Gosto muito de algumas músicas do Roberto Carlos. Já fui a um show e não perco o especial de Natal. Quando ele abre os braços e sorri para cantar os versos “Se chorei ou se sorri /o importante é que emoções eu vivi”, tenho vontade de cantar junto. Mas toda vez que escuto o novo rit do rei, “Esse cara sou eu”, não consigo deixar de pensar que “esse cara” é um pouco exagerado.
Ele quer ver a moça o tempo todo. Conta os segundos se ela demora. Não sabe ficar sem ela. Acorda a coitada no meio da noite para falar que a ama (precisa?). Ele reclama quando ela some por um tempo. “Esse cara” me parece pegajoso, possessivo e sem vida própria.
Sei que essa música traduz o ideal romântico de muitas pessoas. E acho isso um pouco assustador. Primeiro porque “esse cara” dificilmente existe. Nenhum homem (ou mulher) é heroi e vive exclusivamente para alguém. As pessoas trabalham, têm amigos, problemas, têm mais o que fazer da vida. Segundo, porque o que a música descreve não me parece amor. Esta mais para um sufoco. Amor requer companheirismo, liberdade, e espaço para ser você mesmo.
Natália Spinacé
Um comentário:
Natália, infelizmente pessoas como vc nós faz ter certeza da pergunta: o que quer uma mulher?
Mulheres como vc estão virando masculinas e depois reclamam que não existem mais homens.
Antes era homem que ia a caça agora a coisa mudou.
Eu continuo a moda antiga e sou feliz por ter um CARA assim.
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