11 de set. de 2007

Noturno


Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...

Como um canto longínquo - triste e lento-
Que voga e sutilmente se insinua,
Sobre o meu coração que tumultua,
Tu vestes pouco a pouco o esquecimento...

A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando. entre visões, o eterno Bem.
E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, Gênio da Noite, e mais ninguém!
Antero de Quental
picture by Abel Manta

Um comentário:

Anônimo disse...

Leonardo, a alma parnasiana deste poema me encheu de saudades, foi minha principal influência. Ele é como um perfume,este tem uma leve nota de Gregorio de Matos e Olavo Bilac. Uma das coisas que mais me fascina no parnasianismo é o uso múltiplo dos adjetivos num único verso. Vou imprimir e guardar para ler sempre. Abraços.

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