3 de set. de 2007

O monge e o executivo


Estar no poder é como ser uma dama. "Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é"
Margaret Thatcher

Juntos somos muito mais sábios do que um sozinho.
Só existe uma regra: ter vontade de falar. Muitas vezes é uma sensação de ansiedade que nos faz remexer na cadeira, o coração bate um pouco mais depressa, ou as palmas das mãos suam. É aquela sensação de que você tem uma contribuição a dar. A regra oposta também se aplica. Se não sentirem vontade de falar, talvez seja melhor se absterem, para dar espaço aos outros. P.23
Distinção entre líder, liderança e gerente, gerência. Você gerencia seu talão de cheques, seus recursos, gerencia a si mesmo. Mas não gerencia seres humanos. Você gerencia coisas e lidera pessoas.


Liderança: É a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum.
Habilidade é simplesmente uma capacidade adquirida. Liderança é uma habilidade que pode ser aprendida e desenvolvida por alguém que tenha o desejo e pratique as ações adequadas.
Poder: é a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer.
Autoridade: A habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer pro causa de sua influência pessoal.

O poder é definido como uma faculdade enquanto autoridade é definida como habilidade. Exercer autoridade sobre pessoas requer um conjunto de habilidades. O poder pode ser vendido, dado, comprado. Isso não acontece com autoridade que não pode ser dada, vendida, comprada ou tomada. A autoridade diz respeito a quem você é como pessoa, a seu caráter e á influência que estabelece sobre as pessoas.
Há ocasiões em que se deve exercer o poder, seja para colocar limites em casa ou para despedir um mal funcionário.

Podemos tratar a autoridade como questão de influência.
Várias qualidades são consideradas essenciais para a liderança, tais como: honestidade, confiabilidade, compromisso, etc. E essas qualidades são comportamentos. E comportamento é escolha. Muitas vezes são desenvolvidos cedo na vida e tornam-se comportamento habituais.
Liderar é conseguir que as coisas sejam feitas através das pessoas. Ao trabalhar com pessoas e conseguir que as coisas se façam através delas, sempre haverá duas coisas dinâmicas em jogo – a tarefa e o relacionamento.

A chave para a liderança é executar as tarefas enquanto se constroem os relacionamentos. ... Os líderes verdadeiramente grandes têm a capacidade de construir relacionamentos saudáveis.
O ingrediente mais importante num relacionamento bem-sucedido é confiança. Sem confiança é difícil, senão impossível conservar um bom relacionamento. A confiança é a cola que gruda os relacionamentos.

Saber ouvir – Quando você interrompe as pessoas no meio de uma frase, você envia algumas mensagens negativas:

1º se você me interrompeu, é porque não estava prestando atenção ao que eu dizia, já que sua cabeça estava ocupada com a resposta.

2º se você se recusa a me ouvir, não está valorizando minha opinião. Finalmente, você deve acreditar que o que tem a dizer é mais importante do que o que eu tenho a dizer. São mensagens desrespeitosas.

Paradigma são padrões psicológicos, modelos ou mapas que usamos para navegar na vida. Nossos paradigmas podem ser valiosos e até salvar nossa vida quando usados adequadamente.Mas podem se tornar perigosos se os tomarmos como verdades absolutas, sem aceitarmos qualquer possibilidade de mudança....
Agarrar-se a paradigmas ultrapassados pode nos deixar paralisados enquanto o mundo passa por nós.
Os líderes devem identificar e satisfazer as necessidades de seus empregados e servi-los, atendê-los. Isso não é identificar e satisfazer as vontades das pessoas, ser escravos delas. Os escravos fazem o que os outros querem, os servidores fazem o que os outros precisam....
Uma vontade é simplesmente um anseio que não considera as consequências físicas ou psicológicas daquilo que se deseja. Uma necessidade, por outro lado, é uma legítima exigência física ou psicológica para o bem-estar do ser humano.

A influência e a liderança são construídas sobre o serviço, o servir aos outros. O papel da liderança é servir, isto é, identificar e satisfazer as necessidades legítimas.

Amor – é usado no texto como comportamento e não sentimento.

“ O amor é o que o amor faz.”

O amor é sempre fundamentado na vontade... Intenções menos ações não é nada. Todas as boas intenções do mundo não significam coisa alguma se não forem acompanhadas por nossas ações. Intenções mais ações é igual a vontade. Só quando nossas ações estiverem de acordo com nossas intenções é que nos tornaremos pessoas harmoniosas é líderes coerentes.

A liderança começa com a vontade, que é nossa única capacidade como seres humanos para sintonizar nossas intenções com nossas ações e escolher nosso comportamento. É preciso ter vontade para escolhermos amar, isto é, sentir as reais necessidades, e não os desejos, daqueles que lideramos.

Amor – agapé – amor incondicional, baseado no comportamento com os outros, sem exigir nada em troca. É o amor da escolha deliberada. É o sentido empregado por Jesus no Novo Testamento. Jesus indicava que devíamos nos comportar bem com relação às pessoas.Nem sempre é possível controlar o que sentimos com relação às pessoas, mas podemos controlar como nos comportamos com relação a elas.

No Novo Testamento há uma epístola aos Coríntios que fala do amor. É o capítulo 13.diz, em essência, que o amor é paciente, bom, não se gaba nem é arrogante, não se comporta inconvenientemente, não quer tudo só para si, não condena por causa de um erro cometido, não se regozija com a maldade, mas com a verdade, suporta todas as coisas, agüenta tudo. O amor nunca falha.

Paciência – mostrar autocontrole em face da adversidade.
Disciplina vem da mesma raiz de discípulo, que significa ensinar ou treinar. O objetivo de qualquer ação disciplinar deve ser corrigir ou mudar o comportamento da pessoa e não punir.

Bondade – dar atenção, apreciação, incentivo. Prestar atenção às pessoas é algo muito importante. E a melhor maneira que temos de fazer isso é ouvindo-as ativamente.O ouvir ativo requer esforço consciente e disciplinado para silenciar toda a conversação interna enquanto ouvimos outro ser humano. Quando estamos totalmente presentes as pessoas sentem a diferença.

“Seja bom com os outros. A distância que você caminha na vida vai depender da sua ternura com os jovens, da sua compaixão com os idosos, sua compreensão com aqueles que lutam, da sua tolerância com os fracos e os fortes. Porque algum dia na vida você poderá ser algum deles.” George Washington Carver

Humildade – ser autêntico, sem pretensão, orgulho ou arrogância, e descartar as máscaras falsas. A arrogância é uma pretensão desonesta, porque ninguém sabe tudo ou tem tudo. Humildade é pensar menos em si mesmo.

Respeito - tratar as pessoas como se fossem importantes.

Abnegação – satisfazer as necessidades dos outros. O oposto é o egoísmo.

Perdão – desistir do ressentimento quando enganado. Perdoar não significa desconhecer as coisas ruins que acontecem, nem deixar de lidar com elas à medida que surgem. Ao contrário, devemos ter um comportamento afirmativo com as pessoas, ser aberto, honesto e direto, mas sempre de maneira respeitosa. Perdoar é lidar de um modo afirmativo com as situações que aparecem e depois desapegar-se de qualquer resquício de ressentimento.

Honestidade – ser livre de engano. È uma definição mais ampla do que não falar mentiras. Omitir informações ou esconder pedaços de verdade podem ser socialmente aceitáveis mas não é um comportamento honesto. A honestidade implica esclarecer as expectativas das pessoas, tornando-as responsáveis, ser firme e justo.

Compromisso - ater-se às suas escolhas. Há grande diferença entre envolvimento e compromisso. Quando forem comer ovos com bacon lembrem-se: a galinha estava envolvida, mas o porco estava comprometido. Os sentimentos vêm e vão, mas o compromisso sustenta as relações. Amar não é como você se sente em relação aos outros, mas como se comporta em relação aos outros. Quando estamos comprometidos com o amor a Deus e aos outros, e continuamos a investir nesse sentido, comportamentos positivos acabarão produzindo sentimentos positivos, algo que chamam de práxis.

Nossas contas bancárias relacionais (do livro de Stephen Covey, Os 7 hábitos de pessoas altamente eficazes).
Nas nossas contas bancárias financeiras fazemos depósitos e retiradas, esperando nunca ficara descoberto. Essa metáfora, nos ensina a importância de manter saudável o equilíbrio dos nossos relacionamentos. Quando conhecemos uma pessoa, o saldo da conta de relacionamento com ela é neutro, porque vamos iniciar um conhecimento. À medida que o relacionamento amadurece fazemos depósitos e retiradas nessas contas imaginárias, baseados na forma como nos comportamos. Fazemos depósitos sendo honestos, confiáveis, dedicados, mantendo compromissos, etc. Fazemos retiradas sendo agressivos, descorteses, quebrando promessas e compromissos, etc. (para cada retirada que fazemos em com uma pessoa, são necessários quatro depósitos para voltar a ficar igual.)

Motivação – qualquer comunicação que influencie as escolhas.

PRÁXIS –O pensamento tradicional nos ensina que os pensamentos e os sentimentos dirigem nosso comportamento. A práxis nos ensina que nosso comportamento influencia nossos pensamentos e nossos sentimentos. Quando nos comprometemos a concentrar atenção, tempo, esforço, e outros recursos em alguém ou algo, durante certo tempo, começamos a desenvolver sentimentos ligados ao objeto, nos tornamos ligados a ele. A práxis também nos ensina que, se não gostamos de uma pessoa e a destratamos, vamos odiá-la ainda mais.
A práxis mostra que, se me comprometo a amar uma pessoa e a me doar a quem sirvo, e sintonizo minhas ações e comportamento com esse compromisso, com o tempo passarei a ter sentimentos positivos em relação a essa pessoa. ...O sentimento vem em conseqüência do comportamento.

Estágios necessários para adquirir novos hábitos ou habilidades;
- estágio um – inconsciente e sem habilidade
- estágio dois - consciente e sem habilidade
- estágio três – consciente e habilidoso
- estágio quatro – inconsciente e habilidoso

Santo Agostinho disse: devemos pregar o evangelho em toda parte que formos e usar palavras só quando necessário. (a conduta, atitude, postura na vida, servem como exemplo).

A recompensa da alegria
A felicidade é baseada em acontecimentos. A alegria é um sentimento muito mais profundo, que não depende de circunstâncias externas. Alegria é satisfação interior e a convicção de saber que você está verdadeiramente em sintonia com os princípios profundos e permanentes da vida.
James C. Hunter
picture by Isabel de Sá

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