Como fazer a geração playstation escrever, ler, raciocinar?
A característica que domina essa geração é a busca pela informação instantânea. Desafio que atinge não só os pais, mas as escolas, que não percebem a mudança acentuada de comportamento desses jovens.
Se por um lado a família - hoje pouco presente em casa - não consegue entender o que seus filhos pensam, por outro a escola ainda não encontrou a fórmula certa da equação. Insiste no modelo antigo, que obriga as crianças a escreverem textos longos e ao decoreba.
As tradicionais provas discursivas de antes não se encaixam mais na realidade atual. É preciso dar oportunidade para que os estudantes escrevam da forma que gostam. Estaria exagerando se falasse em redações com 140 caracteres, como funciona no Twitter? Pode ser, mas a geração playstation absorve informações com a mesma rapidez que as troca com as pessoas ao seu redor.
Eles estão condicionados a esse formato de 140 caracteres. Certo ou errado, o fato é que para essa geração fica cada vez mais difícil se concentrar em textos longos. Os próprios teclados dos celulares impedem de escrever muito e o MSN, , principal meio de comunicação dessa faixa etária, tem um formato que induz a mensagens curtas, compactas; praticamente indecifráveis para as gerações anteriores.
Precisamos encontrar uma maneira de convencer essas crianças da geração playstation de que ler é bom. Quem sabe o “Kindle” - leitor eletrônico de livros da Amazon.com - seja útil nessa difícil tarefa? Como na minha época de vestibular, todo mundo quer um resumão. Reproduzir os conteúdos na íntegra talvez não seja a solução.
Mas o e-book é modernoso, funciona como uma espécie de prancheta digital, e, certamente, chamará a atenção dessa geração.
Outro dia, quando perguntei à filha de uma amiga sobre o que ela achava do Kindle, seus olhos brilharam. Para minha surpresa, ela disse que detestava livros - o que é uma unanimidade entre seus colegas de escola - por terem muitas páginas e nunca se chegar ao final da história.
Entretanto, a possibilidade de ter mais uma parafernália tecnológica a seduz. Foi quando ela disparou: “é muito mais divertido!” Acredito que sua mãe não vai achar, ainda mais pelo preço - cerca de mil reais para o consumidor brasileiro.
Ainda perplexo com tudo isso que tenho visto, só posso afirmar que não tenho as respostas, só preocupações e indagações. Segue, então, o debate!
Juio Sergio Cardozo
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