25 de out. de 2012

O poder da argumentação


Época de eleições é sempre a mesma história: muitos candidatos, vários debates, milhares de promessas. 
Cada discurso gera uma resposta, que leva a uma réplica, que volta à tréplica, que, por sua vez, resulta em... muita discussão! Todo esse falatório deixa uma pulga atrás da orelha: o que será preciso, de fato, para elaborar um bom argumento, capaz de convencer até mesmo o seu adversário mais sagaz?
Foto: Martin Luther King Jr – Seus discursos em favor dos direitos civis dos negros inspiravam verdadeiras multidões!
A coerência lógica é, certamente, peça fundamental dessa charada. Ou pelo menos deveria ser – na prática, não é assim tão fácil quanto parece, né? 
Para ajudar os amantes da oratória, o site Thou shalt not commit logical fallacies (em português, “Tu não cometerás falácias lógicas”) elaborou uma lista com os 24 erros de lógica mais cometidos em argumentos. 
No post de hoje, compartilhamos com vocês as 7 falácias mais frequentes dessa lista. Fique atento para usá-las (ou melhor, não usá-las) a seu favor!
1. Desvio de um argumento para torná-lo mais fácil de atacar. 
É, infelizmente, não vale distorcer o que a outra pessoa falou só para provar o seu ponto de vista.
– Não gosto de futebol!
– Nossa! Não esperava que você fosse contra a Copa do Mundo de 2014 no Brasil...
– Ei, não foi isso que eu disse!
2. Chantagem emocional. 
Apelar para as emoções pode ser o caminho mais fácil, mas, convenhamos, não é a melhor estratégia se você quer vencer uma discussão racionalmente.
Filho: Eca! Não quero esse fígado de frango!
Mãe: Come isso já! Tanta gente no mundo passando fome, meu filho, e você reclamando da comidinha da mamãe...
3. Ad hominem (em latim, “argumento contra a pessoa”). 
Sabe quando a discussão parte para o pessoal? 
É, dispensa explicações... #quemnunca?
Depois que a candidata apresentou seus projetos para a prefeitura da cidade, a adversária perguntou se os eleitores realmente dariam ouvidos a uma mulher que não era casada.
4. Pergunta carregada. 
Esta é uma armadilha! 
Ao fazer uma pergunta com uma afirmação embutida, a resposta certamente trará uma admissão de culpa.
Duas amigas disputam o mesmo emprego. 
Enquanto aguardam a entrevista, uma delas pergunta alto para a outra: 
“Como andam seus problemas emocionais?”.

Foto: Winston Churchill - Orador e estadista notável, foi primeiro-ministro britânico por duas vezes.
5. Ônus da prova. 
Essa falácia acontece quando você quer que a outra pessoa prove o erro no seu argumento, em vez de você mesmo argumentar a seu favor. 
– No oeste da Ucrânia existe uma casa escondida numa floresta de pinheiros, onde trabalha uma organização de ex-freiras, responsáveis por descobrir novos sabores de milk-shake que serão consumidos por astronautas da NASA em sua próxima missão.
(Alguém se habilita a contrariar esta afirmação? :-D)
6. Alegação especial. 
Você abre uma exceção à regra quando sua afirmação é exposta como falsa.
Eis que um cientista tentou testar as habilidades de uma vidente:
– Meu dom só funciona para quem tem fé que vai dar certo!
7. Ad populum (em latim, “para as pessoas”). 
Nesse caso, você apela para a popularidade de um fato para validá-lo como verdadeiro.
Menino: Papai Noel existe!
Amiguinho: Não existe não, boboca!
Menino: Existe sim! Se tanta gente acredita nele, ele é OBRIGADO a existir.
Cena de "O Discurso do Rei" – O filme pode ser uma boa fonte de inspiração para quem quer evoluir suas técnicas de oratória.
E aí, você consegue identificar essas falácias no seu dia a dia?
Se quiser entender melhor a construção do discurso lógico ou até mesmo trabalhar suas técnicas de convencimento, uma boa indicação é a obra Razão & Argumentação, da Coleção Fundamentos Filosóficos, publicada pela Penso Editora.
Blog A

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