Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva
Como é possível perder-te
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda
Maria Teresa Horta
picture by Lucian Freud
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