O fator determinante que permitiu a Napoleão Bonaparte chegar a general de divisão do Exército francês com apenas 24 anos de idade foi ter apoiado o movimento revolucionário contrariando a imensa maioria dos oficiais formados nas academias da França que abria apenas à elite aristocrata. Napoleão também era, mas de uma família italiana destroçada pelas dívidas e chegada aos domínios franceses com a anexação da Córsega um ano antes de seu nascimento.
Não tendo possibilidade de progredir no meio de oficiais de sangue bemmais azul e tradicional do que o dele, não titubeou em debandar pelo lado da Revolução, ganhando, assim, os favores da Assembléia Nacional. O resto da escalada se deu pela sua peculiar habilidade em se movimentar no sangrento e esquizofrênico ambiente da época. Abraçou a causa revolucionária a seu modo e, mesmo quando se proclamou imperador, manteve a fachada de antimonarquista que aglutinava emsua volta forças ideológicas populares e emergentes. O que não lhe impediu de casar-se com a duquesa Maria Luisa d’Áustria, da casa real de Adsburgo, sobrinha-neta da rainha guilhotinada Maria Antonieta, consorte de Luiz XVI.
Objetivo, pragmático, ele foi o próprio "príncipe" que Maquiavel idealizou e não conheceu. Capaz de tomar decisão moral e espiritualmente perigosa sem piscar, Napoleão colheu extraordinárias vitórias conjugando dotes de comandante de exército, de letrado- filósofo e de político - eclético, observador, frio, carismático e determinado como Xenofonte, Alexandre o Grande ou como Júlio César, sabia dosar commaestria suas aspirações pessoais com os desígnios "sobrenaturais" que pousavamem sua alma inquieta. Rigor espartano, carinho paterno, inabalável na capacidade de aceitar a responsabilidade, capturava a fidelidade dos soldados transformando ovelhas em leões, desvalidos em heróis.
Napoleão se sentia em casa em pleno inferno, sem se perturbar com o sofrimento e a morte. Misto de loucura e de cálculo, estóico e messiânico, Napoleão assistiu ao suicídio de um oficial subordinado, inconformado com sua decisão "desumana", sem mudá-la ummilímetro. A ele se referiu umoficial piemontês derrotado, "a impressão que se tinha desse jovem comandante era de dolorosa admiração; o intelecto ficava deslumbrado com a superioridade de seu talento".
O mundo se ajoelhou,mas não foi vencido por ele. Um atento estudioso, Karl Von Clausewitz, procurando as razões dos triunfos napoleônicos, observou: "Força moral, mais que números, é o que decide a vitória. O moral está para o físico como três para um". Nenhuma saudade de Napoleão, mas a moral que ele tinha para arrastar homens ao sacrifício, hoje não se encontra em lugar nenhum!
Vittorio Medioli
Não tendo possibilidade de progredir no meio de oficiais de sangue bemmais azul e tradicional do que o dele, não titubeou em debandar pelo lado da Revolução, ganhando, assim, os favores da Assembléia Nacional. O resto da escalada se deu pela sua peculiar habilidade em se movimentar no sangrento e esquizofrênico ambiente da época. Abraçou a causa revolucionária a seu modo e, mesmo quando se proclamou imperador, manteve a fachada de antimonarquista que aglutinava emsua volta forças ideológicas populares e emergentes. O que não lhe impediu de casar-se com a duquesa Maria Luisa d’Áustria, da casa real de Adsburgo, sobrinha-neta da rainha guilhotinada Maria Antonieta, consorte de Luiz XVI.
Objetivo, pragmático, ele foi o próprio "príncipe" que Maquiavel idealizou e não conheceu. Capaz de tomar decisão moral e espiritualmente perigosa sem piscar, Napoleão colheu extraordinárias vitórias conjugando dotes de comandante de exército, de letrado- filósofo e de político - eclético, observador, frio, carismático e determinado como Xenofonte, Alexandre o Grande ou como Júlio César, sabia dosar commaestria suas aspirações pessoais com os desígnios "sobrenaturais" que pousavamem sua alma inquieta. Rigor espartano, carinho paterno, inabalável na capacidade de aceitar a responsabilidade, capturava a fidelidade dos soldados transformando ovelhas em leões, desvalidos em heróis.
Napoleão se sentia em casa em pleno inferno, sem se perturbar com o sofrimento e a morte. Misto de loucura e de cálculo, estóico e messiânico, Napoleão assistiu ao suicídio de um oficial subordinado, inconformado com sua decisão "desumana", sem mudá-la ummilímetro. A ele se referiu umoficial piemontês derrotado, "a impressão que se tinha desse jovem comandante era de dolorosa admiração; o intelecto ficava deslumbrado com a superioridade de seu talento".
O mundo se ajoelhou,mas não foi vencido por ele. Um atento estudioso, Karl Von Clausewitz, procurando as razões dos triunfos napoleônicos, observou: "Força moral, mais que números, é o que decide a vitória. O moral está para o físico como três para um". Nenhuma saudade de Napoleão, mas a moral que ele tinha para arrastar homens ao sacrifício, hoje não se encontra em lugar nenhum!
Vittorio Medioli
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