Nascida em Curvelo, Minas Gerais, em 05/06/1921 ainda menina, Zuleika Angel Jones mudou-se com a família para Belo Horizonte.
Ali começou sua carreira como costureira, fazendo roupas para as primas. Depois foi para Bahia e, em 1947, estabeleceu-se no Rio de Janeiro onde começou a carreira profissional.
Já não era propriamente uma costureira, mas uma estilista, que criava sua própria moda, com uma linguagem muito pessoal. Tratava-se, além disso, de uma moda brasileira, com materiais do país e cores tropicais. Misturava renda, seda, fitas e chitas com temas regionalistas e folclóricos, com estampados de pássaros, borboletas e papagaios. Trouxe também para a moda as pedras brasileiras, fragmentos de bambu, de madeira e conchas.
Buscava não somente o mercado da elite, como também queria vestir a mulher comum.
Nos anos 1970 abriu sua loja em Ipanema e encantou o mundo. Conquistou o mercado norte americano, foi vitrine de grandes lojas de departamentos e apareceu em importantes veículos de comunicação dos Estados Unidos. Pioneiramente, começou a divulgar sua marca colocando-a do lado externo da roupa. O anjo era o seu logotipo.
Sua maior luta pessoal, porém, começou com o sequestro político de seu filho Stuart Angel Jones, estudante de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ativista do Movimento Revolucionário 8 de Outubro - MR-8, Stuart desapareceu depois de ter sido preso em 14 de junho de 1971 por agentes do CISA (Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica). Zuzu saiu em busca do filho nas prisões e nos quartéis. Logo após a morte de Stuart, as torturas que sofreu foram narradas a Zuzu por meio de uma carta do preso político Alex Polari de Alverga.
Nos anos 1970 abriu sua loja em Ipanema e encantou o mundo. Conquistou o mercado norte americano, foi vitrine de grandes lojas de departamentos e apareceu em importantes veículos de comunicação dos Estados Unidos. Pioneiramente, começou a divulgar sua marca colocando-a do lado externo da roupa. O anjo era o seu logotipo.
Sua maior luta pessoal, porém, começou com o sequestro político de seu filho Stuart Angel Jones, estudante de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ativista do Movimento Revolucionário 8 de Outubro - MR-8, Stuart desapareceu depois de ter sido preso em 14 de junho de 1971 por agentes do CISA (Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica). Zuzu saiu em busca do filho nas prisões e nos quartéis. Logo após a morte de Stuart, as torturas que sofreu foram narradas a Zuzu por meio de uma carta do preso político Alex Polari de Alverga.
Segundo esse depoimento, Stuart foi arrastado por um jipe pelo pátio interno da Base Aérea do Galeão, com a boca no cano de descarga do veículo. Mais tarde, Alex ouviu os gritos de Stuart - numa cela ao lado - pedindo água e dizendo que ia morrer.
Depois, seu corpo foi retirado da cela. Este depoimento de Alex consta do vídeo "Sônia Morta e Viva", produzido e dirigido por Sérgio Waisman, em 1985. Já separada do marido, o americano Norman Angel Jones, Zuzu Angel incansavelmente denunciou as torturas, a morte e ocultação do cadáver de Stuart, tanto no Brasil como no exterior.
Em vários de seus desfiles denunciou os fatos para a imprensa, entregando pessoalmente uma carta a Henry Kissinger, na época Secretário de Estado do Governo norte-americano, já que seu filho também tinha a cidadania americana.
Utilizou sua fama para envolver, a favor da sua causa, inúmeros clientes e amigos importantes: Joan Crawford, Kim Novak, Veruska, Liza Minelli, Jean Shrimpton, Margot Fonteyn e Ted Kennedy, entre outros. Zuzu passou a usar sua moda como forma de protesto fazendo - como ela mesma dizia - "a primeira coleção de moda política da história", usando ao lado dos anjos, as figuras de crucifixos, tanques de guerra, pássaros engaiolados, sol atrás das grades, jipes e quépis. O uso dessas metáforas foi a solução que encontrou para simbolizar, em seu trabalho, a história de seu filho.
Depois, seu corpo foi retirado da cela. Este depoimento de Alex consta do vídeo "Sônia Morta e Viva", produzido e dirigido por Sérgio Waisman, em 1985. Já separada do marido, o americano Norman Angel Jones, Zuzu Angel incansavelmente denunciou as torturas, a morte e ocultação do cadáver de Stuart, tanto no Brasil como no exterior.
Stuart Angel |
Em vários de seus desfiles denunciou os fatos para a imprensa, entregando pessoalmente uma carta a Henry Kissinger, na época Secretário de Estado do Governo norte-americano, já que seu filho também tinha a cidadania americana.
Utilizou sua fama para envolver, a favor da sua causa, inúmeros clientes e amigos importantes: Joan Crawford, Kim Novak, Veruska, Liza Minelli, Jean Shrimpton, Margot Fonteyn e Ted Kennedy, entre outros. Zuzu passou a usar sua moda como forma de protesto fazendo - como ela mesma dizia - "a primeira coleção de moda política da história", usando ao lado dos anjos, as figuras de crucifixos, tanques de guerra, pássaros engaiolados, sol atrás das grades, jipes e quépis. O uso dessas metáforas foi a solução que encontrou para simbolizar, em seu trabalho, a história de seu filho.
Em 14 de abril de 1976, às 3h, na Estrada da Gávea, à saída do Túnel Dois Irmãos (RJ), Zuzu morreu, vítima de um acidente automobilístico. Na época, o governo divulgou que a estilista teria dormido ao volante, fato contestado anos depois. Até hoje as circunstâncias dessa tragédia não foram esclarecidas.
Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa de Chico Buarque, um documento que deveria ser publicado caso algo lhe acontecesse. "Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho", dizia.
Sua força e coragem inspiraram ao compositor a música "Angélica", onde ele pergunta, "quem é essa mulher?".
Zuzu Angel foi sepultada pela família, em 15 de abril de 1976, no Cemitério São João Batista, Rio de Janeiro. Uma de suas duas filha, a jornalista Hildegard Angel, foi a idealizadora do Instituto Zuzu Angel de Moda do Rio de Janeiro, uma entidade civil sem fins lucrativos, fundado em outubro de 1993.
Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa de Chico Buarque, um documento que deveria ser publicado caso algo lhe acontecesse. "Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho", dizia.
Sua força e coragem inspiraram ao compositor a música "Angélica", onde ele pergunta, "quem é essa mulher?".
Zuzu Angel foi sepultada pela família, em 15 de abril de 1976, no Cemitério São João Batista, Rio de Janeiro. Uma de suas duas filha, a jornalista Hildegard Angel, foi a idealizadora do Instituto Zuzu Angel de Moda do Rio de Janeiro, uma entidade civil sem fins lucrativos, fundado em outubro de 1993.
Angélica
Chico Buarque
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez o meu filho suspirar
Que fez o meu filho suspirar
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
E deixar seu corpo descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele já não pode mais cantar
Que ele já não pode mais cantar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Que mora na escuridão do mar
Um comentário:
Porque torturar? A crueldade é humana, somente. As outras espécies animais não matam por crueldade.
Bjsss
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