Não peçam a nós, homens, para compactuar com algumas paranóias femininas. Certas preocupações são absurdas, irritam profundamente e azedam o relacionamento!
1. Com que roupa eu vou - o drama do figurino
Você põe abaixo o armário inteiro. Já vestiu e atirou no chão e na cama dezenas de peças. Testou meia dúzia de vestidos, calças, saias, várias possibilidades de combinações. Nada feito. Irritadíssima, vocifera diante de uma pilha de roupas: "Inferno, não tenho roupas!" Do outro lado da montanha, seu marido, namorado... enfim, o seu homem assiste à cena. Faz quase uma hora que você tenta se arrumar para sair com ele. Estão atrasados para o jantar com os amigos. O parceiro não suporta mais a mesma e repetidíssima situação. "Esse vestido é ótimo, amor, você fica linda assim", diz ele, em tempo de explodir, mas ainda fingindo paciência zen. É o tipo de episódio que o homem, acostumado a se vestir em cinco minutos, odeia. No começo do relacionamento, a gente até ri do desespero feminino. Acha engraçado, cômico. O replay, porém, faz daquele prova-prova um detestável exercício de Jó. Em apenas uma ocasião suportamos essa histeria fashion: quando assistimos, na TV, aos minutos finais do jogo do nosso time, e a mulher resolve inventar um cinema às pressas. Nesse caso gostamos da indecisão no figurino. Quer dizer, gostamos até o momento em que ela grita pela falta da mercadoria mais reclamada pelas mulheres: a tal da atenção. O seu time no ataque e ela pedindo que você ajude a dar um laço na blusa. "Está horrível esta roupa, não está?", indaga bem na hora do pênalti. E de nada adianta tentar convencê-la de que está uma princesa. Ës vezes, irritados, temos mesmo vontade de bradar que está horrível, só por vingança. Acredite, o figurino não faz o menor sentido para o homem. A não ser para o marido ou namorado mais conservador e, ainda assim, só quando você poe aquela saia nova, curtíssima. Aí, o cara arregala os olhos e começa a ter ciúme até das paredes. Você pede opinião sobre o modelito e ele vem com subterfúgios, sem coragem para assumir o ciúme: "Meu bem, é uma ocasião social... entenda, esse traje não seria o mais adequado".
4. Ciúme, ciúme de você
Que tal inverter a ordem das coisas? Em vez de enciumar-se com qualquer ameaçazinha de nada, faça com que ele sinta um medinho de perdê-la. Homem abomina o ciúme permanente, aquele que o deixa quase paralisado nas festas, nos jantares, reuniões, eventos. Teorias das conspirações sem limites, algo para além das guerras frias de outrora e das batalhas quentes do Oriente. É o tipo de coisa que faz mal sob todos os pontos de vista. No mínimo, a gente - até os mais maldiagramados e feios - passa a se achar um Antonio Banderas, um Brad Pitt... Tem uma lógica do mundo do futebol, o mundo que governa nossas mentes, que é uma grande lição para as mulheres: "A melhor defesa é o ataque". Tradução: no lugar de ficar rabugenta, possessiva, ali num canto, mostre-se exuberante e atraente. Circule com o charme que Deus lhe deu, diga coisas - com ou sem sentido - nas rodas da festa, divirta-se. Eis a melhor maneira de inverter as preocupações. Ou pelo menos de equilibrar o seu mundo e o dele. A perseguidora chata que você incorporava vai virar uma mulher muito mais interessante, amada, cobiçada. Com certeza, ele não conseguirá tirar o olho de você. Ainda pode enlouquecê-lo depois se entoar o mantra futebolístico, que ele jamais esperava da sua boca: "A melhor defesa é o ataque". Repita comigo, para não errar: "A melhor defesa é o ataque".
5. Essa metamorfose ambulante...
Havia um tempo, reza a lenda, em que tudo que os homens tinham de se lembrar era do aniversário da mulher, da data do casamento, do noivado... Hoje, além das efemérides, é preciso estar atento às novidades, às verdadeiras metamorfoses. Meu Deus, como as mulheres mudam de cabelo num piscar de olhos! As cores, os penteados, todas as reviravoltas visuais, um corte novo por dia. Sem falar nas magias plásticas, como o Botox. Ai do homem que esquecer de comentar uma mudança nas madeixas. Ou deixar de falar do sumiço do pé-de-galinha ou daquela ruga tão charmosa! O caro amigo estará condenado à mais fria das noites. No tempo em que as opções de cortes e/ou penteados eram poucas, raríssimas, tudo bem... Agora existem mil opções, produtos, uma verdadeira escala industrial. A mulher troca o tom do cabelo como quem muda de calcinha. E nós ainda temos de ficar antenados e elogiar cada transformação. Como notar que o cabelo está um pouco mais para ferrugem do que para o quase-vermelho? Ou seria marrom, laranja? O homem a é aprova certas novidades, mas rejeita a cobrança para se manter ligado a cada invencionice. Mais chato ainda é ter que agYentar a insegurança a cada metamorfose. "Você acha que ficou bom? Está esquisito, não está?", pergunta ela, torrando a paciência. "Você acha que devo pintar de preto novamente?", ataca, logo pela manhã, quando a paranóia capilar se manifesta de forma mais grave nas mulheres.
Xico Sá Revista Claudia
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