É pela inteligência que os homens adquirem contato com a realidade acerca do universo, a verdade universal.
E o entendimento que não possam alcançar por si mesmos lhes é proporcionado mediante a revelação divina, através de médiuns missionários, que são os intermediários para os bons espíritos transmitirem às criaturas as leis de Deus.
É importante frisar que essas revelações são proporcionadas conforme o estado evolutivo dos povos a que se destinam, a fim de que elas possam ser aceitas e assimiladas. Assim, os homens receberão sempre as revelações divinas segundo a posição evolutiva. A missão da justiça foi trazida com Moisés que, apesar das características de legislador humano, tinha as mais elevadas faculdades mediúnicas. Treze séculos após o planeta recebe Jesus, o fundamento de toda a luz e sabedoria, e com ele o homem do mundo recebeu o código perfeito do amor, pelo qual a lei manifestou-se no orbe em seu máximo esplendor.
Então, a primeira revelação divina, direcionada aos hebreus, surge com Moisés, grande legislador, treze séculos antes de Jesus. A humanidade já apresentava evolução mental capaz de encarar o universo de maneira global, já tinha idéia do monoteísmo, o Deus único, providencial e criador dos mundos pelos quais vela.
Moisés determinou-lhes testemunhos rígidos com o objetivo de discipliná-los dentro da ordem divina e do entendimento do único Deus. Dessa forma, noções de direito surgiram para que não se impusese aos semelhantes ofensas e prejuízos que não se deseja receber, e o velho testamento é o alicerce da revelação divina.
Como condutor de um povo, e objetivando coibir uma série de abusos e desregramentos, Moisés estabeleceu leis morais, religiosas, políticas, civis e até preceitos de higiene. Entre as leis civis que estabeleceu encontra-se a “pena de talião”, a pena igual ao crime, “olho por olho, dente por dente”, e a proibição do intercâmbio com os mortos. Instalara o princípio da justiça, coordenando a vida e influenciando-a pelo constrangimento de fora para dentro.
O profeta hebraico apresentava a revelação com a face divina da justiça, justiça esta que opera de fora para dentro, que antecede a espontaneidade. E a lei de talião prevalece para todos os espíritos que não edificaram, ainda, o santuário do amor nos corações, e que representam a quase totalidade dos seres humanos.
Mas tem muita gente adotando Moisés hoje ao invés de deixar Moisés para quem precisa dele.
Agora, é imperioso na revelação mosaica saber fazer a separação entre a parte humana, reformável e transitória, e a parte divina, imutável e eterna, que é a que nos interessa e está presente no decálogo, nos dez mandamentos, que surge no monte Sinai pela mediunidade de Moisés.
O número dez nós sabemos que apresenta uma expressão de universalidade, de coletividade, e culmina na multiplicidade do um, a unidade básica fundamental do universo, e que estudaremos de forma específica em outra oportunidade.
Por agora basta-nos entender que esses mandamentos são orientações imprescindíveis ao campo evolucional da Terra, constituem a moral básica e invariável em todos os tempos e povos. Muitos de nós já ouvimos falar que a revelação de Moisés tem sentido de justiça, e isso é um fato. Porque a sua base (os mandamentos) é de ordem coletiva, cujos princípios norteiam a caminhada evolucional do ser, apresenta sentido coercitivo, constrangedor. Não é difícil concluir isto. Basta analisar que dos dez mandamentos sete são negativos.
Ou seja, setenta por cento deles são controladores, cerceadores, bloqueadores das nossas manifestações irreverentes, ao passo que apenas três são positivos. Os três positivos representam, de forma simultânea, uma linha trina a projetar a criatura em sua capacidade de amar, objetivam projetar-nos rumo ao infinito.
Um comentário:
Lindo texto.
Parabéns pela postagem!
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