Na época da ditadura podíamos acelerar nossos Mavericks acima dos 120km/h sem a delação dos radares, mas não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos cortar a goiabeira do quintal, empesteada de taturanas, sem que isso constituísse crime ambiental, mas não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos tomar uns HI-FI ou algumas cervejas depois do expediente ou nos fins de semana, sem o risco de termos nossas carteiras apreendidas, mas não podíamos falar mal do presidente.
Não usávamos eufemismos hipócritas para fazer referências a raças (ei negão, ô branquelo), credos (lá vem a beata, o crente) ou preferências sexuais (fala aí sua bicha) e não éramos processados por isso, mas não podíamos falar mal do presidente.
Íamos a bares e restaurantes cujas mesas mais pareciam Cubatão em razão de tantos fumantes, que nem incomodavam tanto assim, mas não podíamos falar mal do presidente.
Cantávamos a recepcionista, a estagiária no trabalho ou mesmo a babá da vizinha, sem medo de sofrer processo judicial por assédio, mas não podíamos falar mal do presidente...
Hoje a única coisa que podemos fazer é falar mal do presidente!
Que merda!
Adaptado de um autor desconhecido
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