28 de out. de 2009

Sinta a alegria

Janet começou a reforma da cozinha cheia de medo, certa de que seria uma experiência difícil. Sabia que ter padrões altos de exigência poderia fazer com que tudo desse errado, e provavelmente o projeto seria uma fonte de frustração. Então Janet decidiu que em vez de ficar no seu ciclo de raiva e impaciência, ela teria uma experiência mais positiva com a reforma. Deixar clara sua intenção de sentir-se positiva a ajudou a compreender que a atitude que ela tinha em relação ao projeto determinaria não somente como ela se sentiria sobre o resultado, mas também quanto o processo seria recompensador. Ela entendeu que fazer amizade com os trabalhadores da obra seria um grande passo para apoiar sua percepção positiva.. Ela também argumentou que se poderia sentir satisfação à medida que o trabalho ia progredindo, então teria a mesma satisfação quando a cozinha estivesse pronta. Focou em ver o projeto por diferentes perspectivas a cada dia e isso lhe deu a chance de sentir-se feliz. Sua teoria provou-se verdadeira. “Quando vejo o espaço, pego um copo d’água ou cozinho, sinto-me feliz. A casa toda me faz mais alegre e única”, reflete Janet. Para sua surpresa, a reforma tornou-se uma experiência alegre do início ao fim. Como tornar a temerosa reforma da cozinha, ou qualquer outra circunstância potencialmente difícil, uma experiência enriquecedora? Mudando o padrão da mente e do coração em relação ao bem-estar e aos sentimentos de alegria.Você não tem de criar a alegria; essa é uma qualidade inata que já está dentro de você, como a capacidade de caminhar ou de ser gentil.. Na verdade, a alegria verdadeira está disponível o tempo todo, você pode conscientemente cultivar isso e deixá-la acessível. Todos temos nossa própria maneira de expressar alegria, que combina com nosso temperamento particular. De fato, a palavra “alegria” pode ser uma maneira de as pessoas simplesmente não se sentirem miseráveis. Aqueles que encontram “alegria” talvez prefiram outra palavra, “contentamento”, “deleite”, “felicidade” ou “vivacidade”. Pessoas que são verdadeiramente felizes não são felizes o tempo todo. As dez mil alegrias e os dez mil pesares, para usar a prática taoísta, são partes da tapeçaria da vida. Ser alegre não significa parar de sentir a extensão completa da emoção humana. Muitas vezes, a vida é dura. Você fica chateado. Uma pessoa querida fica doente ou morre. Sente estresse nas suas relações, nas finanças ou em uma agenda lotada de compromissos. Despertar sua alegria não significa negar uma dessas coisas. Ou melhor, aqueles que descobriram o segredo do bem-estar são capazes e centrados a ser completamente comprometidos, sejam quais forem as circunstâncias da vida. Embora você sinta uma sucessão de emoções, sabe que raiva, tristeza e medo são visitantes temporários. Com a prática, uma sensação de bem-estar pode tornar-se a linha de fundo que pode trazer mais que uma surpresa ocasional. Coloque a felicidade em primeiro plano Todos queremos ser felizes, mas muitos de nós não colocamos esse desejo como centro das nossas vidas. Pensamos que se tivéssemos sucesso, ou fôssemos ricos, ou bem-aceitos, a felicidade iria nos seguir. Mas para despertar a alegria natural, é essencial que conscientemente priorizemos a nossa intenção de ser felizes. Por exemplo, uma vez que Janet decidiu que queria que seu projeto fosse uma fonte de alegria, e não de frustração e ansiedade, ficou mais motivada a encontrar estratégias que iriam apoiá-la nessa intenção central. Quando deixamos clara nossa intenção para a felicidade, acessamos um lugar dentro de nós que quer ser verdadeiramente feliz. O próximo passo é entender onde a verdadeira felicidade está. Para experimentar o bem-estar genuíno, Buda encorajou a desenvolver o que ele chamava de estados da mente saudáveis. Esses estados, como gentileza e generosidade, têm uma qualidade expansiva; abrem o coração e criam mais alívio para a mente. Olhar com honestidade para quais estados contribuem para o alívio interno, e então cultivá-los, é parte importante do processo. Buda sugere acompanhar esses estados saudáveis e o natural estado de contentamento. Por exemplo, no meio de um casual ato de gentileza, você pode perceber o contentamento. Trazendo atenção plena às sensações geradas no corpo e na mente, você fortalece esse “contentamento conectado com o que é saudável”, como descreveu Buda. Mais do que “sentir-se bem”, aprende a reconhecer o que é sentir vontade de sentir-se bem. Por exemplo, uma prática que Buda recomenda é desenvolver bem-estar na simplicidade, ou o que eu chamo de “a alegria de deixar-se ir”. Isso é particularmente relevante se você tende a encher sua vida de compromissos com os quais não consegue lidar. Simplicidade pode significar trazer mais equilíbrio para uma vida lotada e ocupada. Para usar a simplicidade como uma prática de alegria, conscientemente escolha dizer não para o próximo convite tentador, ou decida não adicionar mais uma tarefa “importante” à sua rotina.. Com alguma prática, você não somente pode sentir-se feliz no momento como também desenvolve alegria como uma resposta habitual. Em um discurso, Buda explicou como os hábitos são criados: “Qualquer que seja o pensamento do praticante que ele reflete, isso será uma inclinação para a mente”. Você estará fazendo tanto rotinas agradáveis quanto desagradáveis com os hábitos de pensamento repetitivos. A neurociência moderna corrobora com isso: por meio da repetição, você fortalece caminhos neurais positivos no cérebro. Ao dirigir a mente para os pensamentos associados ao bem-estar, você começa a mudar o pensamento habitual. À medida que pratica estar presente por alguns momentos de alegria, isso nutre o espírito, promove bem-estar e esses momentos naturalmente surgem. Como Janet descobriu, “Mesmo em dificuldades e momentos desafiantes, há uma veia profunda de alegria sob aquele problema. Essa alegria é encontrada a qualquer momento que estou presente. Nunca experimentei essa alegria antes, mas agora sim. Aprendi a perceber uma alegria profunda em simplesmente estar viva”, diz. James Baraz

Um comentário:

uma leitora disse...

A alegria, o bom humor, o positivismo são contagiantes! E é um exercício diário. Devemos nos disciplinar nesse sentido.

bjos

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