18 de jul. de 2008

Implicâncias


Esse Dalai Lama não me parece lá muito católico. Meu santo não bate com o dele.
Entende? Entendje? Para adotar a pronúncia carioca.

O mesmo carioca que acrescentaria às duas frases: é uma coisa de pele.
Nós, brasileiros, assim como todo mundo, temos muita dessa coisa de pele. Nossas peles não são só eczema, cravo ou espinha. Essa coisa de pele é no sentido de que foge à uma explicação razoável. Ou intelectualmente defensável.
Nada tem a ver com uma ponderação serena dos fatos.

Fatos não merecem ponderação quanto mais serena.
Dita a frase beirando o preconceito, tenta-se um arrazoado por mais simples que seja.

A carne, a pele, é fraca. Para continuar com o Dalai Lama.
A pessoa que recebeu a sentença no meio da testa, por certo perguntará:
- Uai, sô, pruqê?
Me esqueci de dizer que eu me dirigi a um mineiro. Gente de que gosto. Coisa de pele. Volto, meio sem graça, à tentativa de explicação.
- Uai, sô, não lê os jornais? Nesta altura do campeonato, ou nesta altura dos Jogos Olímpicos de Pequim, o homem recusou-se a aceitar a conclamação de sua gente pedindo um boicote da competição dizendo, e cito-o literalmente, que “o povo chinês precisa se orgulhar dos jogos. A China merece ser o país anfitrião.”
Já viu? Isso depois de o líder espiritual tibetano amargar – ou será adoçar envolto em rubros mantos? – o exílio desde 1959.
Sou prolixo. Sou chato. Quem mandou o mineirinho vir me cutucar de vara curta.

Não é a primeira vez que vejo o Sr. Lama defender a China.
Fogo.

Ivan Lessa

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