12 de jul. de 2009

A morte do padre

O velho padre, durante anos, tinha trabalhado fielmente com o povo africano, mas agora estava de volta ao Brasil, doente e moribundo, no Hospital Geral de Brasília, é notícia e manchete midiática da hora. Já nos últimos suspiros, ele faz um sinal à enfermeira, que se aproxima. - Sim, padre? diz a enfermeira. - Eu queria ver dois proeminentes políticos antes de morrer, Renan Calheiros e o Sarney, sussurrou o padre - Sim, padre, verei o que posso fazer, respondeu a enfermeira. De imediato, ela entra em contato com o Congresso Nacional e logo recebe a notícia: ambos gostariam muito de visitar o padre moribundo. A caminho do hospital, Sarney diz a Renan Calheiros: - Eu não sei por que o velho padre nos quer ver, mas certamente que isso vai ajudar a melhorar a nossa imagem perante a Igreja e povo, o que é sempre bom. Renan Calheiros concordou. Era uma grande oportunidade para eles, e até foi enviado um comunicado oficial à imprensa sobre a visita. Quando chegaram ao quarto, com toda a imprensa presente, o velho padre pegou na mão de Sarney, com sua mão direita, e na mão de Renan Calheiros, com sua esquerda. Houve um grande silêncio e notou-se um ar de pureza e serenidade no semblante do padre. Renan Calheiros então disse: - Padre, por que é que fomos nós os escolhidos, entre tantas pessoas, para estar ao seu lado no seu fim? O velho padre, lentamente, disse: -Sempre, em toda a minha vida, procurei ter como modelo o Nosso Senhor Jesus Cristo. -Amém, disse Sarney. -Amém, disse Renan Calheiros. E o Padre concluiu: -Então... como Ele morreu entre dois ladrões, eu quero fazer o mesmo.

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