12 de jul. de 2010

Criando pontes


Em algum momento de sua vida você já se sentiu sozinho a ponto de não saber a quem recorrer em uma situação difícil? 

Ou quem sabe já experimentou a sensação de mesmo estando rodeado de pessoas sentir-se como se não houvesse ninguém com quem realmente pudesse contar? 

 Momentos como esse, em que passamos pela sensação de solidão, ocorre com todos os seres humanos. 

Todos nós necessitamos de atenção e aconchego. Todos gostamos de ter alguém para nos ouvir, a quem podemos contar nos­sas proezas, alguém que realmente se interesse por nós, pelo que somos. E ao nos descobrir­mos isolados - quando mais desejamos nos sentir protegi­dos ou amparados - temos um grande desafio a ser enfrentado: a importância de aprendermos a criar pontes. A ponte é uma construção que liga duas margens, dois pontos que, sem ela, ficariam sepa­rados. Onde há ponte, há união. Portanto, não há como criarmos verdadeiras pontes sem gerarmos união entre as margens que se comunicam. 

Assim, como nas construções de engenharia, as construções humanas necessitam de pontes que possam ligar pessoas, idéias e corações. Quando nos sentimos isolados é que mais percebemos a importância de alguém conseguir fazer uma ponte até nossa intimidade, ferida por algum motivo. Poder contar com pes­soas sensíveis que captem nossa necessidade e tomem a iniciativa de trazer sua ponte até nós nesses momentos de fragilidade é uma verdadeira dádiva que não podemos deixar de agradecer. 

 Entretanto, não podemos esquecer que a mesma solidão que hora sentimos é tam­bém vivenciada pelo outro. Quem nos cerca em casa, no trabalho, no círculo de amizades ou mesmo no cotidiano, também necessita da iniciativa de se estabelecer pontes, fazendo contato através da doação de nossa atenção, de afeto e de tudo mais que pudermos oferecer. 

 O que se observa é que, quem mais semeia pontes, tem sempre livre acesso aos corações e mentes daqueles que jamais se esquecem de quem lhes salvou do isolamento nos momentos dificeis. Pode ser um telefonema, um e-mail, uma frase, um sorri­so, um olhar, uma carta, um presente, uma prece, não importa a ação, sempre podemos criar pon­tes a nos unir com quem nos cerca. 
É importante que deseje­mos essas pontes, mas é mais sábio aprendermos a dar o pri­meiro passo para edificá-las, experimentando o prazer de eliminar distâncias.
Ricardo Melo
Instituto Ricardo Melo

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