A cantora Amy Winehouse, de 27 anos, foi encontrada morta neste sábado em sua casa no norte de Londres, confirmou a polícia da cidade.
As causas da morte ainda são desconhecidas. O Serviço de Emergência informou à BBC que foi acionado por volta das 16 horas - 11 horas no Brasil - e enviou duas ambulâncias para o endereço de Amy, mas os médicos já a encontraram morta. De acordo com o site do jornal britânico The Telegraph, Amy havia desmaiado por três vezes na última semana por ter bebido demais.
No mês passado, Amy suspendeu uma turnê pela Europa após ter sido vaiada em uma apresentação na Sérvia por não conseguir cantar. Esse viria a ser seu último show.
A cantora travava há anos uma luta contra as drogas e a bebida e chegou a se internar para desintoxicação. Nos últimos anos, Amy emagreceu e colecionou aparições constrangedoras em público: com resquícios de cocaína no nariz, com os seios à mostra e com os cabelos sujos e desalinhados. Os excessos levantam a suspeita de que ela tenha morrido de overdose.
Segunda filha de um taxista e uma farmacêutica, Amy nasceu em Londres em setembro de 1983. Durante a infância, passada no subúrbio londrino de Southgate, a cantora se interessou pela música graças à influência do pai, que gostava de cantar em casa, junto aos amigos, e estimulava a filha a fazê-lo. Amy começou a carreira ainda adolescente, apresentando-se em bares e casas noturnas - mas só em 2003, aos 20 anos, lançou seu primeiro álbum Frank, que congrega elementos de R&B, bossa nova e chill out.
O single Stronger Than Me estourou nas rádios londrinas e a cantora passou ser observada pela crítica britânica, apesar de continuar desconhecida internacionalmente. A partir de 2004, a cantora passou a se dedicar à produção de seu próximo disco, Back to Black, lançado em 2006. A faixa Rehab se tornou rapidamente uma das mais tocadas nas rádios britânicas e não demorou para cruzar o oceano e transformar a cantora em estrela internacional. No entanto, nesse mesmo intervalo, Amy começou sua turbulenta incursão no mundo das drogas e do álcool, ao lado de seu namorado, o músico Blake Fielder-Civil.
O romance turbulento foi acompanhado como novela pela imprensa mundial, graças às fotos de escândalos, brigas e bebedeiras divulgadas pelos jornais sensacionalistas britânicos - e ajudou a reforçar a fama de garota problemática da cantora. Amy incorporou de tal forma a imagem de bad girl que muitas das faixas de seu álbum Back to Black faziam alusão a situações envolvendo álcool, brigas e rompimentos amorosos problemáticos, como I Told You I Was Trouble, ou You Know I'm No Good. Back to Black alcançou a marca de 25 milhões de unidades comercializadas no mundo inteiro. Desde então, Amy alimentava os fãs com um par de hits e dezenas de escândalos. Ela não era uma performer, mas, se resumido à voz, seu talento era inegável.
Um DVD acústico com as melhores faixas de Frank e Back to Black foi lançado dois anos depois - e foi o último trabalho produzido pela cantora, que passou alternar as idas a clínicas de reabilitação com turnês mundiais. Em 2009, para tentar se livrar do vício - e de Fielder-Civil - a cantora chegou a passar seis meses na ilha de Santa Lúcia, no Caribe. Ao voltar a Londres, com um aspecto físico mais saudável, a cantora afirmou que iria trabalhar na produção de um novo álbum. No entanto, não demorou para voltar à rotina de drogas, álcool e escândalos. Em 2010, a situação financeira da cantora foi classificada pela imprensa britânica como difícil e Amy decidiu voltar às turnês.
A cantora esteve no Brasil para uma série de apresentações em janeiro de 2011. Nem bem chegou por aqui, Amy rendeu um punhado de notícias do tipo que pipocavam a toda hora desde o começo da sua carreira. Roubou bebidas alcoólicas dos quartos vizinhos no hotel no Rio de Janeiro, deixou um seio à mostra, exibiu machucados no corpo e recebeu a visita de Ron Wood, guitarrista do Rolling Stones, outro contumaz ébrio.
A morte prematura de Amy Winehouse neste sábado eterniza a cantora como integrante do Clube dos 27, grupo de artistas tão geniais quanto autodestrutivos que morreram aos 27 anos. Como Amy, morreram Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison e Kurt Cobain. Em comum, a vida desregrada e repleta de farra, drogas, bebidas e melancolia. As causas da morte de Amy ainda são desconhecidas, mas, por conta dos excessos, suspeita-se de overdose.
Jimi Hendrix morreu em Londres, em 1970, afogado no próprio vômito depois de misturar vinho com pílulas para dormir. Janis Joplin, morreu no mesmo ano, por overdose de heroína. No ano seguinte, o mundo da música perdia Jim Morrison, vítima de uma parada cardíaca. O guitarrista do Nirvana, Kurt Cobain, suicidou-se com um tiro em 1994.
Uma hora após a confirmação da morte de Amy, o nome da cantora liderava as citações mundiais no Twitter. A segunda hashtag, ou seja, palavra-chave, mais comentada era #club27. Os companheiros de Amy também figuravam no topo do ranking de publicações.
A expressão Tears Dry, do hit Tears Dry On Their Own, de Amy, aparece como o sexto tópico mais comentado do Twitter. Era uma das poucas músicas em que, apesar da melancólica, havia uma nesga de esperança. "Quando ele vai embora, o sol se põe. Ele leva o dia embora, mas sou crescidinha e do seu jeito, neste tom triste, as minhas lágrimas secam sozinhas."
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