo ilumina e a todos se estende sem distinção. Na infinita bondade, Deus oferece-nos recursos para o saneamento de nossas próprias complicações e a salvação é atributo dessa misericórdia para conosco. 


Na equação de nossos débitos dependemos da misericórdia, e a felicidade reside em saber que podemos estar no fundo do poço, porém, ligados à fonte básica da luz em Deus. A misericórdia de Deus preenche todos os espaços, não está a uma grande distância de nós, por ser onipresente. A misericórdia tem falado alto e a sua bondade abraça a todas as almas, o criador salva a todos. Isso mesmo, o plano superior jamais nega recursos aos necessitados de toda ordem, ninguém permanece abandonado, os mensageiros de Jesus socorrem sempre nas estradas mais desertas. A vida é um processo de eleição pessoal e todos nós elegemos os tipos de experiência em que nos propomos estagiar. 


Por isso, nessa ou naquela fase da evolução, discórdia e tranquilidade, ação e preguiça, erro e corrigenda, débito e resgate, são frutos de nossa escolha. Nós sempre temos bons amigos na zona superior àquela em que nos encontramos, todavia, em certas circunstâncias afastamo-nos voluntariamente deles. Então, os prepostos de Jesus podem edificar o mesmo trabalho de sempre, todavia, encontram perturbação e resistência dos próprios beneficiados, razão pela qual a fonte de energias puras não pode ser responsabilizada por fenômenos que a deturpam. E vamos notar que quando a justiça chega, porque semeamos inadequadamente, ela não pede licença, ela vem! Ela não diz a alguém: “Olha, você se prepara porque eu vou chegar. 


Porque lá atrás, num tempo tal, você fez isso...” Não. Não tem nada disso. A justiça impõe de fora para dentro, ela pode precipitar acontecimentos, não espera pedir, chega e faz. E na hora que tem que bater, bate, pois tem que se cumprir a lei. Ou seja, cumpriu o período, chegou a hora, a pessoa enfrenta, com choro ou sem choro. Isso é justiça, e ela pode entrar tranquilamente em um processo de equações e projeções matemáticas. E se a justiça impõe de fora para dentro, o amor espera de dentro para fora. O amor tem que aguardar, ele espera! Porque o amor apresenta uma característica de espontaneidade. Ele tem que ser aceito, não tem como ser socado dentro da gente, ninguém pode ser obrigado a amar. 


Em amor nenhum de nós pode ser forçado a amar, esse é um processo que tem que se ouvir na intimidade do coração, na alma, razão pela qual é preciso adesão interna, é questão manifesta de dentro para fora. O Cristo disse “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Ele não designou lugar, não traçou condições, não estatuiu roteiros nem especificou tempo, prometeu simplesmente o conhecimento à verdade, e para acesso à verdade cada um tem o seu dia. A vida pede muito discernimento e cada palavra tem a sua ocasião, como cada revelação o seu tempo. E muitos não alcançaram o domínio próprio, não possuem as emoções, antes são possuídas por elas, estão preparados para a consolação, não para a verdade. E somente são dignos da verdade plena os que se encontram plenamente libertados das paixões, é preciso ter bom senso para saber quando se efetivamente deva investir. E nem sempre vamos conseguir ajudar quem objetivamos. Não adianta nós atropelarmos o mecanismo evolucional, temos que esperar o momento de decisão das pessoas. Pois ninguém está aqui para desativar o funcionamento da lei, não podemos violentar quem quer que seja. 


Em muitas circunstâncias, o companheiro que queremos ajudar se mostra sob o domínio de enganos tão extensos que a forma de ajudá-lo é esperar que a vida lhe renove o campo do espírito. Nós não podemos interferir em um sistema de vida de alguém que ainda é o sistema de vida eleito por ele. Não podemos tirar alguém da vida que ele está vivendo para tentar colocá-lo em uma vida, uma pseudo-vida que ele não vai se adequar, não vai se situar. Enquanto a vida de alguém for aquela que ele elegeu não há porque alterá-la. Assim, não será caridade o ato de dar aos que não querem receber, ninguém poderá ajudar aquele que se desajuda. Isso tem que ser bem compreendido. Precipitando acontecimentos as situações não são alcançadas, o elemento complicado é retirado do nosso lado se não tiver condições de descomplicar-se. A misericórdia, em geral, se direciona ao encontro daqueles que estão levantando bandeira da reparação. Salvação só é importante para os que desejam salvar-se, toda aquisição sem esforço é caminho para derrota, parâmetros de atendimento espiritual não podem atropelar as disposições humanas. Logo, em muitos casos a dor funciona como medida de auxílio nas corrigendas indispensáveis. Razão pela qual não se pode desconsiderar a dor que instrui e ajuda transformar o homem para o bem. 


Não que o criador estabeleça prerrogativas injustificáveis, ele não espera por nossas rogativas para nos amar, pois sua proteção se estende a todos indistintamente. Mas nem todos recebem este amor, muitos se fecham no egoísmo e na vaidade, envolvendo o coração em sombras densas. E quando as almas reencarnadas se revelam impermeáveis ao reconhecimento e à compreensão, distanciam-se os espíritos superiores delas, naturalmente, ainda que encerrem para eles valiosas jóias do coração, até que se integrem no conhecimento das leis de Deus e se disponham a segui-las na companhia deles. Já os maus, que parecem felizes na própria maldade, são aqueles sofredores perversos e endurecidos de todos os tempos, que apesar de reconhecerem a decadência espiritual de si mesmos criam perigosa crosta de insensibilidade em torno do coração. Desesperados e desiludidos, abrigando venenosa revolta, atiram-se à onda torva do crime até que um novo raio de luz lhes desabroche no céu da consciência. Misericórdia e compaixão não faltam em hipótese nenhuma. E entendamos que é preciso uma proposta operacional da nossa parte, porque da parte de lá para cá, por misericórdia, não pode haver violência. Jesus, efetivamente, é aquele que vem ao nosso encontro, mas só é capaz de nos ajudar se de nossa parte houver uma abertura no plano da percepção. 


Agora, ante o nosso desânimo e a nossa indisposição nós vamos notar que praticamente permanecerá a espera, no plano espiritual, das nossas decisões pessoais. Os gênios celestes podem trazer o mais belo e eficiente socorro aos espíritos da sombra, mas segundo a lei eterna os necessitados só podem receber os divinos benefícios se estiverem dispostos a aderir, por si mesmos, aos trabalhos do bem. E quando a sinceridade e a boa vontade se irmanam dentro de um coração faz-se no santuário íntimo a luz espiritual para a sublime compreensão da verdade. Se tivéssemos que dar uma definição de misericórdia, embora imprecisa, diríamos que ela é o fio, a vibração invisível que liga Deus aos infelizes sob o limiar da esperança. Ela liga aquele que apresenta capacidade de auxiliar com aquele em predisposição de receber. 


E essa é a palavra chave a ser entendida: predisposição. A liberdade interior é apanágio de todos os filhos da criação, e não é possível organizar precipitados serviços de socorro para todos os que caem nos precipícios dos sofrimentos por ação propositada, com plena consciência de suas atitudes. É indispensável nos colocarmos em determinada posição receptiva a fim de compreendermos a infinita bondade. Porque a própria capacidade nossa de perceber o que vem do alto depende de uma preparação interior. Jesus trabalha, como cada um de nós, com os elementos que emergem. E sabe por quê? Porque enquanto alguém está na treva densa (e vibra), a treva é luz para ele. Logo, se queremos evoluir preparemo-nos, temos que ajustar a nossa linha íntima para podermos entrar no plano e faixa de vibração. Primeiro, a construção do receptáculo, em seguida, a bênção. E os espíritos de luz não entram no abismo para precipitar a evolução, mas acolher os que se encontram em predisposição de receber. Objetivam atender quem estava com a luz e ela apagou. É razoável, portanto, que as missões de auxílio nos abismos recolham apenas os predispostos a receberem o socorro elevado. Aos outros não faltarão providências de Jesus em outra parte, e não há outro recurso para certas criaturas senão deixá-las nos precipícios das trevas, onde serão naturalmente compelidas a reajustar-se, dando ensejo a pensamentos dignos. É assim que funciona,...

Estudos Aprofundados do Evangelho

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