2 de jun. de 2011

Trabalhar é Viver


“16E AGORA POR QUE TE DETÉNS? LEVANTA-TE, E BATIZA-TE, E LAVA OS TEUS PECADOS, INVOCANDO O NOME DO SENHOR.” ATOS 22:16

“8PORQUE NOUTRO TEMPO ÉREIS TREVAS, MAS AGORA SOIS LUZ NO SENHOR; ANDAI COMO FILHOS DA LUZ.” EFÉSIOS 5:8

A morte para uma enormidade de criaturas no plano físico ainda é considerada um ponto final aos problemas. Consideram que morreu, acabou. O túmulo chega mesmo a ser considerado como a representação e o repositório das últimas esperanças.

E não é apenas isso, a questão vai bem mais além. Muitas pessoas acreditam serem privilegiadas da infinita bondade por haverem abraçadas atitudes de superfície nos templos religiosos, ou se consideram credores da redenção celeste pela simples arregimentação de valores intelectivos. No entanto, meus amigos, não acreditemos em comunhão com a divina majestade simplesmente porque nos façamos cuidadosos no culto externo da religião que afeiçoamos. Sabemos que a passagem pelo sepulcro por si só não nos coloca em terra milagreira, sempre nos achamos indissoluvelmente ligados às nossas próprias obras.

É comum as criaturas humanas chorarem diante das contrariedades e dos dissabores da vida. Pode-se até dizer que trazemos isso desde os primeiros dias do nascimento. É assim que crescemos, é assim com o bebê. Ele sente frio, ou sede, está molhado, e começa a chorar. Investe suas poucas energias no choro. Chora sem economias e uma mão mágica surge do desconhecido para satisfazer a sua mínima necessidade. Crescemos assim, exteriorizando nossas decepções, nossas mínimas contrariedades, nossos desgostos, com choros, com semblante fechado, porque no fundo nos consideramos aqueles bebês que tem suas necessidades realizadas, clamamos por mãos mágicas para suprir-nos os caprichos.

A gente cresce e vai descobrindo que não é tanto por aí. A grande verdade é que a natureza não se perturba para satisfazer os pontos de vista de quem quer que seja.

É isso mesmo. Não tenho pretensão nenhuma de desapontá-lo ou entristecê-lo, mas a aflição não resolve problemas. E tampouco vale a chuva de lágrimas despropositadas diante da insatisfação ou da falta cometida, pois elas não substituem o suor que cada qual deve verter em benefício da própria felicidade.

Você fica desesperado, chateado, entristecido, frustrado. Por algum motivo pessoal você começa a chorar. Entra no quarto, às vezes por horas, outras por dias, e chora, chora. Muito da sua vida perdeu o sentido e você só pensa em chorar.

E eu sou obrigado a repetir o que disse agora. Lágrima não substitui suor. De forma alguma. Quando acabamos de chorar estamos na mesma situação. Pois felicidade é com suor, não é com lágrima. Às vezes nós temos mesmo que chorar, porque o choro desonera, extravasa, desoprime, mas o choro não pode nos paralisar. Às vezes temos que chorar até mesmo para valorizar o suor, e até custamos a aprender que o suor é o componente que realmente nos propicia.

É grande o número de criaturas que buscam o encarceramento orgânico para fugir sem resgatar. Você já pensou nisso? Tantos outros se apegam à própria desdita como falsa justificativa para prosseguirem no sofrimento que lhes agrada.

Transitamos pelos mais diversos ambientes em nossa passagem terrestre e nos deparamos com aquelas pessoas que cultuam o sofrimento e sentem um velado prazer nisso. Se analisarmos, enquanto alimentam o sofrimento sentem-se desoneradas de certos compromissos para com a própria vida. Muitos outros por sua vez sofrem e realmente buscam o auxílio, no entanto, engana-se quem pensa que querem o progresso. Não querem o progresso, querem livrar-se da doença, mas não querem se curar, pode-se dizer que objetivam fazer quando melhorarem as mesmas coisas que faziam antes de adoecer.

É importante fazermos certo balanço pessoal de vez em quando acerca das horas gastas com lamentações prejudiciais. E o desculpismo sempre foi a porta de escape daqueles que abandonam as próprias obrigações. Haja desculpa para tudo.

E são tantas as evasivas, e tão veementes aparecem, que os ouvintes mais argutos terminam-se convencidos de que se encontram à frente de grandes sofredores ou de criaturas francamente incapazes, passando até a sustentá-las na fuga.

Porém, é inútil ficar assentado lamentando-se dos infortúnios reais ou imaginários.

Não se pode fugir do ego infeliz. Ninguém pode. Você e os seus problemas são reais e não pode escapar deles enquanto viveres. Por isso, não te percas desse modo na lamentação indébita, no choro despropositado. Muitos convidados para a lavoura da luz, engodados por si próprios acordam para a verdade em momento tardio, atados às ruinosas consequências da própria leviandade e das quedas, e não encontram outra providência senão a de esperarem por outras reencarnações.

Vamos aprender uma coisa juntos agora? Aprender, guardar e levar com a gente sempre?

A inércia é uma ilusão, o tédio uma deserção e a preguiça é fuga que a lei pune com aflições da retaguarda, porque o progresso é um comboio de rodas infatigáveis que releva para trás os que se rebelam contra os imperativos da frente.

Às vezes, quando fincamos o pé nos aspectos da retaguarda é porque não estamos querendo enxergar a realidade do progresso. É óbvio que todos atravessamos obscuros labirintos antes de atingirmos adequado roteiro espiritual. Em múltiplas circunstâncias erros e enganos nos povoaram a mente com remorsos e arrependimentos tardios, mas isso não justifica o choro estanque.

Deixemos de alegar tropeços e culpas, inibições e defeitos para a fuga de responsabilidades que nos competem. Não aleguemos fraqueza, inaptidão, desalento ou penúria para desistirmos do lugar que nos cabe no edifício do bem.

Podemos ter estado em trevas até o dia de ontem. De repente, achávamo-nos na condição do viajor que jornadeia circulado de sombras, tropeçando aqui e ali, sem o preciso discernimento. Mas hoje, que tudo se faz claro em derredor, que a luz maior nos alcança, fujamos de dramatizar desencantos e fixar desacertos. Eliminemos queixas e recriminações que complicam e desajudam, ao invés de simplificar e ajudar. O tempo agora é outro, e o tempo é nosso aliado.
Marco Antônio Galvão

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Mundo Atribulado

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