9 de nov. de 2013

Orgulho

Painting by Xi Pan
O orgulho é um sentimento muito destrutivo. É um sentimento de satisfação por uma imagem de grandeza pessoal, de superioridade. 

 O orgulho em excesso pode se transformar em vaidade, ostentação, sendo visto apenas então como uma emoção negativa, a arrogância. Ele se diferencia do orgulho que a pessoa sente de sua própria dignidade. O orgulho também é contaminado pelo preconceito, julgamentos, críticas. O orgulhoso sempre tem razão e o outro não importa para ele, a não ser se for outro orgulhoso com mais poder. 

 A vaidade e o orgulho andam juntos e se completam, é o casamento perfeito e não há risco de separação, pois eles se fortalecem. Quem por acaso contrariar um orgulhoso jamais terá seu perdão. O orgulho é inimigo do perdão e irmão da vaidade e passa longe da humildade, que une os homens, enquanto o orgulho os separa. E, para completar, o orgulho é o primo pobre da inferioridade. 

"O orgulho dos pequenos consiste em falar sempre de si próprios; o dos grandes, em nunca falar de si." (Voltaire). Mas ainda pode piorar. É quando temos aquele orgulho que não se aceita e usa atitudes de superioridade para mostrar um valor que está longe de ter. Portanto, para reconhecermos um orgulhoso, basta observar como ele trata um garçom, o seu subordinado. Ver como ele lida com as perdas, insucessos, inveja (a do orgulhoso me parece maior), com a dor do outro, com o sagrado de quem convive com ele, com os animais. 

A rigidez é outra face do orgulhoso, ele precisa dela para manter seu poder, e essa necessidade de ter poder o faz perder. Não é por acaso que para a Igreja católica o orgulho é um dos sete pecados capitais. E não foi por acaso que Socrátes foi tão perseguido. O resultado de quem entrava em contato com o filosofo é que o indivíduo sentia uma verdadeira sensação de iluminação, de descoberta, de ter dado à luz algo valioso que havia dentro de si mas de que não tinha a mínima consciência. Foi assim que Sócrates conquistou fervorosos discípulos. Mas, se a pessoa entregava-se ao orgulho ferido, tornava-se um inimigo feroz. E esta foi a razão que lhe custou a vida. Acredito que depois desta reflexão você já sabe minha resposta.
Antônio Roberto

Um comentário:

A crônica diária do normal disse...

Bom dia!
Por meu pouco conhecimento de filosofia, não entendi o último parágrafo. Não entendi a relação entre a morte de Sócrates e o orgulho. Poderia me esclarecer?
leandroarb@hotmail.com
Muito obrigado!

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